sábado, 26 de novembro de 2016

UNA PÁGINA DOBLADA

HACÍA MUCHO TIEMPO QUE NO POSTABA, QUE NO ALIMENTABA ESTE SINGULAR MEDIO DE EXPRESIÓN, PERO ESTABA ESPERANDO A QUE OCURRIERA UN ACONTECIMENTO ESPECÍFICO, PARA VOLVER, PARA RETOMAR.

SIN SER NI REMOTAMENTE LO QUE ESPERABA, UN HECHO, DIGAMOS IMPORTANTE O TAL VEZ YA NO TAN IMPORTANTE, OCURRIÓ HOY O AYER. PARA MI TODAVÍA ESTÁ IMPRECISO, MAS ME MOTIVÓ A ESCRIBIR. 

ESCRIBIR PUEDE SER UN HOMENAJE. 
PUEDE SER UNA DENUNCIA. 
PUEDE SER TAMBIÉN, COMO EN MI CASO: UN DESAHOGO.

DESPERTÉ CON LOS MENSAJES Y LAS LLAMADAS DE AMIGOS, ME AVISANDO QUE FIDEL CASTRO HABÍA FALLECIDO.

SOLO TUVE SENTIMIENTO DE SORPRESA. NO TENÍA IDEAS DE COMO ME LLEGARÍA UN DÍA ESA NOTICIA.

PARA DECIR VERDAD, NUNCA PENSÉ QUE ME LLEGARÍA ESA NOTICIA.

PERO A LA CABEZA ME VINO ENSEGUIDA UN TRECHO DE UNA MÚSICA DE ORISHAS: "UNA PÁGINA DOBLADA", QUE PARA MI SIEMPRE FUE UNA DE LAS CANCIONES MÁS ELABORADAS E INTELIGENTES DE LA BANDA, PROBABLEMENTE UN PROTESTO AHOGADO, UNA FORMA DE SOBREVIVIR EN LA CENSURA, UNA MANERA DE MANIFESTAR LA AMBIGÜEDAD DE SENTIMIENTOS QUE SIEMPRE ABRIGÓ A LOS CUBANOS.

"Una muralla tendría que armar 
Con el saco de dudas que nunca se irán y ganas que tengo 
De saber un poco más 
Creo que nada será más eterno 
Que aquel que fue dueño de tantas y tantas ventanas 
Desde aquella mañana 
Unos dirán que su hora llegó 
Otros irán a pedirle a Dios 
Que aguante un poco más aunque no crean ya 
En la palabra que les dictó 
Sin preguntar si quieres o no 
La que los elevó o la que los hundió

Qué será?, pasará? qué vendrá? dónde está? 
Las vueltas que da la vida 
Qué vendrá?, pasará?, dónde está? quién será? 
Las vueltas que 

Y no me digas que la cosa no es tan fea 
Cuando siento el sonido retirada 
Mi gente apagada sea contenta 
Y los que están felices se atormentan 
Ayayay que será del a degüello cuando rueden cuellos 
Que será de al machete cuando no hay machete 
Que será de mi manada cuando empiece la rodada 
Sábanas blancas colgadas por toa mi gente o mama 
Una página doblá para bien o para mal 
Tal vez mejor así tendría que estar ahí 
Una página doblá para bien o para mal 
Tal vez mejor así, tendría que estar ahí"

SOLO SÉ, QUE: DESCANSE EN PAZ Y LO MÁS IMPORTANTE QUE DEJE DESCANSAR EN PAZ A OTROS QUE YA SE FUERON Y NO TUVIERON MUCHA PAZ, A LOS PRÓXIMOS QUE NOS IREMOS Y QUE NOS PERMITA VIVIR A TODOS, EN PAZ.

POR OTRO LADO, SERÍA INJUSTO EN UNA OPORTUNIDAD COMO ESTA, NO COMENTAR TAMBIÉN SOBRE LA COMPOSICIÓN INTERPRETADA POR EL GENIAL DÚO BUENA FE: "DIOS, SALVE AL REY" , AUNQUE ....... Y QUE EN UNO DE SUS TRECHOS DICE:

"Ya sé que la anarquía es libertad podrida 
y esbeltas democracias como los bonsai, 
que hay dictaduras maquilladas de poesías, 
que la tristeza va drogada de alegría, 
y en las revoluciones... tiempos que esperar. 

Qué difícil quitar 
o poner 
o lavar o manchar 
donde ha pintado el tiempo 
Más ateo que el sol 
me pertrecho de amor 
y grito con mi esfuerzo. 

Dios, por favor, salve al rey, 
de olvidarse de aquel que le miente. 
Por favor, salve al rey, 
de callarle la boca a la gente. 
Que al descuido de un olvido sinrazón, 
van heridas en las almas 
toda una generación. 
Yo pido: 
Dios, por favor, salve al rey, 
que de iguales somos diferentes. 
Por favor, salve al rey, 
que en sus manos va vida y va muerte, 
pues tras ella nuevas vidas quedarán, 
suplicándote lo mismo 
sobre el rey que venga atrás."


NO SÉ LO QUE VA A MORIR CON ÉL. NI EL DESEO QUE SE IRÁ ATRÁS O JUNTO CON ÉL.

