sábado, 26 de fevereiro de 2011

Artigo: A propósito dos Prêmios Oscar.

Uma ligeira reflexão sobre os rumos do cinema nacional desde a ótica de um simples espectador.

Não é uma crítica, pois não sou crítico de nada.

É uma opinião, e opiniões, opiniões são.

http://www.paralerepensar.com.br/paralerepensar/texto.php?id_publicacao=17013

Aproveito a ocasião de estarmos no mês do cinema, próximos a acompanhar a entrega anual dos prêmios Oscar, a maior consagração mundial no universo da sétima arte, para fazer uma pequena reflexão sobre o cinema nacional.

Em se falando deste tema, haveria inúmeras arestas para tratar e logicamente eu não as abordarei todas, por duas simples razões: não sou expert no assunto, ou seja, não sou um crítico profissional de cinema e, além disso, há tantos aspectos a considerar que esta crônica tornar-se-ia interminável.

Estou falando com as preocupações e dilemas de um espectador comum, que pensa, analisa e também vai ao cinema, para pensar, analisar, descobrir e aprender.

Centrarei inicialmente no referente aos temas assumidos pela nossa cinematografia. 

Uma vez mais acudimos aos anti-heróis como tema principal, em qualidade de cartas de triunfo de bilheteria. Paradoxalmente como emblema para atrair a atenção ao evento mundial, na semana do cinema, é escolhido ou coincide propositalmente com o lançamento da “esperada” e “cativante” história de Bruna Surfistinha, personagem que a semelhança do Bandido da Luz Vermelha, Madame Satão, o Dado, o Nascimento, etc., não deixam de ser populares fazendo parte da memória e do acervo cultural da nação, mas o tratamento e a insistência em recorrer subliminarmente aos mesmos caminhos, é o que o torna no mínimo preocupante. Até agora me pergunto, o que poderia me aportar a avalanche deste tipo de filmes?

Muitos justificariam dizendo que o Brasil é isso, o reino dos malvados, dos vigaristas e aproveitadores o paraíso dos malandros, dos oportunistas, de todos estes personagens em certa medida detestáveis e que conseguiram notoriedade. Eu digo mais, o Brasil é também isso, mas não é somente esse. Há infinidade de exemplos que induzem à bondade, que demonstram a nossa diversidade e a verdadeira boa essência da estirpe brasileira, independentemente da origem, da raça, da cor e que mereceriam um espaço maior na mídia e por que não, no cinema também.

Recentemente foi exibido pela TV a cabo um lindo filme sobre um Contador de Histórias brasileiro que foi adotado por estrangeiros, posteriormente levado para fora do país e que depois retorna ao Brasil, quase que para saldar a sua dívida com o seu passado e suas origens. 

Não é para fazer uma apologia dos fazedores de caridade, senão para apresentar para o povo, exemplos de pessoas comuns e próximas da gente, que dão uma lição de vida, de valores dignos de serem imitados, seguidos ou ao menos considerados na dimensão que merecem. Que demonstram que a riqueza moral, espiritual e até material sai da dedicação, do esforço, do trabalho e não necessariamente da sorte, da expertise, nem da malversação inerente não só aos políticos.

Teve outros exemplos contemporâneos de filmes que mostraram a vida de boas pessoas, como, por exemplo, o não tão bem sucedido sobre a "lenda" de Chico Xavier. Novamente o Talão de Aquiles marcou presença, o desencontro entre realização e produção, com outras pitadinhas infelizes como o roteiro.

Havendo introduzido já o tema, saliento que outro aspecto no qual temos avançado substancialmente, mas ainda ficamos a dever bastante, do mais conceituado no mundo nesta ordem, é na realização, na materialização do roteiro.

Boas idéias perdem-se na prática. 

Neste mesmo ano estão concorrendo para melhores filmes, atuações e roteiros, histórias centradas em pessoas do bem, com seus defeitos e virtudes, humanos, mas a finalidade e o objetivo que perseguem nas suas vidas é admirável, chamam a atenção pelo espírito de luta dos protagonistas e das vidas paralelas, atuando como oportunos coadjuvantes do eixo principal do que está sendo contado. Em outras palavras, além de cultura é ensinamento, não há banalidade do crime pelo crime, do abuso pelo abuso, do excesso pelo excesso, ou será que o nosso dia-a-dia transcorre também nestes tristes marcos?

