terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Três Marias.

O título desta postagem, poderia nos remeter ao nome de uma cidade mineira, à produtos comerciais, a um sem fim de coisas, mas a referência exata são as três Marias que encheram a minha vida de felicidade e fazem com que cada dia eu agradeça mais por estar vivo e conquistar um novo amanhecer.

A Maria, minha mãe, que me deu a vida, mas que infelizmente não conseguiu acompanhar meus dias por muito tempo, mas os anos que fisicamente estivemos juntos serviram para uma eternidade. Ela nunca partiu, sempre está do meu lado.

A Maria, a virgem, que demorei um pouco para entender da sua sublime existência. Antes não me era permitido.

E a Maria, minha esposa, para a qual tanto fiz, mas que nunca conseguiria retribuir o tanto que ela fez por mim, pese a todo. Aquela entrega. Aquele amor quase calado, afogado.

Palavras não teria para expressar e exprimir com exatidão os meus sentimentos, mas o Roberto Carlos e o Erasmo, se encarregaram de fazê-lo.

Desde que descobri esta canção, que foi cantada durante um daqueles inesquecíveis shows de Maria Bethânia, soube que essa era a nossa música.

É um reflexo do meu amor, do que sinto.

Você não sabe quanta coisa eu faria
Além do que já fiz
Você não sabe até onde eu chegaria
Pra te fazer feliz
Eu chegaria onde só chegam os pensamentos
Encontraria uma palavra que não existe
Pra te dizer nesse meu verso quase triste
Como é grande o meu amor

Você não sabe que os anseios do seu coração
São muito mais pra mim
Do que as razões que eu tenha pra dizer que não
E eu sempre digo sim

E ainda que a realidade me limite
A fantasia dos meus sonhos me permite
Que eu faça mais do que as loucuras que já fiz
Pra te fazer feliz
Você só sabe
Que eu te amo tanto
Mas na verdade meu amor 
Não sabe o quanto

E se soubesse
Iria compreender
Razões que só
Quem ama assim pode entender

Você não sabe quanta coisa eu faria
Por um sorriso seu
Você não sabe até onde chegaria
Amor igual ao meu

Mas se preciso for, eu faço muito mais
Mesmo que eu sofra ainda assim eu sou capaz
De muito mais do que as loucuras que já fiz
Pra te fazer feliz

Mas se preciso for, eu faço muito mais
Mesmo que eu sofra ainda assim eu sou capaz
De muito mais do que as loucuras que já fiz
Pra te fazer feliz.

DE CORAÇÃO.

PARA VOCÊ.

https://www.youtube.com/watch?v=Iew0qbFHcdo

Você sabe de quem estou falando?

Esta é uma homenagem a uma artista em toda a extensão da palavra, mas acima de tudo, esta postagem é uma dedicatória a uma amiga. Eu escrevi, como se eu fosse você. Me coloquei no seu lugar. Espero ter conseguido. Conheço da tua paixão, da tua quase devoção.

Nos shows, raramente ela fala com o público. Ela fala o tempo tudo consigo mesma, com seus poemas, que ainda sem tê-los gerado, os adota como a mais divina das mães.

Ela não se dirige especificamente a ninguém, mas todos abandonamos a sala como se ela tivesse cantado exclusivamente, para cada um dos presentes.

É íntima e distante. Próxima e inatingível.

É frágil. É feroz. É forte. É delicada.

Tudo nela é peculiar, desde o pezinho de uma etérea bailarina, até o langor das mãos, dos seus finos dedos, chegando até uma exuberante caveleira, capaz de incorporar as mais inimagináveis gamas de cores.

Ela não fala para ninguém, mas tem o dom de se comunicar com todos.

Se corre, suamos e ofegamos com ela.

Se grita, nos exaltamos com ela.

Se sofre, podemos até chorar por ela.

Que é uma excelente cantora, já foi dito inúmeras vezes.

Que é uma extraordinária intérprete, já foi apontado infinitas vezes.

Mas o que mais me impresiona, é a maneira singular que ela e só ela tem, de dizer as coisas, desde as mais simples belas frases até as mais complexas melodias.

Ela já tocou, melhor dito encostou na minha mão e confesso que me senti temporariamente, abençoado. Possuído pelo feitiço da fada.

Ela não é uma mulher, não é uma mulher que canta, é quase uma divinidade no palco. É praticamente, uma entidade para a platéia, que a venera e a qual ela sempre honra.

É a rainha imortal de todas as colmeias, capaz de atender a todas as operárias e a todos os zangões.

Ela também é plural. São muitas e é única.

Longa vida para você! Que pese a toda esta metáfora, é tão real, tão verdadeira, tão humana como todos nós e um dia pode nos deixar, partir para o firmamento, deixar uma interminável estela de saudades e um incomparável poço de nostalgias.


Apareça mais por aqui, por favor!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Ghandi

Recentemente, recebi de um bom amigo, um famoso diálogo atribuído a Mahatma Ghandi, da época em que ele estudava Direito no College London em 1888, respondendo com DIGNIDADE e ORGULHO SADIO às provocações de um arrogante professor, chamado Peters alguma coisa.

Depois reparei que esse mesmo texto tem sido reproduzido em inúmeros blogs pelo mundo. Os brasileiros também ecoaram estas palavras.

É ótimo, quando os recursos virtuais ficam em função de disseminar o bem. Não obstante, que infelizmente muitas pessoas já encontraram desgraças e infelicidades  nas redes, ainda acredito que a balança esteja a favor do bom uso, como por exemplo, estreitar as relações, diminuir as saudades e elevar os conhecimentos.

Se certamente, estas palavras foram ditas pelo pensador, só lamento o fato de ter demorado em conhecê-las, agradecendo a este, meu bom amigo, por me oferecer as mesmas, talvez porque viu algum grau de íntima identidade entre o que estava escrito e o meu proceder.

Sem temor a errar, reconheço que a MORAL da história, não é mais que um reflexo da minha caminhada: Semeie a Paz, Amor, Compreensão. Mas trate com FIRMEZA quem te trata com DESPREZO, REJEIÇÃO, INDIFERENÇA, MALDADE e mais quando não há reais razões para isso. Raramente as haverá. Ser Gentil não é ser Capacho, nem Saco de Pancadas. Viver com DIGNIDADE faz muito bem. Eu sei disso. Tenho muito orgulho do que sou. Eu continuo. Eu ando. Eu progrido. Eu erro. Eu acerto. Eu conserto. Eu avanço. E o mais importante é que sei para onde: para o futuro, Acredito nele. Acredito no presente, como acreditei no passado.

Esta é a anedota:

Para o professor, que presumivelmente, não gostava do Gandhi (quem sabe por quais motivos? Ainda que para quem conhece um pouco da história da humanidade, das relações entre indianos e ingleses, acredito que não terá muitas dificuldades para achar uma resposta), o pensador nunca baixou a sua cabeça e foram vários os encontros entre eles, os quais muitas vezes eram tensos e até por vezes depressivos.

Um dia o professor estava se alimentando no refeitório da universidade e casualmente Gandhi (aluno na época) sentou-se à mesma mesa com ele.  Então, o mestre como não teria ficado satisfeito com a coincidência e talvez querendo menosprezá-lo apresentou a seguinte indagação:

O professor disse-lhe em tom de deboche:
Senhor Gandhi, você não sabe que um porco e um pássaro não comem juntos?  - Ao que o Ghandi respondeu: Ok. querido Professor,  já vou voando… - e mudou-se de mesa no mesmo instante ....

O professor ficou aborrecido, e resolveu vingar-se no exame seguinte, mas o aluno respondeu brilhantemente a todas as perguntas formuladas, pois como se sabe, ele era um excelente aluno.

Então, o professor resolveu fazer mais uma pergunta: Senhor Gandhi,  meu querido  e brilhante aluno, vou fazer-lhe outra pergunta: - Caso você estivesse transitando por uma rua e o senhor encontrasse  uma bolsa, e abrindo-a, encontrasse duas coisas: a sabedoria e muito dinheiro .... - Se pudesse escolher entre eles, com qual ficaria? 
- Claro que ficaria com o dinheiro! ... professor ...
- Ah!... pois, eu no seu lugar ficaria com a sabedoria!…
- Tem razão professor, cada um fica com o que não tem!...

O professor furioso com tudo isso escreveu na sua prova “Idiota” e entregou-a.
- Gandhi recebeu  a  prova e sentou-se, e alguns minutos depois  foi ter uma conversa com o professor e disse-lhe:
- Professor! ... O Senhor assinou a prova, mas não pôs a nota…


domingo, 26 de outubro de 2014

Oscar Pistorius – O Monstro sem pernas?

O que aconteceu naquele fatídico dia de 2013, só ele e a Reeva o sabem. Melhor dito: somente ele o sabe.

Talvez algum advogado ou familiar saiba exatamente o que aconteceu.

Talvez a perícia saiba realmente o que aconteceu,

Será o Pistorius lembrado como uma glória esportiva, vencedor do Laureus, o Oscar do esporte, que nos ensinou sobre superação e aceitação das diferenças, como um atleta que ganhou inúmeras medalhas e que achou que deveria ganhar muitas das que não ganhou, como o incidente com o velocista paraolímpico brasileiro Alan Fonteneles, durante as Paraolimpíadas de Londres 2012, na final dos 200 m T44?

Será o Pistorius lembrado como o Monstro sem pernas e quem sabe, sem coração, que cometeu semelhante atrocidade e que como diria a mãe da namorada assassinada, culposa ou dolosamente, catalogando-o de ser "arrogante, louco, lunático, explosivo, possessivo, distraído e sorrateiro".

Será o Pistorius lembrado?

Para aqueles que acham que onde houve fogo, cinzas ainda restam, estabelecendo o paralelo com as reminiscências de um Apartheid, que ainda não saiu, nem sairá das lembranças de uma população negra dizimada, que compara e considera leve, a pena de 05 anos pelo crime cometido por um sul-africano branco, quando esta quantidade de anos é bem inferior a que receberia um cidadão, preferencialmente negro, por matar um rinoceronte e outros animais selvagens. Não é menos certo que alguns desses animais estão em perigo de extinção.

Nenhum dos dois fatos têm justificativa.

Seriam estes, fatos comparáveis?

