segunda-feira, 28 de março de 2016

Julgamentos

A todos aqueles que se sentem no direito de me julgar ou que sintam vontade de faze-lo, eu simplesmente lhes faria um convite.

Os convidaria para viverem o que eu vivi, para ouvirem e dizerem o que tive que escutar, o que tive que falar. Para que compartilhem a minha vida, as alegrias, tristezas, decepções, acertos, frustrações e sucessos.

Para que tenham a oportunidade de serem um pouco eu, que muito provavelmente, no final se conseguirem chegar, superar e carregar tudo isso, irão desistir de me julgar e quem sabe, se levantem e me aplaudam, ainda que eu não precise de aplausos.

A propósito, eu não preciso de nada vindo de quem me quer julgar, não estou nem ai para as coisas que aconteceram. É tolice querer justificar, se explicar, se arrepender. Passou, tá feito!

Tôu nem ai para o meu passado e muito menos para as tuas reflexões e questionamentos sobre minha vida.

Vem cá, responda para mim: Eu te perguntei alguma coisa?

Vai cuidar da sua pobre vida!

Entender, melhorar, avançar é o importante.

Agora, se você é dos que respeita o espaço alheio, dos que reconhece as fronteiras entre o fim do meu direito e o início do teu, dos que não acredita ser melhor do que ninguém, dos que ocupa o seu tempo em se superar, ajudar, agregar, tolerar ou no melhor dos casos, se mostrar indiferente a aquilo que nada tem a ver contigo, então, você é dos meus e estamos juntos. 

Estivemos juntos ontem, estamos hoje e estaremos sempre!

Eu vivo.

Gente má e ruim, tem em todas partes, mas há lugares, culturas, povinhos  e países, onde tomam a dimensão de epidemia, hemoragia, diarreia, mas para todos eles, eu lhes dedico gentilmente, com a simpatia que me caracteriza, a letra de uma canção-poema, escrita pelo compositor e cantor cubano Amaury Pérez, no ano de 1975. Façam bom proveito! É uma pena que não posso traduzi-la para todas as línguas.

Mala gente

Yo he visto caer a un hombre
en el morral de la infamia,
vi también cómo se salva
a fuerza de golpe y golpe.

He visto morir amores
cuando mejor florecían,
por poca filosofía
o muchos, muchos temores.

He visto caer a un hombre
herido por la bebida,
vi también cómo crecía
sin porvenir y sin nombre.

He visto como se esconde
el amigo a criticar
lo que debiera adorar
con la faz y sin traiciones.

¡Ay! la mala gente,
¡ay! la gente mala
mira que me empeño
en quererles, y nada.

¡Ay! la mala gente,
¡ay! la gente mala
mira que me empeño
en comprenderles, y nada.


Yo he visto como la envidia
hecha un taladro, penetra
y baila al son de una fiesta
con el odio en compañía.

A quien empuja su vida
con la mejor buena fe
y la rinde ante la red
de la podrida semilla.

Al que ha querido ser hombre
y no ha llegado a su altura,
al que ha quedado en la duda,
al que no hay bien que perdone.

Quien cree que tiene su nombre
un digno sitio en la historia,
pero no llega su gloria
ni pa' adornarla con flores.

Yo he visto como, en la sombra,
el odio cuida a su cría
y lanza una cacería
pa' destruir lo que estorbe.

Es que el odio tiene dotes
que no he podido entender,
pues tiene más brío quien tiene
fuertes frustraciones.

Yo he sentido en tantas noches
la burla, la hipocresía
y unos ojos que aun me miran
queriendo arrancarme el broche.

El broche que da la vida
a quien le paga con bien
y que no merece
quien le cuesta caro a la vida!

Na Páscoa.

Já tem se falado e muito, da descaracterização da Páscoa como evento religioso e o seu lado comercial, em momentos em que o comércio alberga, nestes tempos de crise, sem luz no fim do túnel, todo tipo de esperanças para aumentar as vendas, assim como da referência aos dias do chocolate, especificamente aqui no Brasil, onde existe a tradição de consumir os famosos ovos e outros produtos que contêm a iguaria.

O chocolate é quase uma unanimidade, somente dispensada por alérgicos e doentes em geral, incluindo os que o evitam pela associação que é feita e provavelmente comprovada da acne na puberdade, com esta delícia vinda do cacau na maioria das vezes, doentes com tendência a obesidade ou obesos mórbidos que tomam os seus cuidados e sem esquecermos de outros que não deixam de ser doentes, mas da cabeça, que pensam que por comerem um pedaço de chocolate irão perder a forma, que em muitos casos têm forma corporal de ovo mesmo, culpando ao coitado do chocolate pelo aumento do peso e não ao conjunto de tudo o que engoliram no período.