PENSAR QUE NADA MORIRÁ, ES EXCESIVAMENTE UTÓPICO, MUY A LA MANERA DE COMO NOS ENSEÑARON LA VIDA.

VEREMOS LO QUE NACERÁ, PORQUE ES INNEGABLE QUE HABRÁ NACIMIENTOS. 

DEL MONÓLOGO DE SEGISMUNDO, DE CALDERÓN DE LA BARCA, EXTRAIGO:

"¿Qué es la vida? Un frenesí. ¿Qué es la vida? Una ilusión, una sombra, una ficción; y el mayor bien es pequeño; que toda la vida es sueño, y los sueñossueños son."

VAMOS PARAR DE PENSAR QUE LOS SUEÑOS ERAN VERDES Y QUE CABRITO COMIÓ, O LO PEOR: QUE NOS CANSEMOS DE SOÑAR.

GRACIAS Y BUEN DÍA.

POR QUÉ NO?

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Ela não nasceu égua!

Dias atrás, durante um almoço de fim de semana, a minha esposa e eu estávamos rememorando questões marcantes do passado, da nossa infância, de lugares que recentemente foram revisitados pelos nossos filhos ao visitarem o país onde nascemos depois de alguns anos, entendendo e reconstruindo a nossa história.

Um daqueles lugares foi o Clube do bairro onde ela nasceu, que naqueles anos de esplendor era um lugar muito bonito, altamente frequentado pela vizinhança e onde as coisas aconteciam.

No país existia a tradição do Carnaval, tradição esta que como outras tantas, foram abolidas por decreto de alguém que achou que era nocivo ou que não devia ou poderia continuar existindo, mas que um bom dia, sem nenhuma explicação, volta a ser como antes ou parecido e onde o proibido se torna aceito.

Dentre as atividades que rodeavam as festas, uma era bem singular, a escolha da Estrela e dos Luzeiros.

Uma competição que envolvia a todos, onde era escolhida a garota mais bonita e seis acompanhantes, segundo o nível das finalistas no concurso.

Muito antes mesmo da primeira eliminação do Carnaval como evento, o citado concurso tinha proscrito. Alegava-se que isso trazia diferenças e discriminação entre as mulheres, que era um método de coisificação do sexo feminino. 

Certamente, como toda sociedade hipócrita e que solapa o racismo, nunca uma negra ou mestiça foi eleita estrela a nível nacional e também não tenho registro de alguma que conseguiu semelhante feito a nível regional.

Se por acaso alguma garota sem ascendência saxônica e mesmo de beleza indiscutível teria a coragem de se apresentar, o máximo que estaria disponível para ela seria uma posição de luzeiro. Os mais vorazes críticos não concordarão comigo, mas a realidade não tem como ser reconstruída e a história ainda que alguns se achem no direito de mudá-la, os fatos são imutáveis.

Havia detalhes curiosos ao redor do concurso. Um deles refletia a crítica situação que sempre viveu o nosso país desde os inícios do Processo e até os dias atuais. Na época, a questão da vestimenta era bem mais complicada. Não existia venda de roupa praticamente, apenas algum que outro modelo de confecção nacional cobria o corpo de todos os meus conterrâneos, que sempre e em meio das dificuldades, ríamos e apelidávamos as peças como “todos-têm”.

No concurso, as candidatas não podiam vestir roupas importadas, para evitar constrangimentos e diferenças notáveis entre as participantes, dando vantagens competitivas a umas sobre outras. A maioria se apresentava com vestidos costurados por mães, parentes ou amigas.

A minha esposa, que não é de olhos loiros e dentes azuis, participou quando menina de um destes concursos no bairro onde morava e o mesmo aconteceu naquele Clube do Bairro donde transcorriam as sessões e torcidas pelas aspirantes. Era o sono e o pesadelo de todas as meninas.

Finalizado o concurso, aquela linda menina que depois teve a honra de virar a minha esposa (hahahaha) foi eleita uma das luzeiros.

Ela comentou com os nossos filhos que se sentia orgulhosa, no seu delírio infantil e que nos dias no carnaval era desfilava, num carro alegórico decorado com flores e uma estrela, onde cada menina tinha um lugar e na medida em que passavam pelas ruas, o pessoal atirava confetes, serpentinas, aplaudia e jogava beijos ao tempo que comentavam da beleza das garotas.

Uma vez mais, se fez presente o problema do entendimento de duas línguas próximas, mas diferentes.

Os meus filhos falam muito bem espanhol e dominam a língua, mas há termos que nunca foram usados e desconhecem. A minha esposa quando tentou explicar o meio de locomoção que transportava as ganhadoras do concurso pelas ruas do nosso país, onde a língua oficial é o espanhol, disse que era uma “Carroza”, termo muito parecido foneticamente com “Carroça” e os meninos estranharam e começaram rir.

Ai eu entrei na brincadeira e disse: meus filhos, a sua mãe não nasceu égua, ela nasceu menina ainda que de vez em quando dá uns coices quando fica brava ou quando me aproximo a noite. O problema é que em Cuba os carros alegóricos são chamados assim.