Em fim, as minhas palavras só albergam tanta dúvida como comportou todo o processo em torno deste incidente, que infelizmente teve tanta ou até mais cobertura da imprensa do que os funerais dos doze dias da morte de Nelson Mandela, segundo algumas estatísticas.


Será que a vida de Pistorius é mais importante que a Vida e a morte de Nelson Mandela? Mas, aqui terminam as minhas dúvidas: NUNCA.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Reflexões de um emigrante – imigrante

No mundo de hoje, a emigração e, por conseguinte a imigração deixaram de ser fenômenos, para se tornarem “commodities” do dia a dia e da realidade de milhões de seres humanos, cada um com suas especificidades, sucessos, riscos e detalhes comuns e diferentes.

É uma decisão gigantesca, que envolve muitas incertezas, rodeada de interrogantes.

A mesma pode ser tomada em circunstâncias diferentes.

Posso dizer que fui um afortunado. Não tive que enfrentar as peripécias de centenas dos meus conterrâneos, que se lançaram a um mar infestado de tubarões, com ondas significativas, sob um sol escaldante, famintos, sedentos, achando que aliviariam suas penas no lugar, que desde que nascem, se lhes inculca que é o pior lugar do mundo, onde vivem os maus.

Também há muitas histórias terrivelmente tristescruzando fronteiras, guiados por coiotes, estafadores, atacados por zetas e amparados por muitas e muitas incertezas. É o momento onde você entende que só pode contar com a fé, a sorte e os surtos de boa vontade dos homens. Que além do milagre da vida existe o da sobrevivência. Que pese a que às vezes nos sentimos esquecidos por Ele, há sempre um Deus velando, zelando ou ao menos torcendo por nós.

A parte que consegue chegar descobre que a realidade sempre é mais ou menos, do que imaginamos, mas que é lá ou ali no reduto dos maus, onde a maioria encontra a felicidade ou o que estavam procurando e nem por isso viraram maus, nem piores, nem indignos.

Outros tiveram que vender, não só seus corpos, senão suas almas, para tentar uma saída (fugida) menos complicada do país.

Eu não vendi, nem troquei, nem trai nada. Só exerci o meu direito à liberdade, a minha vontade suprema e soberana de escolher. Eu não escolhi esperar. Eu escolhi: agir.

Existem relatos mil de manifestações contrárias contra imigrantes, vistos como usurpadores.

Explicitamente, reitero: explicitamente, durante minha permanência neste país, só tive no ambiente de trabalho, uma manifestação de xenofobia e a mesma foi denunciada por mim, para a diretoria da empresa, que ficou do meu lado e não compactou com a atitude do indivíduo, que albergava uma mistura de sentimentos ruins e insanos. Confesso que esqueci o nome do sujeito. Só lembro-me daquela cara gorda e desagradável dele, que parecia que sempre estava chupando limão e com uma expressão diarreica no rosto. Nunca consegui olhar muito para ele, mas sei que nunca o vi rir.

Outras manifestações encobertas e disfarçadas existiram, mas fundamentalmente por outros miseráveis que não se adaptaram ao meu visual não saxão, a minha ascendência tercermundista, ao meu sotaque não europeu e principalmente, que não entenderam a minha dignidade, o meu orgulho, os meus valores, os meus princípios, mas eu as tirei de letra, como administro as que persistem e as que virão.

Durante muitos anos, as minhas saudades estiveram associadas à pessoas, à familiares que perdi ou que ainda me esperam, à amigos, à algumas atividades que preenchiam minha vida, vinculadas com a proximidade do mar, o estádio de beisebol, uma vida cultural mais diversificada e intensa, o amor pela leitura. Todas elas me faziam esquecer temporariamente, os motivos que me forçaram a emigrar: a asfixiante situação em que sobrevivia, no meu país de origem.

Retornava de visita, com certa frequência, ao lugar onde nasci, mas sempre voltava com uma carga de insatisfações e dores ao mesmo tempo, mas com a convicção e o compromisso da missão que me tocou: viver e ajudar a viver aos meus.

As sequelas do abandono, da renúncia.

Nunca me senti abandonado. Eu não renunciei a nada.

Os meus filhos desde que conheceram o lugar que deu vida aos seus pais e quando voltam a visita-lo ficam felizes, porque lá eles sentem o peso e a alegria de terem família aumentada. De saberem que são queridos e bem recebidos por muitas pessoas, que estão curiosas por se relacionar e sentir que são próximos, como deveriam ser, se o destino não tivesse traçado outro derradeiro para eles.

A felicidade, a alegria, o bem estar, as conquistas, não apagam as nostalgias, que vão se transformando.

Ora não me importava com o lugar como tal, as minhas saudades tinham uma fonte, essencialmente humana. Hoje almejo poder passear por aquelas ruas onde o vento batendo no meu rosto me trazia só calmaria e lembranças da minha infância, de quando era um menino feliz, quando ninguém estava morto, de quando a possiblidade de emigrar, nem chegava perto dos meus pensamentos. Nunca pensei em emigar, simplesmente emigrei. Não tive que passar por aquele calvário mental, aquela angústia que rodeia aos emigrantes da minha ilha.

Poder ir: posso. Poder fazê-lo: posso, mas a beleza literária das recordações esbarraria com uma realidade nua e crua e temo quebrar o idílio da minha imaginação, que às vezes não acordou deste maravilhoso sonho que é viver, desta inigualável realidade que é a vida.