Eu tenho dois afilhados com os quais mantenho contato e visito periodicamente e como não poderia ser diferente, enquanto forem crianças, ganharão o esperado ovo ou similar.

A minha afilhadinha tem quase 03 anos. Quando cheguei na casa dela, ainda que não era muito tarde, ela já dormia, mas os pais disseram que não haveria problemas porque ela deveria acordar de um momento a outro.  Era muito cedo para ela dormir direto, caso contrário aquela seria uma noite “daquelas”, onde ela acorda e acha que todos devem permanecer ligados.

Eu trouxe o Ovo de Páscoa, embrulhado e logo depois ela acordou e vieram os cumprimentos de praxe.

Tentei explicar que o coelhinho, aliás, a coelhinha esteve agora há pouco na sala da casa e botou um ovo para ela, por enquanto devorava algumas cenouras. Descrevi, na imaginação, as roupas que vestia a bichinha, fiz alguns sons e movimentos, mas qual não seria a minha gafe ao cacarejar. Comecei rir e parei com a encenação porque estava mais para galinha do que para coelho. Só sei que a menina olhou para mim, também riu e fiquei meio envergonhado.

Os adultos, às vezes não calculamos o alcance das nossas palavras e ações, achando que as crianças não percebem os erros de lógica.

Fomos também à casa do meu outro afilhado. Já ele é maiorzinho, tem 10 anos, recentemente foi o aniversário. Não pode se queixar, dois presentes coladinhos.

Na presença do pai, após entregar o almejado Ovo de Páscoa, eu perguntei sutilmente se ele acreditava na historinha do coelho que bota os ovos de chocolate e o pai, para não passar vergonha por causa da idade do filho, corrigiu na hora rindo: “ele sabe muito bem que você comprou o ovo na loja, senão nem vestígios de chocolate ele iria receber”, mas inesperadamente o menino falou para mim: “Sim padrinho, eu acredito sim, porque senão não ganho ovo, pela mesma razão que acredito no Papai Noel”.

Bom, parecia que a Páscoa iria terminar e que ninguém se lembraria de Jesus, o verdadeiro motivo da Páscoa, mas no domingo, de tarde, foi à festinha de aniversário de um ano do príncipe, do filhinho de um amigo e o pessoal que é evangélico praticante e bem devoto, durante as comemorações fizeram virar a festa um quase/culto, bem emocionante e lá o Jesus, como sempre se fez presente nas nossas vidas.

A nossa Páscoa foi boa. Espero que a de vocês também tenha sido igualmente boa!


terça-feira, 15 de março de 2016

RUA DO AMENDOIM NO CAIÇARA.

Para os que tiveram a oportunidade de ler a minha crônica intitulada “o Fusível”, não lhes será muito difícil chegar à conclusão que eu não sei nada de carro. Os que me conhecem pessoalmente sabem que eu mal, mal sei o modelo e o ano de fabricação, assim como dirigir para chegar aos lugares. Confesso que esse não é o meu forte.

Dias atrás, saindo de casa, de manhã, para o serviço, com a correria que me caracteriza, onde todos os minutos e até segundos contam, percebi que ao tirar o carro da garagem, havia uma poça de graxa, de óleo no chão no lugar onde estava estacionado, mais para a parte posterior do mesmo.

Não pensei duas vezes e sai. A ideia era me dedicar a resolver o problema mais tarde, porque agora o importante era chegar até a empresa, encarar as dificuldades tradicionais do trânsito, nessa hora e cumprir os meus compromissos.

Há muitos anos atrás eu tive um carro e aconteceu o mesmo, mas o óleo pingava por baixo da parte anterior do carro. Naquela ocasião eu tinha esbarrado na rua com um ferro que estava no pavimento e furou alguma coisa. Demorei alguns dias e levei o carro para uma oficina do bairro, que pensei que seria mais em conta o que de fato não foi. Logicamente, que naquele lugar não boto nunca mais os pés. Tive desgostos, reentradas com o carro por serviço mal feito, etc.

Quando cheguei ao escritório, conversei do assunto, como de costume, com o amigo "C", um rapaz que entende de muitas coisas práticas, inclusive de carros e que virou o meu consultor para dúvidas de qualquer trem e fomos até o local onde estava estacionado o auto.

Olhamos por baixo do carro e nada de óleo.

Mas, curiosamente, decidimos medir o azeite e qual não seria a nossa surpresa aos constatarmos que o reservatório estaria praticamente vazio. Tinha a agravante do carro estar parado numa rua íngreme ou que coadjuvaria para esse desastroso resultado.

