Esta é uma homenagem a uma artista em toda a extensão da palavra, mas acima de tudo, esta postagem é uma dedicatória a uma amiga. Eu escrevi, como se eu fosse você. Me coloquei no seu lugar. Espero ter conseguido. Conheço da tua paixão, da tua quase devoção.
Nos shows, raramente ela fala com o público. Ela fala o
tempo tudo consigo mesma, com seus poemas, que ainda sem tê-los gerado, os
adota como a mais divina das mães.
Ela não se dirige especificamente a ninguém, mas todos
abandonamos a sala como se ela tivesse cantado exclusivamente, para cada um dos
presentes.
É íntima e distante. Próxima e inatingível.
É frágil. É feroz. É forte. É delicada.
Tudo nela é peculiar, desde o pezinho de uma etérea
bailarina, até o langor das mãos, dos seus finos dedos, chegando até uma
exuberante caveleira, capaz de incorporar as mais inimagináveis gamas de cores.
Ela não fala para ninguém, mas tem o dom de se comunicar com
todos.
Se corre, suamos e ofegamos com ela.
Se grita, nos exaltamos com ela.
Se sofre, podemos até chorar por ela.
Que é uma excelente cantora, já foi dito inúmeras vezes.
Que é uma extraordinária intérprete, já foi apontado
infinitas vezes.
Mas o que mais me impresiona, é a maneira singular que ela e
só ela tem, de dizer as coisas, desde as mais simples belas frases até as mais
complexas melodias.
Ela já tocou, melhor dito encostou na minha mão e confesso
que me senti temporariamente, abençoado. Possuído pelo feitiço da fada.
Ela não é uma mulher, não é uma mulher que canta, é quase
uma divinidade no palco. É praticamente, uma entidade para a platéia, que a
venera e a qual ela sempre honra.
É a rainha imortal de todas as colmeias, capaz de atender a
todas as operárias e a todos os zangões.
Ela também é plural. São muitas e é única.
Longa vida para você! Que pese a toda esta metáfora, é tão
real, tão verdadeira, tão humana como todos nós e um dia pode nos deixar,
partir para o firmamento, deixar uma interminável estela de saudades e um
incomparável poço de nostalgias.
Apareça mais por aqui, por favor!
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