Todos rimos inclusive a minha esposa, que no início não gostou da brincadeira, mas acabou vencida pelo clima da descontração e da confusão das palavras.


                              Eis um exemplo de "Carroza"

Para onde foi tudo aquilo, além das recordações?

Nostalgias.

E não é dos bons tempos, senão simplesmente do passado, do nosso passado, uma das poucas coisas que realmente nos pertence, ainda que para muitos, que estão por fora e desconhecem a nossa realidade, não seja grandes coisas.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

LERO-LERO

Eu sempre me caracterizei por ter bom faro para algumas coisas. 

Essas habilidades as desenvolvi como mecanismos de defesa contra todos os imprevistos e pedras que colocaram no meu caminho ao longo da vida e se de alguma maneira consegui sair vitorioso, é por ter cultuado esse sistema de proteção, que se manifesta de diversas maneiras, onde o fator surpresa, o imprevisível e a ausência do óbvio são elementos decisivos para o sucesso, para a luta contra aqueles que te dizem uma coisa e estão pensando e maquinando outra, contra aqueles que se acham espertos e acreditam que podem te passar a perna com relativa facilidade ou garantida certeza. 

Já  conheci muitos.

Consigo cheirar lero-lero de longe, já topei com uma quantidade suficiente de excelentes exemplares e inicialmente fui vítima de algum que outro ou outra. Acreditei neles, no histórico que me venderam, na pele de cabrito que vestiram, porque nem tiveram possibilidade de vestir pele de cordeiro, já que se tornaria evidente que estariam tentando enganar.

Estas letras são atemporais e não se remetem a um sujeito em específico, com o intuito de preservar algumas questões que ainda para mim tem valor, que são importantes.

Alguma coisa me fez criar uma barreira contra o sujeito, assim que foi apresentado na empresa.

Conjuntamente com a intenção de mostrar simplicidade, aceitação, agrado e felicidade por ter arrumado um bom emprego em tempos de crise, transparecia um malévolo ar de superioridade, de enganação e falando de engano, a primeira que caiu na armadilha, foi a equipe decisiva do processo seletivo, que tanto se cuida de barrar a entrada de elementos que lhe façam sombra ou que atentem contra a cultura e os costumes da empresa. Pura hipocrisia. Só querem bajuladores ou pessoas fáceis de lidar e manipular, que por cima não se rebelem ou manifestem opiniões contrárias. Não há exceções nesse meio, a esse nível.

Senti uma rejeição natural involuntária, mas tenho que me sobrepor a esses deslizes e me abri, abaixei a guarda para ver até onde iria. 

Numa aproximação num momento de descontração, que são os piores para aflorarem nuances indesejados, já que na confiança e nos descuidos estão os perigos de serem desmascarados, a pessoa me pareceu em extremo comedida nos vocábulos empregados ao tempo que se desvivia por vender uma imagem. Tornou-se desmedida ao ponto de resultar inconveniente, mas aturei porque precisava. Tinha que lhe dar linha para fazê-la se sentir à vontade e corroborar as minhas suspeitas.

Todos vendemos imagens. Somos nossos maiores vendedores. Alguns somos bons, outros somos péssimos. Há limites para alguns, para outros a ambição faz com que errem muito já que o patamar é o céu, não olham para baixo nunca e tropeçam e caem feio. Para não ser diferente, caiu sem percebê-lo.

Por isto e por outros pequenos detalhes que observei, já não tinha mais dúvidas que teria sido contratada uma pessoa-problema. Espero estar absolutamente errado ou que outros reparem o quanto antes no perigo e extirpem o mal ou aprendam a contornar a situação.

Um último fato me fez rir na medida em que acompanhava a exposição, a fraseologia um tanto rebuscada do elemento, porém cheia de vícios da fala, que aproveitou uma ocasião de reunião magnânima, com todos os colaboradores presentes, para se mostrar, para se luzir que nem pavão, como para dizer: espero que me conheçam e saibam quem está aqui, porque eu vim para reinar e este é o meu pedaço.

Foram instantes de asquerosa autopromoção, onde fez alusão a renomeada empresa onde trabalhou, cargo que ocupou, funções chaves que comandou, conhecimentos e informação privilegiada e/ou classificada que possuía. Tudo isso o concatenou com estudos ultra superiores de aprofundamento no assunto. Ou seja, tentou dar um banho de importância a um assunto que sem ser simples ou banal, não o requeria, mas era a oportunidade para brilhar que nem "Luz Clarita", para não deixar lacunas, espaços sem preencher.

Fiquei assustado com aquela máquina demolidora, com o avanço tão apressado e a ingenuidade das futuras vítimas. Fiquei feliz. Há muita falsidade e talvez muitos estejam nas mesmas condições que eu, em fase de estudo e precauções. 

Ao menos a mim não me enganou e acho que percebeu que não mordi a isca. Quem sabe troque o anzol.

Peço desculpas, mas você mereceu a minha singela homenagem!

segunda-feira, 28 de março de 2016

Julgamentos

A todos aqueles que se sentem no direito de me julgar ou que sintam vontade de faze-lo, eu simplesmente lhes faria um convite.

