sexta-feira, 29 de abril de 2011

O Filho do Lixo. O Livro. Apresentação.


Apresentação.

Esta minha história, ao parecer, começa como um daqueles passatempos, onde é preciso achar os 07 erros para concluir o desafio que lhes proponho: ler, entender e aceitar.

Para facilitar a procura pelo primeiro deles, devo dizer que contarei sobre os derradeiros do filho de um lixeiro, que por acaso sou e não sou eu.

Falarei de mim, mas eu não sou exatamente filho de lixeiro algum. O gari, o trabalhador que operava no carro da recolhida do lixo urbano era meu célebre avô, um grande e forte mancebo negro a quem não tive a sorte de conhecer, mas de quem herdei o nome e quem sabe muitas outras coisas. Não tive ninguém para me contar sobre as semelhanças e diferenças entre nós. Só espero que ele tenha sido mais feliz do que eu fui, tão feliz quanto eu sou.

Ao tempo que sou neto do lixo, também sou sobrinho do lixo, já que dois dos meus tios foram lixeiros. Mesmo tendo desempenhado outras funções anteriormente, ao final das suas vidas vieram se refugiar na riqueza de recolher e limpar as ruas da cidade.

Esta é a minha estirpe. Esta é a minha linhagem. Este é o meu orgulho. O exemplo de um homem que conseguiu educar todos os seus numerosos filhos e criá-los nos princípios do bem.

Num espectro cheio de preconceitos e racismo, todos os seus netos homens fizeram curso superior. Eu sou mais um dentre eles. Todos somos ou engenheiros ou médicos. Será que esta é uma grande conquista? Somos o fruto da abnegação, da dedicação e dos valores da preservação e unidade familiar. Isto sim merece ser exaltado, é um grande feito.

Devo falar em passado, porque praticamente nenhum dos meus primos está mais entre nós, no mundo dos vivos.

A realidade para mim tem 03 estágios, que ficam no mesmo plano. A Verdade, da qual sou bastante adepto, ainda que por vezes não pareça, a Mentira, como o último dos recursos, quando acudo a ela é por falta de opção mesmo e o Ocultar, uma saída por cima de tudo, inteligente e que me proporciona primeiro que tudo, proteção e sobrevivência.

Depois deste preâmbulo, com certeza o que veremos daqui para frente é um compêndio de muita verdade, misturada com alguma que outra mentirinha ocasional, só para temperar e acompanhando, algumas passagens escondidas, ocultas ou simplesmente esboçadas, para poder literalmente continuar vivendo ou poder viver em paz.

Ou seja, uma história, cheia de histórias mal contadas, como acontece na vida real, porque para bem ou para mal, nem tudo pode ser dito e nem sempre podemos contar com a explicação ou a confirmação dos acontecimentos. A dúvida costuma pairar por cima daquilo que não vemos, que não vivemos e para os leitores, sempre existirá um breve espaço para a desconfiança e os devidos questionamentos.

Quantos até hoje não acreditam que o homem nunca pisou na lua, mas nem por isso, deixam de existir datas, imagens e toda uma história relacionada com este fato, ora real, ora tergiversado, ora inventado.

A lista seria interminável, porque poderíamos incluir nela toda a história do mundo. Aquela que não constatamos e até a contemporânea, da qual não participamos de maneira direta, não protagonizamos.

A própria explanação sobre as nossas origens. A humanidade que acredita ter nascido de um Adão, de cuja costela surgiu uma Eva, tanto como daquela parcela que raciocina que veio da evolução das espécies, segundo tentou nos explicar e convencer Darwin, como de outra boa parte que nem se faz estas perguntas.

Falando da Teoria da Evolução, lembro todas as vezes que durante a minha infância e a minha adolescência, tive que ouvir aquela “original piadinha” tão discriminatória quão sem graça: “Se o homem descende do macaco, por que não saem homens dos negros atuais?” Isto era parodiando uma singular propaganda de televisão educativa que passava no meu país e que chamava à reflexão: “Se o homem descende do macaco, por que não saem homens dos macacos atuais?” A minha pergunta é outra: Por que saem tantos monstros dos homens na atualidade?

Só sei que vim do passado.

Só sei que vou para o futuro.

O presente existe porque houve um passado. O futuro não fica tão longe assim. Ele começou agora.

Peço desculpas, mas há histórias que não podem ser contadas. Não esperem por capítulos. Não aguardem por fatos em seqüências. Serão só momentos cronologicamente desordenados, daquilo que eu sei, daquilo que eu vi, daquilo que eu posso contar. 

terça-feira, 12 de abril de 2011

Artigo: Empresas e Funcionários.