Independentemente, do que alguns possam pensar e inferir, eu não sofro tanto assim, eu me divirto muito, eu sou feliz, sou muito grato a tudo de bom que aconteceu comigo, ao que aprendi, ao que agreguei e a todos os que tiveram algo para me ensinar inclusive até quando aparentemente, era eu quem estava ensinando-os.

Esses são os ingredientes dessa enorme iguaria, que é a vida e que eu aprendi a saborear: Alegrias e Tristezas.

Que seja do jeito que for, mas é bonita, é bonita e é bonita!

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Boa Viagem. Boa Sorte!

Hoje, me despedindo de um entranhável amigo, que como dissera o grande Ivan Lins, vai começar de novo, mas que tem um pouco de dificuldades em contar com ele mesmo, afortunadamente encontrou e me enviou uma passagem do genial Fiodor Dostoievski, da obra Os irmãos Karamazov, que o estimulou e reconfortou, (e por que não também a mim?), nos momentos de dúvidas e fraquezas, quando esquecemos que o medo devora a alma.

Curioso ver, como este virtuoso das letras e da imaginação, de quem brotaram joias como O Idiota e Crime e castigo por citar só algumas, há muitos anos, séculos, já tinha sua visão formada sobre o que nos dias atuais, tanto comentamos sobre zona de conforto. Os problemas existenciais, sempre foram os mesmos, sempre existiram.

Lembro também nessas horas, de uma música que no mundo hispânico imortalizou o singular intérprete catalão João Manuel Serrat  “Pueblo Blanco”, e cujos versos finais me ajudaram muito quando decidi emigrar, que é o mesmo que ele está fazendo agora.

Escapad gente tierna, 
que esta tierra está enferma, 
y no esperes mañana 
lo que no te dio ayer, 
que no hay nada que hacer. 

Toma tu mula, tu hembra y tu arreo. 
Sigue el camino del pueblo hebreo 
y busca otra luna. 
Tal vez mañana sonría la fortuna. 
Y si te toca llorar 
es mejor frente al mar. 

Si yo pudiera unirme 
a un vuelo de palomas, 
y atravesando lomas 
dejar mi pueblo atrás, 
juro por lo que fui 
que me iría de aquí... 

Pero los muertos están en cautiverio 
y no nos dejan salir del cementerio.

Este último verso representa fielmente um lugar que conheço muito bem, aliás, conhecia.

Mas não podemos perder a perspectiva de que não estamos mortos e também não nascemos com alma de árvores.

“Somos assim: Sonhamos o voo, mas tememos a altura. Para voar é preciso ter coragem para enfrentar o terror do vazio. Porque é só no vazio que o voo acontece. O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas. Mas é isso o que tememos: o não ter certezas. Por isso trocamos o voo por gaiolas. As gaiolas são o lugar onde as certezas moram.”

Os irmãos Karamazov.


Fiódor Dostoiévski

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Coisas desse tipo.

Um candidato a governador do estado de Minas Gerais teve a infeliz colocação de chamar minorias, de classificar a diversidade social, não como seres humanos, senão como “Coisas desse tipo”. O Rapper Renegado deu uma bela resposta a tão inconcebível raciocínio.

As pessoas são traídas pelo subconsciente, deixam escapar as essências mesmo se policiando, simplesmente porque as aparências enganam.

Citarei as palavras de um pequeno-grande amigo, para completar a ideia sobre esta postagem.

As pessoas costumam se apresentar e aparecer da maneira que desejam que nós as vejamos.

O fato é que nem nós mesmos nos conhecemos por completo. A gente se surpreende com as barbaridades que fez no passado e ainda nós temos receio que pratiquemos outras no futuro. Imaginem querer prever 100% do comportamento do seu semelhante, só pelo que ele dizer e prometer numa campanha, num ato de desejo ou ambição de poder. Se fosse estoicismo, voluntariado, entrega incondicional, uma dedicação a mais fora da atividade produtiva diária, queria ver quantos estariam se candidatando, ou se ao menos o 10% dos candidatos atuais permaneceriam em campanha.


Apoiando a causa da resposta do Renegado, os meus filhos foram escolhidos por olheiros para o clipe, representando a diversidade e a beleza da raça negra.


domingo, 31 de agosto de 2014

Perth, Austrália.

Capital do estado de WA (West Australia) é uma cidade com indiscutível qualidade de vida. Percebe-se que lá, as coisas funcionam. De agradável geografia. Um mundo construído sobre a areia do deserto desta ilha – país – continente. Um lugar onde pode-se viver e ser feliz, tanto quanto em muitos outros cantos do planeta, salvando algumas diferenças, mas mesmo com todas as facilidades que esse mundo oferece, não acredito que sejam mais felizes do que eu, ainda tendo eles uma vida melhor.




É um mundo ideal para quem sempre faz as mesmas coisas, da mesma maneira e se sente bem.

Há conquistas imbatíveis: a segurança, os serviços públicos como o transporte a educação em geral da sua população, a limpeza de suas ruas e calçadas.

Flora e fauna peculiares. 




Belos passeios e paisagens.