Ele me recomendou levar o carro para um estacionamento que tivesse o piso plano e assim podermos conferir melhor. Mas, mão de vaca aqui, não topou, senão perderia a vaga na rua e teria que pagar no estacionamento.

O amigo "C" advertiu que se não fazia reposição do óleo, o motor poderia fundir e o prejuízo seria maior.

Assustado, logo depois do almoço sai à procura de uma solução.

A primeira providência era colocar óleo e por perto tem um posto de combustível. O frentista perguntou-me qual era o tipo de óleo que o meu carro usava e a pergunta era demais para os meus conhecimentos automobilísticos. O cara se negou a servir porque não se responsabilizaria por colocar um óleo diferente do indicado para o carro. Cheio da má vontade, porque poderia ter procurado na internet, eu acho, alguma correspondência entre modelo de carro e óleo. Conclusão, sai de lá xingando e bravo, disposto a encontrar uma oficina para resolver o problema.

No caminho, nenhuma das oficinas que encontrei me inspirava confiança. Só via cara de bandido sanguessuga e não me decidia por entrar, até que decidi ir mais perto do meu bairro. Também pensei, a vez anterior o meu carro esteve dias pingando óleo e o motor continuou normalmente.

Fui até uma loja para trocar uma lâmpada de freio que estava queimada há tempo e nunca encontrava tempo para substitui-la e como conheço o pessoal de lá, solicitei uma referência de algum lugar próximo e lá fui eu.

Cheguei e me atenderam rápido. O próprio gerente pegou o carro e o levou até a inspeção. Mostrou-me que estava todo seco por baixo, normal e quando eu disse que o óleo estava no chão da garagem, próximo da parte traseira, tentou me convencer que se era óleo só poderia ser na parte dianteira. Atrás seria só combustível e o cheiro delataria, assim como o indicador no painel.

Eu continuava teimando até que ele com muita tranquilidade me disse: “só se você estiver morando na Rua do Amendoim do Caiçara, coisa que não existe, e conseguir que o óleo se deslocasse numa superfície plana e sem deixar rastro”. Aquilo foi de uma ironia ímpar e sai P da vida de lá.

Ao parecer, eu insinuei que ele era incompetente. Ele insinuou que eu era burro, um gringo querendo gastar dinheiro. Ficou tudo tranquilo. Ficou tudo favorável. Estamos quites.

Para os que não sabem, a Rua do Amendoim, é um lugar famoso em Belo Horizonte, praticamente um ponto turístico, onde se experimenta um fenómeno físico intrigante. Aparentemente a inclinação do pavimento está numa direção, mas se derramar líquido ou que poderia também ser xixi na imaginação fértil de alguns visitantes, o mesmo corre na direção contrária ao esperado.

Mesmo assim, ao sair, o atendente me indicou uma oficina especializada em óleos para carro e coisas afins. Cheguei lá, tinha fila, mas o senhor que me recebeu, apontou que o tempo de espera era curto e assim foi. Uns 15 minutos depois já estava sendo atendido. O mecânico revisou tudo e chegou à mesma conclusão. 

Novamente, ativei o xingômetro e a minha inconformidade porque ninguém tinha conseguido diagnosticar o problema. Mesmo assim, deixei um cafezinho para ele, simpatizei com o jeito simples e colaborativo do rapaz.

Os dois me perguntaram a mesma coisa: “Nessa vaga só fica o teu carro?” e eu reiterei que sim.

Vencido, cansado e sei lá quantas coisas mais, voltei para casa embaixo daquele calor infernal. Estava com medo de ligar o ar condicionado para não ficar largado na rua.

Mas aquela perguntinha dos dois caras me deixou com a pulga atrás da orelha. Nem sei por que, porque a vaga é minha e nunca, nos anos que vivemos nessa casa, os carros foram invertidos de posição e não aconteceu desta vez.

Para adiantar o desenlace da história, devo dizer que cai novamente na armadilha ingênua de um dos meus filhos, desta vez o “De”.

Ele é louco por bicicletas e todas as semanas, para não dizer todos dias dá manutenção aos seus brinquedinhos, mas ele tem uma área específica para fazer isso. Eu não sei por qual motivo, no dia anterior, por coincidência domingo, ele teve a infeliz ideia de fazer seus serviços na área onde costuma ficar meu carro, que passou boa parte do dia fora de casa.

Quando voltei, era de noite, a garagem estava escura, estacionei e não reparei em nenhuma anomalia.