Os convidaria para viverem o que eu vivi, para ouvirem e dizerem o que tive que escutar, o que tive que falar. Para que compartilhem a minha vida, as alegrias, tristezas, decepções, acertos, frustrações e sucessos.

Para que tenham a oportunidade de serem um pouco eu, que muito provavelmente, no final se conseguirem chegar, superar e carregar tudo isso, irão desistir de me julgar e quem sabe, se levantem e me aplaudam, ainda que eu não precise de aplausos.

A propósito, eu não preciso de nada vindo de quem me quer julgar, não estou nem ai para as coisas que aconteceram. É tolice querer justificar, se explicar, se arrepender. Passou, tá feito!

Tôu nem ai para o meu passado e muito menos para as tuas reflexões e questionamentos sobre minha vida.

Vem cá, responda para mim: Eu te perguntei alguma coisa?

Vai cuidar da sua pobre vida!

Entender, melhorar, avançar é o importante.

Agora, se você é dos que respeita o espaço alheio, dos que reconhece as fronteiras entre o fim do meu direito e o início do teu, dos que não acredita ser melhor do que ninguém, dos que ocupa o seu tempo em se superar, ajudar, agregar, tolerar ou no melhor dos casos, se mostrar indiferente a aquilo que nada tem a ver contigo, então, você é dos meus e estamos juntos. 

Estivemos juntos ontem, estamos hoje e estaremos sempre!

Eu vivo.

Gente má e ruim, tem em todas partes, mas há lugares, culturas, povinhos  e países, onde tomam a dimensão de epidemia, hemoragia, diarreia, mas para todos eles, eu lhes dedico gentilmente, com a simpatia que me caracteriza, a letra de uma canção-poema, escrita pelo compositor e cantor cubano Amaury Pérez, no ano de 1975. Façam bom proveito! É uma pena que não posso traduzi-la para todas as línguas.

Mala gente

Yo he visto caer a un hombre
en el morral de la infamia,
vi también cómo se salva
a fuerza de golpe y golpe.

He visto morir amores
cuando mejor florecían,
por poca filosofía
o muchos, muchos temores.

He visto caer a un hombre
herido por la bebida,
vi también cómo crecía
sin porvenir y sin nombre.

He visto como se esconde
el amigo a criticar
lo que debiera adorar
con la faz y sin traiciones.

¡Ay! la mala gente,
¡ay! la gente mala
mira que me empeño
en quererles, y nada.

¡Ay! la mala gente,
¡ay! la gente mala
mira que me empeño
en comprenderles, y nada.


Yo he visto como la envidia
hecha un taladro, penetra
y baila al son de una fiesta
con el odio en compañía.

A quien empuja su vida
con la mejor buena fe
y la rinde ante la red
de la podrida semilla.

Al que ha querido ser hombre
y no ha llegado a su altura,
al que ha quedado en la duda,
al que no hay bien que perdone.

Quien cree que tiene su nombre
un digno sitio en la historia,
pero no llega su gloria
ni pa' adornarla con flores.

Yo he visto como, en la sombra,
el odio cuida a su cría
y lanza una cacería
pa' destruir lo que estorbe.

Es que el odio tiene dotes
que no he podido entender,
pues tiene más brío quien tiene
fuertes frustraciones.

Yo he sentido en tantas noches
la burla, la hipocresía
y unos ojos que aun me miran
queriendo arrancarme el broche.

El broche que da la vida
a quien le paga con bien
y que no merece
quien le cuesta caro a la vida!

Na Páscoa.

Já tem se falado e muito, da descaracterização da Páscoa como evento religioso e o seu lado comercial, em momentos em que o comércio alberga, nestes tempos de crise, sem luz no fim do túnel, todo tipo de esperanças para aumentar as vendas, assim como da referência aos dias do chocolate, especificamente aqui no Brasil, onde existe a tradição de consumir os famosos ovos e outros produtos que contêm a iguaria.

O chocolate é quase uma unanimidade, somente dispensada por alérgicos e doentes em geral, incluindo os que o evitam pela associação que é feita e provavelmente comprovada da acne na puberdade, com esta delícia vinda do cacau na maioria das vezes, doentes com tendência a obesidade ou obesos mórbidos que tomam os seus cuidados e sem esquecermos de outros que não deixam de ser doentes, mas da cabeça, que pensam que por comerem um pedaço de chocolate irão perder a forma, que em muitos casos têm forma corporal de ovo mesmo, culpando ao coitado do chocolate pelo aumento do peso e não ao conjunto de tudo o que engoliram no período.

Eu tenho dois afilhados com os quais mantenho contato e visito periodicamente e como não poderia ser diferente, enquanto forem crianças, ganharão o esperado ovo ou similar.

A minha afilhadinha tem quase 03 anos. Quando cheguei na casa dela, ainda que não era muito tarde, ela já dormia, mas os pais disseram que não haveria problemas porque ela deveria acordar de um momento a outro.  Era muito cedo para ela dormir direto, caso contrário aquela seria uma noite “daquelas”, onde ela acorda e acha que todos devem permanecer ligados.

Eu trouxe o Ovo de Páscoa, embrulhado e logo depois ela acordou e vieram os cumprimentos de praxe.

