segunda-feira, 30 de abril de 2018

Prêmios Billboard 2018.


Nos últimos tempos tenho feito frequentes visitas aos Estados Unidos, passado temporada por aqui, especificamente na Florida, na cidade de Miami, que vem sendo algo assim como o “Norte da América Latina”, salvando as distâncias, porque o modo de vida daqui, não tem nada a ver com o que se vive e oferecem os outros países e cidades localizados ao sul desse lugar.

Mas isto tem me permitido uma aproximação maior com a minha cultura, ainda que para muitos o que se mostra atualmente no âmbito musical deveria ser chamado de incultura, mas é o que temos, é o que se vende e o que é consumido. Como se fatura com isso! Que o digam os maiores intérpretes do gênero, os “reguetoneros” e baladistas de ocasião.

A semana passada, teve lugar mais uma edição dos prêmios Billboard, uma grande festa anual para anunciar o que mais brilha dentro da cena musical latina e como o que está de moda hoje é o Reggaeton, logicamente fora das honrarias específicas para o México e os expoentes da sua cultura regional, o resto foi basicamente para os famosinhos de plantão do citado ritmo.

Para ser sincero, muitos se apresentaram, uns com mais opacidade que outros, não mostraram nada além do que já era esperado. Teve todo aquele “glamour” em cima do que não tem muito mais a oferecer.

Mas houve um detalhe que me chamou a atenção, além de não terem se apresentado na festa de gala, nenhum dos cantores ou cantoras brasileiras que têm colocado como uma das suas metas as de penetrar e se estabelecerem no mercado latino em espanhol, interpretando temas com este ritmo  e fazendo parcerias, algumas de sucesso, com cantores foráneos, foi o fato de que uma das músicas lançadas no show, esteve a cargo da Jennifer Lopez (El Anillo - O Anel), cuja batida era basicamente funk carioca, com direito a coreografia com quadradinho e tudo e de longe foi o momento mais aplaudido e empolgante da noite.

JLo já tem várias décadas no cume da música mundial e latina, sem falar das incursões em outras manifestações artísticas Há anos que se mantem com temas e apresentações bem avaliadas e seguidas ao redor do mundo. A equipe de MKT e a campanha em torno dela, o indiscutível talento e anjo que tem, além de outras visíveis dotes, tem feito dela um ícone dos nossos tempos.

Não sou fã dela, não conheço muito da sua arte, da sua obra, dos seus passos, mas tenho de reconhecer o seu mérito.

De fato, o Funk tem um ponto bem em comum com o Reggaeton que se escuta nos países hispano-falantes, nos Estados Unidos e também em todo canto do mundo: a apologia ao vulgar, o apelo sensual e sexual dos textos, em sua maioria descartáveis e cheios de enforcamentos da língua, o desrespeito à mulher, a coisificação do sexo feminino e por ai vão, cheios de lamentáveis semelhanças, mas...

Vocês não acham que seria um momento bom, para deixar de tentar incansavelemente de incorporar e assimilar outras cadências e fazer um bom trabalho de disseminação da forte batida do Funk mundo afora. Ao menos, nestes tempos de crise, alguns bolsos se beneficiariam e também muitas pessoas se alegrariam ainda que para seu bem-estar não entendam as letras?

Fica a Dica e Boa Sorte!