A pesar do predomínio dos seus segundos oriundos habitantes, porque os primeiros, os aborígenes vivem segregados e não inseridos e incorporados ao dia a dia da região, as características de cidade incipientemente cosmopolita, já se apreciam. Tem gente de muitas partes do mundo, de todas as cores e fisionomias. Nesse quesito está como qualquer outro lugar sem identidade.

É linda desde o ar. É linda desde a terra. Mas do que isso é interessante e diferente. Tão diferente como igual, seguindo a tendência das cidades novas ou renovadas, de construírem modernos núcleos arquitetônicos. 





Se um dia eu decidir visitar o país com a minha família, e possível que a visite novamente, senão ficará simplesmente como uma boa lembrança. Será suficiente.

Cidades melhores, mais bonitas e interessantes já visitei e com certeza outras mais me aguardam, onde me sentirei igualmente bem e serei, talvez, melhor recebido.


Valeu!

Nada e tudo ao mesmo tempo

Há poucos dias perguntaram-me novamente a razão pela qual até agora, eu não criei um perfil e me aderi a uma das mais usadas redes sociais do momento, aquelas que trabalham com a imediatice, onde quase que em tempo real ou até em tempo real, você pode acompanhar a vida de outras pessoas, assim como outras pessoas podem expor sua vida, nos mais impensados detalhes.

A pessoa respondeu por mim: Entendi, o problema é que você tem um blog que substitui as citadas redes sociais. Simplesmente a Resposta está Errada.

São propostas diferentes. O objetivo do meu blog não é viver a vida dos outros, nem fazer com que os outros vivam a minha. Este não é um mecanismo de exposição da minha imagem, com excesso de fotos e com preocupante quantidade de selfies, cultuando de maneira doentia a própria imagem.

O blog pretende passar pensamentos, é uma abordagem mais introspectiva e racionalizada. Não quero nem que os outros pensem como eu, senão que saibam como penso e que se identifiquem ou não com as minhas ideias.

Não quero perturbar, nem importunar as pessoas com notícias minhas e até criar estados de ansiedade e dependência. Quero que as pessoas me procurem através do meu blog, quando quiserem, quando tiverem vontade e não estarem obrigadas, sem perceberem que o estão, a saberem e acompanharem minha vida, da mesma forma, em que eu não me veria obrigado, a mante-los informados.

Tenho muito para viver na minha vida e com os meus. Quero que os outros sejam livres de viverem e enriquecerem suas vidas. Quando quero saber dos outros, daqueles que me interessa realmente saber, entro em contato e lhes pergunto, ou simplesmente lembro deles com alegria.

Só escrevo em  prosa. Se alguém gostar, rir, se incomodar ou tiver qualquer reação, não tem que curtir ou não curtir.

Eu não sou poeta. Não conseguiria escrever um verso, quanto mais uma poesia. Só um estúpido, poderia achar que eu tenho essa pretensão. Eu só quero escrever, me expressar, compartilhar e ser avaliado por quem realmente tenha alguma coisa a ver com o que escrevo. O resto, pode se sentir liberado, isento da necessidade de saber o que passa pela minha cabeça.

Não escrevo para todos, mas escrevo para quem quiser ler.

Quem estiver afim de criticar pela arte de não tolerar. Quem se incomodar com o que leu por albergar uma ou várias misérias humanas, certamente estará malgastando o seu tempo, tendo muita coisa a fazer para emprega-lo de uma maneira bem melhor: não me leia, não me procure, não se interesse por mim.

Agora, se você for do Bem, se estiver aberto a entender, a receber, a deixar entrar uma mão que escreve para te ajudar e se ajudar a si mesmo, continue lendo, que mesmo sem aparentemente eu saber de você, nem do positivo da tua recepção, eu ficarei feliz e você também e quer saber como eu ficarei sabendo? Por uma razão muito simples: ou porque me enviará um reconfortante comentário, ou porque decidiu não enviar comentário algum, mas principalmente, porque não tentará me incomodar e falo tentar, porque pessoas más, não me atingem, a vida é tão rica que seria um crime se desarmar pela pobreza de espírito dos que não sabem viver.

Quando se ama a vida, quando se têm muitos motivos para querer viver, quando se ama e quando você é amado, correspondido, você é feliz e por isso, eu sou muito feliz, pese a todo e pese a todos os que se empenham em que não seja assim, mas os que querem a minha felicidade são os mesmos que não querem a infelicidade dos outros. Somos tantos, somos muitos, somos mais.

Sempre ouvi dizer que se você desejar coisas ruins para os outros, essas mesmas coisas podem se reverter e em dobro para você. Da mesma maneira funcionaria ao contrário. Talvez esta seja a razão de todas as coisas boas que têm acontecido comigo durante toda a vida. Você não precisa ser um santo e nem uma alma caridosa para não desejar o Mal dos outros. Eu não sou nenhuma das duas coisas e nunca desejei o mal de ninguém.

Vivam! Deixem viver aos outros! Fiquem menos pendentes da vida alheia! Vão ser mais felizes.

Agora, se você quiser participar das redes sociais, se ficar pendente da vida alheia, se viver a vida dos outros e não a tua, se expor a tua vida um pouco ou até a saciedade, se a curiosidade, te fizerem feliz, quem sou eu para te criticar? Por favor, continua fazendo aquilo que te reporta felicidade, sem prejudicar a vida e a felicidade dos outros.