Lembro agora do filme Parada 174, realmente impressiona pelas atuações de “garotos” revelados histrionicamente superiores e prontos para desafios maiores, uma seqüência ao meu modesto entender bem alinhavada e que passa a mensagem de maneira clara, aberta e até sutil, mas ao tempo que conta o derradeiro do marginal e que tenta explicar os motivos que o levaram até esse ponto, a história poderia ter sido enriquecida, fazendo um paralelo da vida da vítima do ônibus, para aproximar e sensibilizar mais a população sobre a luta contra o crime, a marginalidade, pelo fortalecimento das estruturas da sociedade, da família, sobre a responsabilidade de todos e do estado principalmente para com os seus cidadãos.

“Lula: O filho do Brasil” é uma história, um exemplo de realização que poderia ter movimentado multidões ao redor do mundo, estava no momento idôneo - pese as divergências de aceitação da sua figura, já que unanimidades não existem -, se este mesmo roteiro tivesse caído nas mãos dos mestres mundiais (muitos deles radicados nos EEUU). Teriam criado um megamelodramão, estimulador de rios de lágrimas em todos os cantos da terra e a contundência do positivo, alcançaria dimensões consideráveis. Seria talvez um filme mais arriscado, verdadeiro e real e trataria certos assuntos com um grau maior de credibilidade, sem medos, sem compromissos. No afã de fazer o país aparecer positivamente, fosse um gancho e tanto.

Pior ainda ao meu entender, foi o fato de ter privado de concorrer à briga pela estatueta de Melhor Filme Estrangeiro a outros representantes do cinema nacional, mais decorosos, dignos, merecedores e tecnicamente falando, infinitamente superiores, mas neste caso falou mais alto quem não deveria. A eterna luta entre a razão e o coração.

Cada coisa no seu devido lugar. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Sábias palavras.

Diga-se de passagem, que um filme para ser bom, excelente, não tem que ser necessariamente fabricado pelos Estados Unidos. Há sobrados exemplos de maravilhas cinematográficas canadenses, argentinas, holandesas, chinesas, espanholas, indianas, francesas,iranianas, peruanas, russas, ... e até brasileiras.

Como de costume, o meu objetivo não é o de me explicar, o que é muito mais difícil do que tentar confundir, mas eu não pretendo nem um nem outro, é somente uma reflexão para com a vontade e a sede de ver nas telas das nossas salas, histórias comoventes, que me elevem a planos superiores, que me revelem mundos e vidas lindas, interessantes, que me façam sentir orgulho dos meus conterrâneos, me ver retratado, refletido e que por cima de tudo, sejam histórias bem contadas.

Não perco as esperanças. Não acredito no ditado de que eram verdes e cabrito comeu.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Um dos meus amigos (3)

Recentemente teve lugar uma “atividade” na empresa onde meu amigo trabalha, uma das chamadas confraternizações, que costumam ser almejadas e desejadas por muitos e detestadas por vários, por considerá-las parte ou extensão da jornada laboral.

Estes espaços e estes momentos prestam-se em ocasiões para desatar desejos reprimidos, contidos pela formalidade do dia-a-dia das organizações e certas pessoas estimuladas pelo “abre-pernas” por excelência ou também conhecido como álcool, ficam mais desinibidas e traídas pelo subconsciente.

Com o achegado do meu amigo aconteceu o esperado-inesperado.

Congraçou-se com uma gatuna da empresa, na qual ele ficou de olho durante o evento, os hormônios subiram, a noite tornou-se doce e o anel no anelar da mão esquerda desceu até a categoria de simples detalhe ou adereço, um acessório que nada lembra e que nada impede.

No dia seguinte aconteceu o inesperado-esperado.

Ele veio se queixando da síndrome de arrependimento, mostrando a foto da esposa, dizendo que era linda e contando que somente, na noite anterior, num surto de infidelidade tinha trocado alguns beijos e amassos, tudo na vertical e de figurino completo. Estava visivelmente constrangido e chateado.

Para o meu amigo e eu ficou simplesmente a dúvida do motivo do arrependimento e se você tiver alguma sugestão, será bem-vinda.