Tudo começou na manhã de segunda-feira quando saia para o serviço e o meu filho sai para a faculdade mais tarde. Não coincidimos de manhã e como estava cansado deixou a limpeza do lugar para quando retornasse da universidade.

Conclusão, gastei o meu português e a minha paciência xingando e duvidando do serviço de inocentes, por causa dos surtos de inovação do meu filho.

Ou seja, o meu filho, está me devendo essa!

O FUSÍVEL.

Numa das tantas manhãs que me desvivo por chegar bem cedo ao serviço, para deixar o carro estacionado na rua, próximo ao prédio onde trabalho e estando já na área da Copa da empresa, fazendo o social da manhã, um dos colegas, o "A", para quem sempre canto uma canção do grande Ismael Silva, muito ouvida na voz da Gal Costa: "Ôh Antonico vou lhe pedir um favor / Que só depende da sua boa vontade / , ..." e que mesmo estando cansado de todos os dias eu lhe cantar e zoar com a mesma musiquinha, não hesitou em me ajudar. 

Ele acabava de entrar no escritório e me alertou sobre o fato de eu ter deixado os vidros do meu auto sem fechar.

Eu me recuso a pagar um preço absurdo por estacionamentos privados, sem garantia de nada, com tratamento sempre deixando a desejar e outras agravantes. Muito menos iria pagar rotativo para o governo, que já se encarrega de pegar os meus impostos de maneira desmedida e que ainda por cima é acusado constantemente de roubos e desvios de fundos. 

Eram dias de chuvas ocasionais e por cima vivemos num país com ladrões não tão ocasionais, como gostaríamos que fosse. A preocupação não me permitia procrastinar o assunto.

Fiquei preocupado e descrente porque é um reflexo incondicionado, uma ação rotineira de fechar o carro, que era difícil imaginar alguma coisa errada no procedimento.

Nessa hora desci o mais rápido que consegui e ao mesmo tempo já ia pensando nas dores de cabeça que me traria, nestes tempos de crises e de abusos dos prestadores de serviço, os que usam a extrema necessidade dos azarados para lucrar e descontar os prejuízos, um conserto do provavelmente danificado sistema elétrico do carro, do antigamente chamado trio elétrico, além do tempo de espera nas oficinas, que ninguém pode calcular com precisão, que todos conseguem informar com absoluta imprecisão e onde os orçamentos geralmente ficam além do pagamento final.

Fui e fiz várias tentativas de fechar com o controle remoto do alarme, as janelas do carro, como é de praxe acontecer. Tentei também, de individualmente, fechar os vidros e não obtive os resultados esperados. Fiquei desconcertado. Muito desapontado.

Decidi pedir ajuda ao amigo C, que sabe de muitas coisas e especificamente, automóveis é um dos seus pontos fortes, mas desta vez caiu na mesma armadilha que eu, ainda que por pouco tempo.

Ele desceu comigo, olhou em vários pontos, retiramos e trocamos fusíveis e não houve alterações positivas.

Decidi então abrir a mão, deixar o carro num estacionamento e solicitar do pessoal, um lugar próximo ao vigia por causa da vulnerabilidade do veiculo.

O meu amigo não se dava por vencido. Alguma intuição lhe fazia crer que estávamos diante de um problema de solução bem simples, mas que não aflorava a inspiração.

Eu já tinha pensado em largar o serviço mais cedo para ir até uma oficina e deixar as coisas nas mãos do Senhor.

Mais tarde, o meu amigo se aproximou de mim já dentro do escritório e me fez a pergunta do século: “O teu carro, por acaso não tem um botãozinho que bloqueia os vidros, como item de segurança para evitar que as crianças regulem os mesmos e fiquem expostas a perigos?”.

Quase que nem o deixei terminar e disse para ele que me lembrava desse dispositivo, mas que os meus filhos eram já grandes, bastante crescidinhos e o mesmo nunca se usava.

Mas, subitamente lembrei-me de um fato e que tinha a ver com os meus filhos.

Eles tinham acabado de fazer 18 anos e concluíram a autoescola, tiraram a carteira de motorista e costumam usar os nossos carros, o meu e o da minha esposa, para sair às vezes, aos sábados e domingos.

Aquela era uma segunda-feira e no dia anterior, um deles o tinha usado.

Liguei para ele e perguntei se tinha acontecido alguma coisa diferente e ele me contou que estando na rua, começou chover e depois parou. Ele por desconhecimento e curiosidade apertou alguns botões e se não percebia reação, para ele estava tudo OK.

Em casa, a garagem é privativa e os carros não precisam estar fechados completamente.