Mas, quem sabe um dia eu sucumba e entre nas redes sociais. Sei que também há coisas muito interessantes, postagens valiosas, que permitem se manter atualizados e que podem funcionar como um fórum, como um termômetro para avaliar questões gerais. O tempo falará por mim.

segunda-feira, 31 de março de 2014

Rottnest Island


A poucos quilômetros da costa oeste do continente australiano, na direção sul, encontra-se a Ilha de Rottnest. Um pedaço singular de terra firme, que caprichosamente brotou no meio do nada, com espécies endêmicas e únicas de animais e plantas. Mas, Ccntam que já fez parte do continente antes do nível do mar se elevar ao ponto de isola-la.

Não consegui conter o impulso de interagir com este simpático marsupial o quokka. A textura da pele não parece real. É bem próxima à de um bicho de pelúcia. É em extremo dócil e num território sem veículos, o condutor do ônibus de turismo tem que carrega-lo para tira-lo da via. Aqui só circulam bicicletas.


Um lugar remoto, mas com história, que poderia ser contada pelas muitas embarcações que tiveram marcados o fim dos seus dias, nas proximidades dela, ou pelos relatos dos presos que foram confinados durante a Segunda Guerra Mundial.



Foi um lugar sagrado dos aborígens australianos.

Além das muitas experiências e agrados que me proporcionou esta visita, representava a minha primeira vez nas águas do Oceano Indico um dos grandes 05 oceanos da Terra. Para nossa recompensa o mar nos presentou com águas cristalinas, limpas e não tivemos a surpresa do encontro com nenhum dos temidos tubarões que proliferam nestas regiões.




No lugar destes predadores, fomos recebidos por outros peixes e curiosos representantes da fauna marinha.

Praias, enseadas, baias, lagoas, vegetação fundamentalmente rasteira ou de baixa altura. Fortes ventos.





Fremantle foi a cidade – porto que nos abriu o caminho para chegarmos até aqui. 

terça-feira, 11 de março de 2014

Para os meus ex-alunos. Para os meus futuros alunos.

Resgatei este e-mail, que na ocasião enviei para um excelente aluno: Ricardo Neves, que estaria se transferindo para outra cidade, por causa de uma nova e supostamente boa oportunidade de trabalho.

A propósito: Por onde andarás?

Isto foi escrito acho que em 2009 e me parece que o acabei de escrever.

Caro Ricardo,

Tudo bem com você?

Já começou a nova fase da tua vida, incluindo a transferência de localidade?

Desejo-te muito boa sorte.

Quero aproveitar a felicidade de ter o teu contato para que sirva de disseminador do conteúdo das palavras que seguem, para toda a turma da pos adm 24. Preciso me comunicar com todos.

Desde já grato e grande abraço.

Caros alunos,
Gostaria de manifestar-lhes a grande satisfação que me proporcionou trabalhar com vocês.
Toda vez que concluo um módulo, como aconteceu nesta oportunidade e consigo constatar o grau da assimilação do conteúdo passado durante os nossos encontros, sinto o inigualável prazer do dever cumprido e mais quando na sala a composição profissional é tão heterogênea.
Sou muito grato também pelas palavras que alguns me disseram durante as aulas e outros as verteram na folha de avaliação final do curso. Por tudo o que aprendi com vocês, pelas críticas também.
O meu compromisso com a qualidade do ensino é sublime e junto com ele, a minha convicção de que mais do que um professor, sou um educador, um formador e que a minha tarefa não acaba na sala de aulas, senão que devo fazer o meu melhor para ajudar a viver e crescer aos meus alunos.
Queria chamar a atenção para uma opinião que foi expressa numa avaliação e é com relação a um aluno, que realmente não é interesse meu e acredito não deve ser de ninguém saber quem foi o autor, porque cada um é livre de pensar e expor as suas ideias, com relação aos chamados que fiz para estimular a participação de todos durante as aulas, preservando o respeito e o direito de cada um de errar e acertar e de que todos estavam na sala para aprender, inclusive eu.
Em primeiro lugar, este é um princípio estipulado pela instituição.
Em seguida, tenho certeza de ter sido muito cuidadoso ao solicitar a intervenção de todos e o fiz em condições de extrema informalidade com o intuito de não ferir susceptibilidades.
Fiquei surpreso quando li que alguém alegava que eu fui muito insistente neste item e que por momentos o encarou como um ato de assédio moral.
Peço infinitas desculpas se alguém o recebeu desta forma, não foi a minha intenção mesmo que este seja o resultado.
Não tenho registros na minha memória de ter humilhado nunca ninguém. Ajo sob o princípio de não lutar contra ninguém, de não fazer mal a ninguém e de aproveitar o meu precioso tempo em lutar por mim e os meus, por enriquecer espiritualmente a minha pessoa e isto tento passá-lo para os que me rodeiam.
Acredito que faz bem para cada um, saber que não é mais um rosto na multidão, sem voz e sem critério. Todos devemos e temos que ter direito a sermos ouvidos e escutados e as pessoas têm a obrigação de respeitar as opiniões de cada um, mas se não são expressas, não haverá como tê-las em consideração.
Eu só queria colocar um pequeno grão de areia na árdua tarefa de elevar a autoestima de cada um de vocês, de não pedirem licença para irem à luta.
Os extremos e os excessos não conduzem a bons resultados.
Reitero que não se devem interessar por saber quem escreveu a citada opinião. Pode ter sido tanto uma pessoa que nunca participou ou qualquer outra que tomou as dores de alguém. Eu só me pergunto quais dores?, mas eu também não tenho o direito de julgar o que cada um possa raciocinar.
Finalizo com uma mistura de MUITO OBRIGADO e DESCULPAS.
Sinceros abraços, inclusive para quem se sentiu lesado ou lesada.
Aos meus ex-alunos, para os meus eternos amigos.
 Lino