Prováveis causas do arrependimento do nosso colega:
1.- Investiu muito e o retorno foi fraco, ficou só nos beijinhos regados a apalpações.
2.- Não chegou ao seu objetivo: Alor on dance / Alors on danse ou traduzido para português burlesco: Afogar o ganso fora de casa.
3.- Ter traído a esposa.

Peço desculpas, mas a ordem não significa prioridade ou importância e não necessariamente nesta seqüência, só que para alguns...

Se ele soubesse que isso é mais comum do que imagina. KKKK.

Por isso lembrem: Serei-te fiel na alegria e na tristeza, na cordura e na safadeza.

Quando o arrependimento torna-se "sintoma" de fidelidade (desculpem por ter usado o termo sintoma como se fidelidade fosse um tipo de doença), você está no caminho certo, devagarzinho chega lá! e ganhará o tão desejado,  -para você pela sua mulher-, arinho na cabeça ou um chapéu de viking, com o qual ela te presenteará sem querer e com certeza com uma dose de arrependimento, tão igual a que você experimentou . É ruim!!!!

Você lembra do nome do último espetáculo apresentado pelo genial Cirque do Soleil no nosso país?
Ah não!!!

"A L E G R I A"

Fotos: Barcelona. Espanha.

Uma cidade para encantar.
Uma cidade para sonhar.
Tão espanhola que parece catalã.
Tão catalã que parece espanhola.
Lugar para dar rendas soltas à imaginação e até onde pode surgir repentinamente, a vontade de querer ficar, mas quando se reflete, se analisa e se conhece, percebe-se que tem os mesmos problemas e as mesmas soluções das grandes metrópoles e de toda Espanha.

Aqui, como em outros tantos lugares do mundo, os sonhos podem se tornar realidade, ou simplesmente virarem pesadelos.

Hoje é tudo tão global!

As realizações se exportam com agilidade e chegam até estas paragens de maneira fugaz. As frustrações e flagelos também se exportam e chegam a todos os lugares com a mesma velocidade. A diferença radica só nas barreiras que eles podem encontrar em seu afã de penetrar e corroer as sociedades ou parte delas.

Para quem tiver alguma dúvida, recomendo assistir o excelente filme espanhol "Biutiful", estrelado pelo também excelente ator Javier Bardem e ambientado nos subúrbios de Barcelona. Só que provavelmente, após o filme, não se terá muita vontade de conhecer o lugar, mas com certeza, os turistas sempre, ou quase sempre, ficamos longe destas realidades. Vale a pena conferir esta obra e visitar a cidade também.

Em resumo, é tudo e é nada. É um cartão postal, aliás, uma maravilhosa lembrança visual, alimentícia, ...

Decidi postar algumas fotos, das esquinas que passei, dos lugares por onde mais andei e dispensar as clássicas e conhecidas imagens das fontes dançantes do Palau Nacional e da Igreja da Sagrada família, senão no lugar de um blog, do meu espaço e de todos os que compartilham em certa medida os meus pontos de vista, converter-se-a num guia turístico e estou bem longe desta pretensão.

O importante para mim não foi o que vi, senão como eu o vi e o que penso do que vi. 

Os lugares por si só, são só lugares.

 Com as estátuas humanas da Rambla. Curiosamente este mesmo termo: rambla, ao chegar a Montevidéu percebi que tem outra acepção.


 Na mesma esquina, só que saiu o ônibus de turismo e entrou o turista. Cá entre nós, a foto ficou bem melhor comigo do que "sem migo".

 A mesma situação, o turista incorporou-se ao environment e deu um boost ao lugar. Parabéns para o turista!!!


 Aproveitei e fui na praia também e sem assumir aquela peculiaridade dos brasileiros de comparar tudo com o que que têm ou conhecem, posso dizer que tem o seu charme, a curiosidade das mulheres fazerem topless praticamente no meio da cidade, a limpeza, mas tenho a reclamar do desconforto daquelas pedras que não convidavam muito a deitar, mesmo que os "nativos" deitavam e rolavam e também não agradei muito daquele simulacro de areia, mas para ser justo, sai do corpo mais fácil do que a das nossas praias.

Deu na mesma, acabei comparando como bom aprendiz de "brasileño".


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Os 83 do meu Pai.