Os tempos mudaram, mas em se falando de empresas e funcionários, muitas coisas permanecem inalteráveis. Se a empresa não mudar ou se mudar para pior, faça você a diferença e mude. 

https://www.webartigos.com/artigos/empresas-e-funcionarios/63202

A terminologia moderna, de denominar as empresas como organizações e de chamar aos funcionários de colaboradores, não elimina o fato das instituições continuarem, em princípio, sendo as mesmas, aplicando certas mudanças, para atingirem determinados patamares e mudarem alguns paradigmas.

As empresas são entidades que visam de uma forma ou outra: o lucro, sendo esta a maneira de subsistirem e progredirem. Por sua vez os funcionários são trabalhadores que exercem funções específicas e estão (são) orientados ao cumprimento de objetivos e metas.

Ao tempo que elas (as empresas) se esmeram em introduzir modificações que se adéquam a atualidade, de observarem novos requisitos e adotarem uma postura mais "humana" para com o capital humano (os funcionários), velhos conceitos imperam nas cabeças daqueles, para os quais sair da zona de conforto, é quase que uma negação.

Para estes indivíduos, as empresas são entidades para manter a gente presa, como bem indica uma parte do nome (em-presa), nos moldes e facilidades que elas desejam, desconsiderando que as grades e limites que estabelecem são tão fortes e duradouros, quanto a vontade e a necessidade originadas nos trabalhadores, de continuarem se submetendo a estes padrões, assim que elevarem o seu grau de empregabilidade.

As empresas tomavam-se e erradamente tomam-se o direito de discernir, decantar e tentar definir os destinos e rumos dos seus empregados. Às vezes referem-se a estes como peças de um quebra-cabeça ou outro jogo de mesa, que podem ser dispostas da maneira que melhor lhes parecer, esquecendo da liberdade que possuem os seus geridos, de optarem por outros caminhos.

Da mesma forma que a empresa pode determinar até onde eu posso lhe ser útil ou me forçar a assumir posições e labores que não me atendem, eu como trabalhador, tenho a possibilidade de escolher e definir que a empresa, também não me atende mais e que está limitando as minhas capacidades e potencialidades.

Nos dias de hoje e para sermos justos, já faz algum tempo, o panorama da relação entre empregado e empregador vem sofrendo alterações, onde querendo ou não, quando há uma descompensação na relação ganha x ganha, uma das duas partes fará por reivindicar a sua vontade, que de fato é seu direito. 

Caso contrário, adotará medidas à procura do seu bem-estar, bem distante do lugar e métodos tradicionais. Este privilégio não é só das empresas. Os empregados ganharam autonomia, poder de decisão, habilidades na barganha e sempre que estejam em reais condições de lutar e de exigir, por suposto, irão à luta.

Foi-se o tempo em que os pais faziam carreira num determinado emprego, onde entravam e saiam (só por óbito ou aposentadoria), na maioria dos casos fazendo durante eternos longos anos a mesma coisa e cuja maior realização era empregar ao filho e que seguisse os seus mesmos passos, sentir o sadio orgulho de ensinar, como sempre fizeram desde que nascemos, exatamente, o que eles conheciam. 

Este pensamento hoje é quase que inconcebível. A estabilidade no emprego não se subordina à estagnação, ao fato de não ter aproveitado a vida para aprender novas coisas, experimentar outros ambientes e poder ser dono do teu destino. 

Até fazendo a mesma e única coisa, se especializando e virando uma sumidade num determinado aspecto, sempre haverá a possibilidade de exercer a profissão, em lugares diferentes, que te ofereçam melhores condições e que te proporcionem uma maior valorização da tua força de trabalho, que tanto num lugar como em outro, o que você repetidamente faz é vendê-la e isto será sempre positivo.

O pessoal das antigas merece todo o nosso respeito, toda a nossa consideração, simplesmente porque os tempos eram outros e os valores e os costumes evoluíram. Nós, nos tempos deles, seríamos como eles ou provavelmente um pouco diferentes. Eles, nos nossos tempos, seriam como nós ou por que não, talvez melhores. 

O que não dirão os futuros habitantes do planeta, sobre o nosso proceder? Como seremos julgados por eles? A evolução transcorre em intervalos tão curtos que os procedimentos, processos e práticas ficam arcaicos e em desuso em pouco tempo, mas por outro lado, a evolução das mentalidades médias da sociedade, não acompanha esta velocidade.