segunda-feira, 10 de março de 2014

5to grado. Добро пожаловать, дорогие советские товарищи!

El 5to grado de mi escuela primaria, me trae muchos recuerdos: la mayoría gratos.

La institución era muy buena así como los recursos con que contábamos, incluyendo los escolares, los almuerzos, meriendas y las edificaciones. Todo era de elogiar.

Con relación a los profesores o maestros como los llamábamos, había de todo, como en botica, la mayoría eran muy buenos, de la vieja guardia, pero en el año 1971 - 1972, todavía no habíamos sido invadidos por los “Makarenkos”. Para ser justo, no todos eran malos profesores y yo casi no tuve profesores (alumnos) de este contingente. Solo tengo referencias.

No estoy aquí para juzgar si esta decisión fue cierta o errada, si obedeció a un momento histórico y a una necesidad determinada. No vivo para juzgar. Vivo para solucionar problemas, en esta única vida que todos vivemos.

En quinto grado: “Nuestra unidad Rubén Bravo,
 que es símbolo que es símbolo de lealtad…”, ese era un trecho del himno que cantábamos todos los días, fue cuando tuve mi primero contacto con la filatelia, que después me convertí en un ávido coleccionador y con la colombofilia, de la que aprendí muchas cosas, aunque nunca he tocado en una paloma.

Son aparentemente dos actividades intrascendentes, pero ayudan a forjar carácter, a crear paciencia y espíritu de secuencia, a trabajar para objetivos más distantes y menos inmediatos. Ciertamente, entre otras cosas, esas actividades posibilitaron mi crecimiento ulterior, tanto es así que regresé en el sexto grado, con otras cualidades que me permitieron desarrollar liderazgo en la escuela, mis resultados académicos fueron impresionantes y marcaron los mismos o sea, la misma conducta en lo que se refiere a los estudios, hasta graduarme como ingeniero, algunos años después.

En quinto grado, di mi primer beso consciente (di varios y para varias niñas) y toqué las primeras incipientes téticas. Era casi que instintivamente.

Quinto grado fue el escenario de mi primera cirugía de hernia inguinal, de todas las que hice. Estuve pocos días internado en las Católicas Cubanas y hasta recuerdo el nombre del eminente cirujano que me operó y que días después marchó para los EEUU. Tengo certeza que cuando salí del hospital, ya estaba con hernia nuevamente. Por un lado el método usado no fue el más indicado y por otro, yo no sabía vivir sin hernia. Por esta razón, creo que sin querer, yo mismo la traje de vuelta.

Demoré mucho para hacer esa operación, porque era muy flaco y siempre estaba con anemia. Increíblemente hice una reacción endocrinológica inesperada al tratamiento de sueros pos-operatorio que me hicieron engordar mucho en pocos días, parecía en que habían inflado y se pueden imaginar las dificultades que pasé de ropas en aquellos tiempos tan difíciles de la economía cubana. Tuve que salir del hospital en calzoncillos. Nada me servía. Pero bueno, quinto grado también marcó mi fase efímera de gordito / gordón, que duró hasta el inicio de séptimo grado, cuando tuve la idea y decisión de ingresar en un colegio militar.

No sé si repararon que cuando hice alusión a la idea, no dije si fue buena, genial, estúpida, etc, porque en resumen, fue todo eso al unísono, pero confieso que agradezco, después de pasados muchos años, el haber tomado esa decisión, que fue el inicio de tantas cosas buenas y de tantas desgracias al mismo tiempo, pero la vida es eso, una mezcla de todo.

Durante los pocos días que estuve ingresado en el hospital, tuve mi primer contacto con la muerte de niños. Yo no sabía que los niños morían y el que dormía en la cama de enfrente, desapareció una noche inesperadamente. Mi mamá intentó ocultármelo, pero después llegó una conserje y comentó lamentando el deceso del niñito.

Recuerdo ahora un trecho de aquella música: Si alguien roba comida y después da la vida qué hacer?, hasta dónde podremos practicar las verdades, hasta dónde sabremos?... Y lo digo porque aquella misma simple mujer, que servía la comida, era de una generosidad y dulzura incalculables. Tanto era así que ella siempre le traía a mi mamá un poco más de gelatina, para que yo me alimentara, porque estaba flaquito y siempre hubo aquello de la gelatina era buena para la salud. Si ella supiera lo que pasaba? Yo no podía ver la gelatina ni en pintura y mi mamá  le tenía mucho asco, pero ella, para no hacer el desaire, siempre se comía la mayor parte. Oh mi María – mamá!