Tentei explicar que o coelhinho, aliás, a coelhinha esteve agora há pouco na sala da casa e botou um ovo para ela, por enquanto devorava algumas cenouras. Descrevi, na imaginação, as roupas que vestia a bichinha, fiz alguns sons e movimentos, mas qual não seria a minha gafe ao cacarejar. Comecei rir e parei com a encenação porque estava mais para galinha do que para coelho. Só sei que a menina olhou para mim, também riu e fiquei meio envergonhado.

Os adultos, às vezes não calculamos o alcance das nossas palavras e ações, achando que as crianças não percebem os erros de lógica.

Fomos também à casa do meu outro afilhado. Já ele é maiorzinho, tem 10 anos, recentemente foi o aniversário. Não pode se queixar, dois presentes coladinhos.

Na presença do pai, após entregar o almejado Ovo de Páscoa, eu perguntei sutilmente se ele acreditava na historinha do coelho que bota os ovos de chocolate e o pai, para não passar vergonha por causa da idade do filho, corrigiu na hora rindo: “ele sabe muito bem que você comprou o ovo na loja, senão nem vestígios de chocolate ele iria receber”, mas inesperadamente o menino falou para mim: “Sim padrinho, eu acredito sim, porque senão não ganho ovo, pela mesma razão que acredito no Papai Noel”.

Bom, parecia que a Páscoa iria terminar e que ninguém se lembraria de Jesus, o verdadeiro motivo da Páscoa, mas no domingo, de tarde, foi à festinha de aniversário de um ano do príncipe, do filhinho de um amigo e o pessoal que é evangélico praticante e bem devoto, durante as comemorações fizeram virar a festa um quase/culto, bem emocionante e lá o Jesus, como sempre se fez presente nas nossas vidas.

A nossa Páscoa foi boa. Espero que a de vocês também tenha sido igualmente boa!


terça-feira, 15 de março de 2016

RUA DO AMENDOIM NO CAIÇARA.

Para os que tiveram a oportunidade de ler a minha crônica intitulada “o Fusível”, não lhes será muito difícil chegar à conclusão que eu não sei nada de carro. Os que me conhecem pessoalmente sabem que eu mal, mal sei o modelo e o ano de fabricação, assim como dirigir para chegar aos lugares. Confesso que esse não é o meu forte.

Dias atrás, saindo de casa, de manhã, para o serviço, com a correria que me caracteriza, onde todos os minutos e até segundos contam, percebi que ao tirar o carro da garagem, havia uma poça de graxa, de óleo no chão no lugar onde estava estacionado, mais para a parte posterior do mesmo.

Não pensei duas vezes e sai. A ideia era me dedicar a resolver o problema mais tarde, porque agora o importante era chegar até a empresa, encarar as dificuldades tradicionais do trânsito, nessa hora e cumprir os meus compromissos.

Há muitos anos atrás eu tive um carro e aconteceu o mesmo, mas o óleo pingava por baixo da parte anterior do carro. Naquela ocasião eu tinha esbarrado na rua com um ferro que estava no pavimento e furou alguma coisa. Demorei alguns dias e levei o carro para uma oficina do bairro, que pensei que seria mais em conta o que de fato não foi. Logicamente, que naquele lugar não boto nunca mais os pés. Tive desgostos, reentradas com o carro por serviço mal feito, etc.

Quando cheguei ao escritório, conversei do assunto, como de costume, com o amigo "C", um rapaz que entende de muitas coisas práticas, inclusive de carros e que virou o meu consultor para dúvidas de qualquer trem e fomos até o local onde estava estacionado o auto.

Olhamos por baixo do carro e nada de óleo.

Mas, curiosamente, decidimos medir o azeite e qual não seria a nossa surpresa aos constatarmos que o reservatório estaria praticamente vazio. Tinha a agravante do carro estar parado numa rua íngreme ou que coadjuvaria para esse desastroso resultado.

Ele me recomendou levar o carro para um estacionamento que tivesse o piso plano e assim podermos conferir melhor. Mas, mão de vaca aqui, não topou, senão perderia a vaga na rua e teria que pagar no estacionamento.

O amigo "C" advertiu que se não fazia reposição do óleo, o motor poderia fundir e o prejuízo seria maior.

Assustado, logo depois do almoço sai à procura de uma solução.

A primeira providência era colocar óleo e por perto tem um posto de combustível. O frentista perguntou-me qual era o tipo de óleo que o meu carro usava e a pergunta era demais para os meus conhecimentos automobilísticos. O cara se negou a servir porque não se responsabilizaria por colocar um óleo diferente do indicado para o carro. Cheio da má vontade, porque poderia ter procurado na internet, eu acho, alguma correspondência entre modelo de carro e óleo. Conclusão, sai de lá xingando e bravo, disposto a encontrar uma oficina para resolver o problema.

No caminho, nenhuma das oficinas que encontrei me inspirava confiança. Só via cara de bandido sanguessuga e não me decidia por entrar, até que decidi ir mais perto do meu bairro. Também pensei, a vez anterior o meu carro esteve dias pingando óleo e o motor continuou normalmente.