Empresário, dono, empregador ou como quiser chamar, tenha em conta que, nem sempre, nem geralmente, é o funcionário quem perde quando decide abandonar uma empresa ou quando é demitido. Muitas vezes é a empresa que perde. 

O funcionário junto com suas impressões, alegrias, mágoas e desilusões, inevitavelmente, continuará com a bagagem adquirida, por sinal mais enriquecida. A empresa por sua vez, perderá todo um investimento. Fosse bom também, se a empresa toma-se as devidas experiências e aperfeiçoa-se os métodos de se relacionar com os futuros e os colaboradores continuantes. 

Mesmo que não existam praticamente pessoas insubstituíveis, que há um exército de mão de obra, ainda que por vezes seja difícil captar o que se precisa e que fazendo várias tentativas consiga-se outro funcionário capacitado, que resolva e até que seja melhor que o anterior, faça por preservar e respeitar os seus empregados.

O acervo técnico não está nas empresas, ele faz parte do capital humano que elas possuem. Se todos os conhecedores de uma atividade, ou ao menos, os da vanguarda, decidirem abandonar, não adiantaria muito ter todos os procedimentos bem descritos e escritos, porque há uma parcela importante de conhecimentos, que está e fica com quem passou pela experiência prática e que por momentos, certos nuances e particularidades tornam-se impossíveis de descrever. Detalhes costumam fugir.

Os contratantes deveriam não simplesmente, solicitar as credenciais da empresa, para avaliar a aptidão e a capacidade da mesma, de assumir um serviço. Como muitos fazem, deveriam também solicitar o histórico dos personagens que serão envolvidos no empreendimento. Eis ai que radica a verdadeira inteligência e idoneidade da organização contratada.

Por último sugiro para observar certas situações, na hora de fazerem suas escolhas, de decidirem seus posicionamentos para com a empresa, já que acreditando ou não, isto também fará parte das suas vidas, fundamentalmente os resultados, que poderão ter uma influência notória.

O que é bom para um, não tem que ser necessariamente bom para o outro e vice-versa. Se eu não gostei, se achei que aquele não era o meu lugar, não quer dizer que não seja o espaço ideal para outros se desenvolverem e se sentirem plenos, satisfeitos.

O clima, o ambiente de trabalho, as perspectivas reais, o respeito, o grau de satisfação geral, a cultura e os valores da empresa, não estariam demais observar, antes de tomar a decisão de se aderir ou se afastar.

Benefícios, status, projeção, programas, planos, etc., costumam ser bem-vindos, quem não gosta deles? Mas, pense e repense nas trocas que estará fazendo, o que está negligenciando, se valem a pena certos sacrifícios, até quando e com qual intensidade deverá se entregar e aplicar as forças, se realmente alguma coisa merece mais atenção do que você, a sua integridade, se não é possível obter melhores e maiores retornos trilhando outros caminhos e outras paragens.

Para cada etapa da vida existem necessidades específicas, cada momento exige de apreciar situações e elementos diferentes. Decididamente, cada caso é um caso.

Cuide-se!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Decálogo do Campeão.

Este texto foi extraído diretamente do artigo "Somente os ousados vencem", publicado pelo senhor Antônio Roberto Garini no site http://www.gestopole.com.br/, no qual faz referência, a estes 10 tópicos, revelados pelo  professionalmente respeitado técnico e treinador de futebol Vanderley Luxemburgo. O achei de extrema atualidade e aplicabilidade a diferentes ambientes organizacionais.

O TREINADOR DE FUTEBOL VANDERLEY LUXEMBURGO  ESCREVEU O DECÁLOGO DO CAMPEÃO

1          SEJA AMIGO DE SEUS SUBORDINADOS

2          VALORIZE TODOS OS PROFISSIONAIS , NÃO SÓ OS DE CARGOS DE CHEFIA

3          PROCURE UNIR O GRUPO
EM CONFRATERNIZAÇÕES FORA DO TRABALHO

4          NÃO TRATE NINGUÉM DO GRUPO COM PRIVILÉGIOS

5          A ESTRELA DE UMA EQUIPE DEVE SEMPRE SE COLOCAR A DISPOSIÇÃO DOS
DEMAIS 

6          A EQUIPE NUNCA DEVE FICAR À DISPOSIÇÃO DA ESTRELA 

7          NÃO HUMILHE SEU FUNCIONÁRIO , EM CASO DE FALHA RESGATE SUA AUTO ESTIMA

8          TRATE COM IGUALDADE NÃO DEIXE QUE AS DIFERENÇAS INTERFIRAM NO TRABALHO

9          CONTE SEMPRE A SEUS SUBORDINADOS SUAS EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS

10        NÃO SEJA IMPULSIVO NAS DECISÕES .PARE PENSE E PLANEJE TUDO ANTES DE AGIR

Fotos: Paraguai. Ciudad del Este

Fui para que ninguém me conta-se.