En quinto grado comenzó mi inclinación por practicar deportes. Era atletismo y un poco de balompié. Eso me ha acompañado para toda la vida.

Pero bueno, el motivo fundamental que me motivó a escribir estas líneas, fue un hecho en específico que se repitió varias veces durante ese curso y que ahora, al regresar recientemente de Rusia, vino a mi mente.

La escuela era visitada frecuentemente por delegaciones extranjeras. Era una ventana del desarrollo de la educación escolar en el país y siempre había un grupo de niños escogidos, para recibir las visitas, con un corito ensayado y sonrisas incluidas, acompañados bien de cerca por una profesora, que indicaba el momento de aplaudir, de jolgorio, de alegría, de orden.

Todos los niños éramos vanguardias a diferentes niveles, excepto una, lánguida, blanquita, de cabellos lisos, claros y largos. El padre de ella viajaba con frecuencia al exterior y eso permitía que las profesorcitas ganaran regalitos baraticos de vez en cuando, pero para un país con tantas carencias, cualquier plumita era bienvenida y las profesoras se mataban por tener a ese tipo de alumno en sus aulas. 

Es para reir. Es para llorar. La pobreza del alma. 

Lógicamente que ella, la niña M. no podría faltar en la comitiva de recibimiento a los ilustres visitantes.

Para completar el paquete, ella sabía decir una jerigonza supuestamente en ruso, que aprendió con el padre pudiente "Добро пожаловать, дорогие советские товарищи!" y que traducido sería “Bienvenidos queridos compañeros soviéticos”. Ella era arroz de fiesta y toda vez que venía una delegación soviética, allá iba ella a gritar esos fervorosos sonidos, que distaban bastante de la pronunciación de las palabras reales en lengua rusa, cosa que supe posteriormente cuando comencé a estudiar el idioma.. 

Tanto es así que los "rusos" nunca entendían, pero la profesora que nos orientaba, daba las instrucciones para aplaudir y después decir el lema (que tampoco entendían) y allí los rusos no tenían otra alternativa que entrar en la danza, con aquellas caras de paisaje, sin entender nada de lo que estaba aconteciendo. Pero la niña ganaba connotación, porque para los ignorantes, ella sabía hablar ruso. Ella era diferente.

Siempre era elogiada pelos rusos porque parecía una coterránea.

Tiempos después supe que hablar ruso no es ninguna proeza.

Quinto grado, también fue mi último año de infancia plenamente feliz, porque nadie estaba muerto, porque a partir del curso siguiente, me tornaría un niño huérfano y eso duele mucho. Heridas que no cierran. Dolores que no pasan. Padecimientos que no curan.

Ahora, ya finalizando, ha sido muy  bueno para mi escribir nuevamente en español, pero esta historia en otra lengua diferente de como los hechos ocurrieron, no tendría el mismo sabor. También es para que la entiendan los que puedan entenderla.

Recuerdos para Regla, mi compañera de mesa, para Reina, una exuberante buena amiga, para Regino que ya en esa fecha era el tormento del aula y también de la escuela, para  el gordito F que se hacía pipi en los pantalones, tenía pestecita pero era buena gente y hasta para M, la niña sajona de la jerigonza, ella también fue usada.

Recuerdos para todos.

Pido disculpas.

domingo, 9 de março de 2014

Que nunca entendam! Que demorem em entender!

Os nossos filhos não entendem, por que a Mãe chora e o Pai fica triste, quase chora, ao assistirem certos filmes.

Estávamos num maravilhoso programa de fim de semana, em família,  apreciando a produção cinematográfica: “A menina que roubava livros – The book thief”, excelente, sem apelações, ambientado nos tempos do fascismo alemão, durante a II Guerra Mundial, mostrando que sempre é possível fazer uma nova e inteligente leitura sobre temas que supostamente estavam esgotados.

Numa das passagens do filme, a minha esposa não aguentou, começou chorar e eu simplesmente disse: “se a história virar uma sequencia penosa, das que costumam ter estes filmes, deixarei de assisti-lo”, me sentia muito aflito.
Os nossos filhos não entendiam o por que dessas reações: perguntavam, questionavam, ...,  até zoavam.

Quem já sofreu a dor de perder seres queridos, muito próximos, se identifica facilmente com este tipo de dor, mesmo sendo alheia, já que até involuntariamente, te remetem ao teu passado.

Felizmente, eles não têm passado por isso, não têm experimentado a dor da fonte das saudades eternas.
Tomara que nunca entendam o pranto e a tristeza dos pais. Ao menos, que demorem muito em entender.

Tomara que a guerra não chegue até eles, até nós, até mais ninguém.
Mas, o mundo continua como sempre, avançando em espiral, voltando e recorrendo ao pior que já produziu.

Quem ontem lutou contra o fascismo, hoje pratica os mesmos métodos contra os quais lutou.
Quem sempre falou mal do fascismo, usou e usa os mesmos recursos de lavagem cerebral, de subjugação e manipulação de multidões, idealizados pelos fascistas de antanho.

A Guerra vai de fria para quente, para falsidade, para fria, para quente, para diplomacia – hipocrisia, para!...basta!, ou acabaremos com o mundo.

Vale a pena lembrar, que o mundo ainda não conseguiu sair da última grande crise.