Fui até uma loja para trocar uma lâmpada de freio que estava queimada há tempo e nunca encontrava tempo para substitui-la e como conheço o pessoal de lá, solicitei uma referência de algum lugar próximo e lá fui eu.

Cheguei e me atenderam rápido. O próprio gerente pegou o carro e o levou até a inspeção. Mostrou-me que estava todo seco por baixo, normal e quando eu disse que o óleo estava no chão da garagem, próximo da parte traseira, tentou me convencer que se era óleo só poderia ser na parte dianteira. Atrás seria só combustível e o cheiro delataria, assim como o indicador no painel.

Eu continuava teimando até que ele com muita tranquilidade me disse: “só se você estiver morando na Rua do Amendoim do Caiçara, coisa que não existe, e conseguir que o óleo se deslocasse numa superfície plana e sem deixar rastro”. Aquilo foi de uma ironia ímpar e sai P da vida de lá.

Ao parecer, eu insinuei que ele era incompetente. Ele insinuou que eu era burro, um gringo querendo gastar dinheiro. Ficou tudo tranquilo. Ficou tudo favorável. Estamos quites.

Para os que não sabem, a Rua do Amendoim, é um lugar famoso em Belo Horizonte, praticamente um ponto turístico, onde se experimenta um fenómeno físico intrigante. Aparentemente a inclinação do pavimento está numa direção, mas se derramar líquido ou que poderia também ser xixi na imaginação fértil de alguns visitantes, o mesmo corre na direção contrária ao esperado.

Mesmo assim, ao sair, o atendente me indicou uma oficina especializada em óleos para carro e coisas afins. Cheguei lá, tinha fila, mas o senhor que me recebeu, apontou que o tempo de espera era curto e assim foi. Uns 15 minutos depois já estava sendo atendido. O mecânico revisou tudo e chegou à mesma conclusão. 

Novamente, ativei o xingômetro e a minha inconformidade porque ninguém tinha conseguido diagnosticar o problema. Mesmo assim, deixei um cafezinho para ele, simpatizei com o jeito simples e colaborativo do rapaz.

Os dois me perguntaram a mesma coisa: “Nessa vaga só fica o teu carro?” e eu reiterei que sim.

Vencido, cansado e sei lá quantas coisas mais, voltei para casa embaixo daquele calor infernal. Estava com medo de ligar o ar condicionado para não ficar largado na rua.

Mas aquela perguntinha dos dois caras me deixou com a pulga atrás da orelha. Nem sei por que, porque a vaga é minha e nunca, nos anos que vivemos nessa casa, os carros foram invertidos de posição e não aconteceu desta vez.

Para adiantar o desenlace da história, devo dizer que cai novamente na armadilha ingênua de um dos meus filhos, desta vez o “De”.

Ele é louco por bicicletas e todas as semanas, para não dizer todos dias dá manutenção aos seus brinquedinhos, mas ele tem uma área específica para fazer isso. Eu não sei por qual motivo, no dia anterior, por coincidência domingo, ele teve a infeliz ideia de fazer seus serviços na área onde costuma ficar meu carro, que passou boa parte do dia fora de casa.

Quando voltei, era de noite, a garagem estava escura, estacionei e não reparei em nenhuma anomalia.

Tudo começou na manhã de segunda-feira quando saia para o serviço e o meu filho sai para a faculdade mais tarde. Não coincidimos de manhã e como estava cansado deixou a limpeza do lugar para quando retornasse da universidade.

Conclusão, gastei o meu português e a minha paciência xingando e duvidando do serviço de inocentes, por causa dos surtos de inovação do meu filho.

Ou seja, o meu filho, está me devendo essa!

O FUSÍVEL.

Numa das tantas manhãs que me desvivo por chegar bem cedo ao serviço, para deixar o carro estacionado na rua, próximo ao prédio onde trabalho e estando já na área da Copa da empresa, fazendo o social da manhã, um dos colegas, o "A", para quem sempre canto uma canção do grande Ismael Silva, muito ouvida na voz da Gal Costa: "Ôh Antonico vou lhe pedir um favor / Que só depende da sua boa vontade / , ..." e que mesmo estando cansado de todos os dias eu lhe cantar e zoar com a mesma musiquinha, não hesitou em me ajudar. 

Ele acabava de entrar no escritório e me alertou sobre o fato de eu ter deixado os vidros do meu auto sem fechar.

Eu me recuso a pagar um preço absurdo por estacionamentos privados, sem garantia de nada, com tratamento sempre deixando a desejar e outras agravantes. Muito menos iria pagar rotativo para o governo, que já se encarrega de pegar os meus impostos de maneira desmedida e que ainda por cima é acusado constantemente de roubos e desvios de fundos. 

Eram dias de chuvas ocasionais e por cima vivemos num país com ladrões não tão ocasionais, como gostaríamos que fosse. A preocupação não me permitia procrastinar o assunto.

Fiquei preocupado e descrente porque é um reflexo incondicionado, uma ação rotineira de fechar o carro, que era difícil imaginar alguma coisa errada no procedimento.

