sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Santa Clara Clareou

Há algum tempo que estava me devendo esta postagem.

Na vida da família, chegou um momento muito importante e esperado. A formatura dos meus filhos, que concluíam o ensino médio, depois de uma satisfatória passagem, sem repetir nenhum ano durante toda a escola e sem maiores problemas.

Sempre foram elogiados, dentre outras coisas, pelo comportamento, pelas habilidades, pelas experiências de vida que tinham graças ao fato de nós pais, termos podido proporcionar para eles o melhor que a gente pôde, pela educação, pelo respeito, pelos valores que carregavam e professavam.

Era um momento singular que fixava um marco na vida deles, fundamentalmente. Começariam novas etapas. A entrada na vida de adultos. O ingresso à universidade. 

Escolhas importantes.

Mas quero me remontar um pouco à cerimônia ou missa da formatura. Foi muito bonita. Um dos meus filhos foi quem tocou os teclados durante o evento. O outro teve que ser puxado à força, porque não queria participar. Coisa absurda. Ele é bem querido na escola. Entender adolescentes é uma tarefa complicada.

Os dois estavam lindos.

Senti-me o pai mais orgulhoso e feliz do mundo. Mas a minha alegria, egoistamente era triste.  E digo egoísmo, porque não deixei de pensar na minha formatura há quase umas quatro décadas atrás. Foi brilhante. O meu pai ficou emocionado com todas as coisas que disseram de mim. Só dava eu, por ter sido o melhor aluno de todos os tempos, etc.

Mas eu chorei, porque teria gostado que minha mãe tivesse estado fisicamente, no ato e ter visto no que se converteu seu pequeno príncipe.  Mas Papai do Céu a levou para lhe fazer companhia, alguns anos atrás.

Tive que me conter para não entrar numa crise de choro, entre a emoção pelo que significava para mim o momento e as lembranças.

Felizmente os dois conseguiram vagas nas faculdades públicas a partir do exame ENEM e por mediação de vestibulares, nas privadas, mas todo esse processo (leilão do SISU) é bem estressante.

Uma grande amiga nossa (Y) visitou-nos na época que aguardávamos os resultados e ao ver a gente tão preocupada com o assunto, ela sugeriu uma simpatia: “Vocês como pais já fizeram o que deviam ter feito, os meninos estudaram, se esforçaram e os resultados foram bons, agora lhes peço para acender uma vela para Santa Clara, que ela ajuda a clarear os caminhos. Eu fiz e deu certo”.

E não é que Santa Clara clareou, como dissera a nossa grande amiga e como repete constantemente o Ben Jor na sua tão escutada música?

Os nossos filhos, nossos eternos meninos, não seguiram a tradição de engenharia dos pais, recusaram engenharia mecânica e engenharia de minas, ambas obtidas pelos resultados do ENEM em faculdades do governo, mas isso não nos faz sentir nem um pouco desapontados, pelo contrário estamos muito felizes com as decisões deles: Física e Relações Internacionais. Um em Universidade Pública, outro em Instituição Privada.

Aos nossos filhos eu lhes exijo muito, mas é porque quero que sejam cada vez melhores, mas quero que saibam que tenho um infinito orgulho de vocês e que não encontro unidade de medida capaz de mensurar o amor que sinto por vocês. 

PARABÉNS AOS DOIS.

Bons caminhos para todos. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário