terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

República Dominicana.

Há muito tempo que estava com vontade de visitar e conhecer este país. A proximidade geográfica e cultural com as minhas origens me atraiam.

Confesso que nos últimos anos, com a “popularização” das opções de turismo para aquela área, relutei bastante para adquirir um pacote, mas por circunstâncias, às vezes imprevisíveis, apareceu a oportunidade e não a recusamos.

Bendigo a hora em que tomamos a decisão de viajar para Punta Cana e aproveitamos para conhecer Santo Domingo.

A estadia por lá será inesquecível pelos bons momentos que passamos. Era a possibilidade de estar a família reunida, sem o estresse diário, sem as obrigações. A nossa única missão era sermos felizes.

Esta felicidade completou-se com os encontros que tivemos com dois bons e velhos amigos, um deles cubano e outro dominicano, aos quais não encontrava há mais de três décadas, mas valeu a pena esperar. Só posso dizer: Que Maravilha!

Palavras não conseguem expressar aquilo que o sentir experimentou, perante a beleza geográfica e a delícia de andar por aquelas praias e lugares da região de Bávaro e o passeio pela Cidade Colonial da Capital, que além das suas lindas e imponentes lembranças arquitetônicas está em fase de recuperação de outras relíquias, dos velhos tempos e de outros não tão antigos, que albergam espantosas histórias e relatos dolorosos, como as selvagerias praticadas durante uma das ditaduras mais sangrentas que o nosso continente carregou, a do sicário Rafael Leónidas Trujillo e Molina.

Há muitas variantes de excursões, qual delas mais atrativas, mas por outro lado, as condições do bem estruturado sistema All Inclusive do resort fazem com que a gente se iniba de não usufruir ao máximo, aquilo que pagou. Mesmo assim decidimos aventurar em alguns passeios e só vieram agregar à nossa expectativa.

Vale a pena destacar a simpatia de seus habitantes: os quisqueyanos, o capricho no atendimento nas locações turísticas, o sabor das comidas. 

Quero fazer um aparte para a presença massiva de haitianos no país, que lutam pela vida e por se integrar a uma sociedade. Em sua maioria, são sinônimo de abnegação, símbolos de um povo que sofre e se esmera por ser feliz.


Só sei que as férias foram ótimas e que gostaria de voltar. 


Não é miragem, é real, é um prato de lagosta para uma pessoa.

O Mar Caribe próximo à cidade da capital Santo Domingo.

Vista desde o Forte situado na Cidade Colonial.

Monumento a Cristóvão Colombo na Cidade Colonial.


Porto de saída das embarcações desde Bayahibe para chegar até a Ilha Saóna.

Ilha Saóna. Talvez uma das oferendas dos humanos para Paraíso.

Litoral da Província La Romana.

 Praia privativa do Resort 

Eu na praia do resort.

A fundo o imponente Forte Colón que ninguém sabe para que está sendo usado.

Ruínas do primeiro engenho das Américas localizado em Santo Domingo.


Na Praia do Macao, apresentada como a melhor da região.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Santa Clara Clareou

Há algum tempo que estava me devendo esta postagem.

Na vida da família, chegou um momento muito importante e esperado. A formatura dos meus filhos, que concluíam o ensino médio, depois de uma satisfatória passagem, sem repetir nenhum ano durante toda a escola e sem maiores problemas.

Sempre foram elogiados, dentre outras coisas, pelo comportamento, pelas habilidades, pelas experiências de vida que tinham graças ao fato de nós pais, termos podido proporcionar para eles o melhor que a gente pôde, pela educação, pelo respeito, pelos valores que carregavam e professavam.

Era um momento singular que fixava um marco na vida deles, fundamentalmente. Começariam novas etapas. A entrada na vida de adultos. O ingresso à universidade. 

Escolhas importantes.

Mas quero me remontar um pouco à cerimônia ou missa da formatura. Foi muito bonita. Um dos meus filhos foi quem tocou os teclados durante o evento. O outro teve que ser puxado à força, porque não queria participar. Coisa absurda. Ele é bem querido na escola. Entender adolescentes é uma tarefa complicada.

Os dois estavam lindos.

Senti-me o pai mais orgulhoso e feliz do mundo. Mas a minha alegria, egoistamente era triste.  E digo egoísmo, porque não deixei de pensar na minha formatura há quase umas quatro décadas atrás. Foi brilhante. O meu pai ficou emocionado com todas as coisas que disseram de mim. Só dava eu, por ter sido o melhor aluno de todos os tempos, etc.

Mas eu chorei, porque teria gostado que minha mãe tivesse estado fisicamente, no ato e ter visto no que se converteu seu pequeno príncipe.  Mas Papai do Céu a levou para lhe fazer companhia, alguns anos atrás.

Tive que me conter para não entrar numa crise de choro, entre a emoção pelo que significava para mim o momento e as lembranças.

Felizmente os dois conseguiram vagas nas faculdades públicas a partir do exame ENEM e por mediação de vestibulares, nas privadas, mas todo esse processo (leilão do SISU) é bem estressante.

Uma grande amiga nossa (Y) visitou-nos na época que aguardávamos os resultados e ao ver a gente tão preocupada com o assunto, ela sugeriu uma simpatia: “Vocês como pais já fizeram o que deviam ter feito, os meninos estudaram, se esforçaram e os resultados foram bons, agora lhes peço para acender uma vela para Santa Clara, que ela ajuda a clarear os caminhos. Eu fiz e deu certo”.

E não é que Santa Clara clareou, como dissera a nossa grande amiga e como repete constantemente o Ben Jor na sua tão escutada música?

Os nossos filhos, nossos eternos meninos, não seguiram a tradição de engenharia dos pais, recusaram engenharia mecânica e engenharia de minas, ambas obtidas pelos resultados do ENEM em faculdades do governo, mas isso não nos faz sentir nem um pouco desapontados, pelo contrário estamos muito felizes com as decisões deles: Física e Relações Internacionais. Um em Universidade Pública, outro em Instituição Privada.

Aos nossos filhos eu lhes exijo muito, mas é porque quero que sejam cada vez melhores, mas quero que saibam que tenho um infinito orgulho de vocês e que não encontro unidade de medida capaz de mensurar o amor que sinto por vocês. 

PARABÉNS AOS DOIS.

Bons caminhos para todos.