Nessa hora desci o mais rápido que consegui e ao mesmo tempo já ia pensando nas dores de cabeça que me traria, nestes tempos de crises e de abusos dos prestadores de serviço, os que usam a extrema necessidade dos azarados para lucrar e descontar os prejuízos, um conserto do provavelmente danificado sistema elétrico do carro, do antigamente chamado trio elétrico, além do tempo de espera nas oficinas, que ninguém pode calcular com precisão, que todos conseguem informar com absoluta imprecisão e onde os orçamentos geralmente ficam além do pagamento final.

Fui e fiz várias tentativas de fechar com o controle remoto do alarme, as janelas do carro, como é de praxe acontecer. Tentei também, de individualmente, fechar os vidros e não obtive os resultados esperados. Fiquei desconcertado. Muito desapontado.

Decidi pedir ajuda ao amigo C, que sabe de muitas coisas e especificamente, automóveis é um dos seus pontos fortes, mas desta vez caiu na mesma armadilha que eu, ainda que por pouco tempo.

Ele desceu comigo, olhou em vários pontos, retiramos e trocamos fusíveis e não houve alterações positivas.

Decidi então abrir a mão, deixar o carro num estacionamento e solicitar do pessoal, um lugar próximo ao vigia por causa da vulnerabilidade do veiculo.

O meu amigo não se dava por vencido. Alguma intuição lhe fazia crer que estávamos diante de um problema de solução bem simples, mas que não aflorava a inspiração.

Eu já tinha pensado em largar o serviço mais cedo para ir até uma oficina e deixar as coisas nas mãos do Senhor.

Mais tarde, o meu amigo se aproximou de mim já dentro do escritório e me fez a pergunta do século: “O teu carro, por acaso não tem um botãozinho que bloqueia os vidros, como item de segurança para evitar que as crianças regulem os mesmos e fiquem expostas a perigos?”.

Quase que nem o deixei terminar e disse para ele que me lembrava desse dispositivo, mas que os meus filhos eram já grandes, bastante crescidinhos e o mesmo nunca se usava.

Mas, subitamente lembrei-me de um fato e que tinha a ver com os meus filhos.

Eles tinham acabado de fazer 18 anos e concluíram a autoescola, tiraram a carteira de motorista e costumam usar os nossos carros, o meu e o da minha esposa, para sair às vezes, aos sábados e domingos.

Aquela era uma segunda-feira e no dia anterior, um deles o tinha usado.

Liguei para ele e perguntei se tinha acontecido alguma coisa diferente e ele me contou que estando na rua, começou chover e depois parou. Ele por desconhecimento e curiosidade apertou alguns botões e se não percebia reação, para ele estava tudo OK.

Em casa, a garagem é privativa e os carros não precisam estar fechados completamente.

Resumindo, o problema não era fusível nenhum, nem trio elétrico, nem carnaval. O problema foi o dedinho curioso de um aprendiz de motorista, que tirou o sossego da gente por algumas horas.

Deixou o famoso botão de bloqueio dos vidros traseiros na posição "pulsado" e deu no que deu!

Só restou para eu agradecer ao amigo C e dizer para o meu filho "Di", que estava nos devendo essa.

quarta-feira, 2 de março de 2016

O ANIVERSÁRIO.

Ontem, 01 de março se passaram 55 anos desde o dia que nasci.

Recebi inúmeras mensagens pelas redes sociais, pelo telefone, e-mails, ligações. Foram muitas.

Não faltaram os que me parabenizaram pessoalmente, porque puderam, porque quiseram.

Fui muito feliz.

O dia começou com as lembranças em casa, a minha esposa e filhos. A primeira frase do dia foi “FELICIDADES” e a alegria, as recordações começaram cedo.

Pouco depois recebi uma ligação de além os mares, a minha família, do outro lado da linha do Equador, me professando aquele amor que desde que nasci tive e que cresceu com o tempo, que cresceu junto comigo, crescemos todos.

No serviço foi outro tanto.



Todas as mensagens e manifestações foram importantes e as recebi com o mesmo entusiasmo.

Num dos meus agradecimentos expliquei que o motivo para ser assim, era que respeitava muito e dou valor infinito ao fato das pessoas dedicarem um instante, para fazerem um bem, para proporcionar alegria ao próximo.

O tempo é um recurso muito valioso, precioso, muito de cada um. Tem que apreciar sim. Da mesma maneira que alguns sabem que é o teu aniversário e nem te cumprimentam ou fingem de desavisados, pelo motivo que for e que eu respeito, outros assumem o desejo de se pronunciar positivamente.

É a liberdade de escolhas. É o desejo próprio que eu também exerço, só que sempre tento me inclinar pela positividade ainda que não seja santo nem imaculado, não perco o meu precioso tempo em albergar mesquinhadas da alma, do pensamento e das ações.

Outros, certamente ficaram sem saber. Eu não sou a pessoa mais importante do entorno, como para que todos memorizem o dia que vim ao mundo. Se os recursos mediáticos e virtuais não avisaram, motivos de sobra houve para não terem entrado em contato. Para outros poderia também ter sido um ato banal, sem importância ou que não seria recebido com a dimensão real das coisas.