Fui atrás de pesadelos de consumo.

Fui por curiosidade.

Fui porque estava perto.

Não sei se voltaria.

Depois de muito sol, muito andar, muita confusão (coisas que ninguém merece) a gente se obsequiou um suculento almoço (coisas que todos merecemos) no restaurante do Shopping Monalisa.

De compras (muambando) pelas ruas da Ciudad del Este.

sábado, 2 de abril de 2011

Um dos meus Amigos (4)

Hoje terei o indescritível prazer de escrever sobre um grande, - quase que enorme -, entranhável e singular (praticamente plural) amigo.

A nossa amizade surgiu de um instante de empatia, que explodiu em frações de segundos.

Para ele tenho revelado detalhes da minha história, do meu passado, sobre os quais sempre me custou muito conversar, mas nos nossos encontros, eu até aproveitava para exteriorizar, - acredito que até abusava na dosagem de informações e sentimentos que passava -, mas afortunadamente a recepção e a interpretação que ele dava, me proporcionavam um alívio, que tenho procurado de maneira desesperada durante anos e não podia desaproveitar esta oportunidade ímpar.

A amizade, como muitas outras coisas nesta vida, é uma via de mão dupla e ele também me contou muitas coisas interessantes que lhe aconteceram e o mais importante, manifestou pontos de vistas e opiniões, que para mim reportavam uma importância e uma riqueza incalculáveis.

Entre as passagens que relatou sobre sua maravilhosa estória, que se não fosse pelo caráter doloroso dos fatos, seria genial, é o ter se deparado com um cruel preconceito desde que praticamente se entendeu como gente.

Ele é filho de pais normais, mas com uma enorme anormalidade, para viver neste estúpido mundo: eram cegos. Desde pequeno agiu como os olhos dos seus progenitores. Ao saírem para as ruas carregava o peso dos olhares curiosos e cruéis. Contou-me tantas histórias inacreditáveis de preconceito, que na minha infértil imaginação não teriam espaço. Eram horrores do coração, “dignos” de serem recreados por algum genial roteirista e lançar um filme que botasse para refletir a milhões de pessoas, ao redor do mundo. As feridas nunca fecharam. Mesmo assim ele cresceu.

Cresceu ele e crescemos todos, num mundo onde cada vez ficamos menores e inferiores. Onde há preconceito com todo, com negros, com amarelos, com índios, com gordos, com magros, com altos, com baixos, com deficientes, com todo aquilo que é diferente. Eu gostaria de saber: diferente de quê? De qual padrão que a Mãe Natureza não estabeleceu, porque todos somos únicos e desiguais, tanto é assim que criou um DNA, uma marca, um selo distinto e irrepetível para cada um, semelhante esforço e trabalho da criação, não sei para quê. Para que os humanos absurdamente percam o tempo em estabelecer igualdades.

Mesmo assim gastando esse precioso recurso, que é o tempo, em bairrismos de toda índole, aqueles seres que se aproximam do ideal, não ficam isentos de preconceito. Ela é linda, mas é loira, porém deve ser burra. É gostosa, mas é vadia. É inteligente, mas é sapatão. É bunduda, mas é Raimunda. É forte, mas tem cara de crime. É bem apessoado e musculoso, mas deve ser veado. É competente, mas é estrangeiro. Sempre haverá motivos para discriminar e rejeitar. Até quando vamos perder tempo com estas mesquinharias?

Quando o mundo aprenderá a valorizar o que tem de melhor?: a vida, a espécie humana e seus valores.

Certa vez, numa das viagens a trabalho que fizemos juntos, literalmente viajamos com o pensamento e imaginávamos o que faríamos se ficássemos ricos e livres desta vida instável e cansativa de estradas e aviões.

Cogitamos várias possibilidades e formas de dedicar o tempo, até que ele lembrou e sugeriu uma muito sábia frase, que o pai dele sempre dizia: “Vaca é que é bom, meu filho”.

Por um lado se afastaria dos homens que tanta dor lhe provocaram e por outro teve a visão de um negócio geralmente promissor.

Ai eu entendi a sabedoria das palavras do pai do meu amigo, a quem não tive a sorte de conhecer pessoalmente, mas que onde quer que esteja, que Deus o proteja! E gostaria muito de lhe agradecer pelo filho que colocou no mundo.

Grande abraço.