Resumindo, o problema não era fusível nenhum, nem trio elétrico, nem carnaval. O problema foi o dedinho curioso de um aprendiz de motorista, que tirou o sossego da gente por algumas horas.

Deixou o famoso botão de bloqueio dos vidros traseiros na posição "pulsado" e deu no que deu!

Só restou para eu agradecer ao amigo C e dizer para o meu filho "Di", que estava nos devendo essa.

quarta-feira, 2 de março de 2016

O ANIVERSÁRIO.

Ontem, 01 de março se passaram 55 anos desde o dia que nasci.

Recebi inúmeras mensagens pelas redes sociais, pelo telefone, e-mails, ligações. Foram muitas.

Não faltaram os que me parabenizaram pessoalmente, porque puderam, porque quiseram.

Fui muito feliz.

O dia começou com as lembranças em casa, a minha esposa e filhos. A primeira frase do dia foi “FELICIDADES” e a alegria, as recordações começaram cedo.

Pouco depois recebi uma ligação de além os mares, a minha família, do outro lado da linha do Equador, me professando aquele amor que desde que nasci tive e que cresceu com o tempo, que cresceu junto comigo, crescemos todos.

No serviço foi outro tanto.



Todas as mensagens e manifestações foram importantes e as recebi com o mesmo entusiasmo.

Num dos meus agradecimentos expliquei que o motivo para ser assim, era que respeitava muito e dou valor infinito ao fato das pessoas dedicarem um instante, para fazerem um bem, para proporcionar alegria ao próximo.

O tempo é um recurso muito valioso, precioso, muito de cada um. Tem que apreciar sim. Da mesma maneira que alguns sabem que é o teu aniversário e nem te cumprimentam ou fingem de desavisados, pelo motivo que for e que eu respeito, outros assumem o desejo de se pronunciar positivamente.

É a liberdade de escolhas. É o desejo próprio que eu também exerço, só que sempre tento me inclinar pela positividade ainda que não seja santo nem imaculado, não perco o meu precioso tempo em albergar mesquinhadas da alma, do pensamento e das ações.

Outros, certamente ficaram sem saber. Eu não sou a pessoa mais importante do entorno, como para que todos memorizem o dia que vim ao mundo. Se os recursos mediáticos e virtuais não avisaram, motivos de sobra houve para não terem entrado em contato. Para outros poderia também ter sido um ato banal, sem importância ou que não seria recebido com a dimensão real das coisas.

Ao finalizar o dia, que esperava fosse numa reserva num restaurante que tinha feito para jantar com a família, recebi a alegria que faltava para completar a jornada. Em casa e com a cumplicidade de bons amigos, tinham me preparado uma festinha surpresa que eu nem suspeitei. Foi tão bom, que nem saberia o que dizer. Fiquei emocionado.

No esquema de um dos cúmplices, um dos meus filhos pediu para ir até a academia onde eu treino, junto comigo, que ele queria conhecer e eu não extranhei. Chegamos, solicitamos uma aula avulsa e confesso que, independentemente de eu gostar muito de ir à academia, de malhar, o dia de ontem foi o melhor em toda minha vida de maromba. Compartilhar a ficha, os aparelhos e a conversa com o meu filho, foi excelente, incomparável. Geralmente fico sozinho, concentrado e interajo pouco.

Mais tarde o meu próprio filho agradeceu e a emoção da noite se completou com uma frase que ele disse: O melhor de tudo foi que fiz alguma coisa contigo, a gente quase nunca faz nada junto e sinto falta. Isto foi uma alerta ainda que ache o comentário dele injusto, porque me desvivo em atenções e dedicação, mas alguma coisa está faltando e o chamado que recebi é em extremo importante, ainda que estou ciente de que ele quer sempre mais amor e atenção, o que não considero errado, todo o contrário. Talvez seja o síndrome do irmão gêmeo, o fato de ter sido sempre centro compartilhado.

Por outro lado, alguém que eu nem esperava que fosse tão extenso nas suas palavras ao me parabenizar, o colega F, me disse uma coisa bastante curiosa: “O bom é viver a vida como você, onde independentemente da idade e da condição se fazem planos, se pensa no futuro, se tem anseios”. Adorei a apreciação, porque realmente eu sou assim.

Com a mesma dignidade e humildade que se precisa para dar valor ao que se tem, ao que se conquistou, deverá se ter a capacidade de discernir e entender que o que se tem não é suficiente, ou que não é o mais adequado para você, ou que não é o que você merece, que está aquém dos objetivos de vida que você poderia se traçar.

Sendo assim, o tempo dirá a última palavra, mas no que depende de mim: Me Aguardem!

O MEU MUITO OBRIGADO PARA TODOS!