Ao finalizar o dia, que esperava fosse numa reserva num restaurante que tinha feito para jantar com a família, recebi a alegria que faltava para completar a jornada. Em casa e com a cumplicidade de bons amigos, tinham me preparado uma festinha surpresa que eu nem suspeitei. Foi tão bom, que nem saberia o que dizer. Fiquei emocionado.

No esquema de um dos cúmplices, um dos meus filhos pediu para ir até a academia onde eu treino, junto comigo, que ele queria conhecer e eu não extranhei. Chegamos, solicitamos uma aula avulsa e confesso que, independentemente de eu gostar muito de ir à academia, de malhar, o dia de ontem foi o melhor em toda minha vida de maromba. Compartilhar a ficha, os aparelhos e a conversa com o meu filho, foi excelente, incomparável. Geralmente fico sozinho, concentrado e interajo pouco.

Mais tarde o meu próprio filho agradeceu e a emoção da noite se completou com uma frase que ele disse: O melhor de tudo foi que fiz alguma coisa contigo, a gente quase nunca faz nada junto e sinto falta. Isto foi uma alerta ainda que ache o comentário dele injusto, porque me desvivo em atenções e dedicação, mas alguma coisa está faltando e o chamado que recebi é em extremo importante, ainda que estou ciente de que ele quer sempre mais amor e atenção, o que não considero errado, todo o contrário. Talvez seja o síndrome do irmão gêmeo, o fato de ter sido sempre centro compartilhado.

Por outro lado, alguém que eu nem esperava que fosse tão extenso nas suas palavras ao me parabenizar, o colega F, me disse uma coisa bastante curiosa: “O bom é viver a vida como você, onde independentemente da idade e da condição se fazem planos, se pensa no futuro, se tem anseios”. Adorei a apreciação, porque realmente eu sou assim.

Com a mesma dignidade e humildade que se precisa para dar valor ao que se tem, ao que se conquistou, deverá se ter a capacidade de discernir e entender que o que se tem não é suficiente, ou que não é o mais adequado para você, ou que não é o que você merece, que está aquém dos objetivos de vida que você poderia se traçar.

Sendo assim, o tempo dirá a última palavra, mas no que depende de mim: Me Aguardem!

O MEU MUITO OBRIGADO PARA TODOS!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Tomar Decisões.

Este é um assunto sobre o qual, uma única postagem seria insuficiente. Os pontos de vistas mudam, pese a que os princípios e/ou as bases consigam se manter ou até sofrerem variações imperceptíveis, sem acarretarem ou provocarem prejuízos, lamentáveis desvios .

Em várias ocasiões fiz referência ao difícil que se torna sob determinadas circunstâncias e em ambientes e situações específicas, tomar decisões.

Por isso existe a Síndrome de Peter Pan. Há quem não quer crescer, não quer se comprometer, se preocupar com obrigações ou ter que responder pelos seus atos, seus erros. Uma eterna criança, que entra e sai da Terra do Nunca, a Terra do Nada a procura de alguma coisa, que muitas vezes nem sabe o que é, mas que se resume à satisfação.

Um sempre quase-menino, um quase-adulto. Com a mesma facilidade com que chora, para conseguir algo, fundamentalmente atenção e com a mesma energia com que exige para ser respeitado, porque segundo ele: cresceu. É a ambiguidade humana. A eterna superposição do fim e os meios, vistos como objetivos e trajetos ou como final e não final.

Este é um tema que alguns pensarão que está sendo abordado para justificar mais uma postagem, mas quem pensar assim, estará viajando bem longe da realidade.

Não estou me referindo a definições com efeitos imediatos, talvez pouco duradouros, com certo domínio de comportamentos futuros e sem muitas implicações para o rumo fundamental da tua vida.

Falo de decisões monumentais, que atingem ou podem atingir não somente você, senão os teus seres queridos mais próximos, os que de ti dependem.

Quando não se tem controle real sobre o entorno. Quando se depende de tantos fatores e da combinação quase que improvável de cenários. Quando se têm somente sonhos, garra e muita vontade. Quando ainda não se perdeu a eterna alegria de viver.

No meio de todo esse contexto, você luta por tentar não errar, por contemplar, desenhar na tua cabeça possíveis saídas, alternativas aos problemas, soluções.

Você conta com a opinião e a experiência alheia, mas isso pode tanto ajudar como tumultuar. Criar uma impressão errada das coisas. O que é bom para um, não necessariamente tem que ser bom ou aceitável para os outros, tudo isso sem menosprezar a colaboração desinteressada.

Há muitos fatores que incidem nos resultados reais, na forma em que os fatos se apresentam para cada um.

Também, falar sem precisar detalhes, sem fazer alusão aos motivos que me fizeram escrever ao respeito, fica complicado, mas infelizmente, hoje devo ficar atiçando a imaginação de quem estiver lendo, deixar que viajem em conjeturas, porque há coisas que devem ficar na fronteira entre a mentira e a ocultação, até o momento que possam sair á luz e se converterem em quase um parto, o nascimento de uma vida nova.

Por enquanto os acontecimentos não se definem e não chegar o momento esperado, continuamos na apreensão, no mar de angustias, mas sem esquecermos de celebrar a vida, como dissera o amigo M.