Hoje fiz as contas, um resumo desgarrado de todas as vezes que meu pai cumpriu anos e eu não estive do seu lado, não estava presente, estive muito longe e neste 15 de fevereiro não tem sido diferente.

Este é também mais um dos pesos da emigração. Aquelas coisas que só quem as sente é capaz de interpretá-las e de calcular o valor do sentimento e do pesar, que a dizer verdade não é possível de contabilizar.

Estou receoso de que inesperadamente chegue o último dia, como costuma acontecer sempre com o último dos dias, como já aconteceu com o último dia de todas as pessoas que amei e que  um dia partiram.

Que não tenha a oportunidade de abraçá-lo e de quanto mal me tem feito o não poder repetir esta ação todos os dias, como uma simples rotina, como um maravilhoso costume.

Inevitavelmente, na medida em que envelhecemos, queremos mais a vida, mas temos mais ciência da morte, pensamos mais nela.

Estas são só tontas ideias provocadas pela saudade. Pensarei positivo para atrair boas realizações.

Pai: o último dia de nós está bem longe e ainda comemoraremos juntos muitos mais aniversários.

Parabenizar-te, dizer que te amo, chorar pela distância, isso tudo e mais eu já fiz, mas é tão pouco, é quase nada.

Continuarei te ajudando a viver. Isto é mais concreto, mais necessário e por sinal é o que eu faço por ti e o que você faz por mim, desde que nasci, só que com um pequeno detalhe: você, Graças à Deus, também me obriga a viver.

Abrace o seu pai por mim.

Abrace-o por aqueles, que nunca mais poderão repetir este gesto.

Abrace-o por ele.

Abrace-o por você.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Fotos: Foz de Iguaçu. Cataratas e Itaipu.

O privilégio e a alegria de visitar um dos lugares mais sensacionais da Terra: as Cataratas do Iguaçu e de contar com a melhor companhia que poderia ter: a minha maravilhosa família. Obrigado à Natureza e a lugar por existir. Obrigado às minhas pessoas queridas por serem.






O espetáculo das águas visto desde o ládo brasileiro. Sem dúvidas o melhor para apreciar as quedas.







O gigantesco potencial do homem converteu-se em realidade. É genial. É grandiosa. A Usina hidroelétrica de Itaipu, com todas as engenhosas soluções de engenharia, exemplo de colaboração entre povos atendendo às necessidades dos seres humanos.

A expressão: "Engenhosas soluções de Engenharia" poderia parecer pleonasmo, mas não é. Há "soluções" de engenharia que não são nada engenhosas. Nos meus longos anos como engenheiro já vi de todo um pouco. Será que eu também fiz alguma daquelas ...? Bom!, pelo menos não lembro. KKKKKK.




quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Just a Dream

Todas as pessoas, ao chegarem a uma etapa determinada da vida deveriam escrever um pouco sobre si. Ao menos se não forem as clássicas memórias, seria bom relatar sobre fatos que aconteceram ao longo dos tempos.

O momento depende de cada um, de sentir que se chegou ao auge da sua caminhada, a um nível de amadurecimento que permita escrever com critério e dedicação.

Eu estou quase decidido a fazê-lo, mesmo sem saber se é por ter amadurecido ao ponto de quase apodrecer ou porque esteja no ápice do fundo do nada, mas o farei.
 
Tenho algumas-muitas preocupações. Há inúmeras passagens que não saberia como descrevê-las para que sejam assimiladas da maneira em que aconteceram. Há outras que gostaria que nunca as entendessem.

Reconheço que é mais fácil confundir do que explicar, mas não quero que ninguém se perca, senão pelo contrário, que me encontrem, que me achem, que me enxerguem simplesmente como o que sou: filho, irmão, primo, tio, pai, amigo, homem,..., ser humano.

Quero dizer coisas, falar do meu refinado gosto por coisas toscas, da minha oculta inclinação a rir de todo, da minha renúncia a hipocrisia, - não consigo dissimular os sentimentos -, mas estou aprendendo sem me tornar mais um hipócrita neste mundo.

Falar das minhas absurdas metas ou das fotos tiradas de perto que ficaram horríveis.

Será o livro do riso.
Será o livro da dor.
Será o livro da verdadeira vida.
Fatos protagonizados por mim.
Coisas que sei.
Coisas que vi.
Coisas que senti.