quarta-feira, 1 de julho de 2015

Gonzaguinha. Guerreiro.

Estava escutando esta música do Gonzaguinha na peculiar interpretação do Fagner e fiquei muito triste.

"Um homem se humilha
Se castram seus sonhos
Seu sonho é sua vida
E vida é trabalho.


E sem o seu trabalho
O homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata.
Não dá pra ser feliz
Não dá pra ser feliz"
Conheço muitos homens e mulheres em situações similares.

Sei desse sofrimento.

Gonzaguinha, quem diria, que transcorridos tantos anos, tua música teria tão cruel vigência.

Depois de tantas promessas, talvez eleitoreiras e de perpetuação no poder, de uma infinidade de números e índices de progresso econômico-social que ninguém consegue conferir e que não são mais que dados sem sugerir informação alguma, de várias conquistas, mas com pouca ou duvidosa sustentabilidade, o quê restou?

Após reiteradas grandes palavras, de milhões de miseráveis saindo da pobreza, provavelmente material, porque de espírito poucos saíram, sem sabermos quantos milhões voltarão e quantos outros a enfrentarão pela primeira vez.

Depois de tantas esperanças que desembocaram em megaroubos e megacorrupção, não sei como empreenderemos o caminho ascendente.

Cair é muito fácil e rápido.

Subir é difícil, dolorido e nem sempre se consegue chegar, pese a que só o cume possa interessar.

A dizer verdade, eu não albergava esperanças.

Seria muito pueril e ingênuo da minha parte, saindo de onde eu sai, passando por onde eu passei e vivendo como eu vivi, acreditar em semelhantes projetos de sucessivas, dolorosas e sofridas quedas livres com destino certo, seguro e previsível: O Tudo do Nada.

Este Guerreiro que está aqui, não é de chorar e chorou.

Que Deus nos livre e Guarde!

"Eu vejo que ele sangra
Eu vejo que ele berra
A dor que tem no peito
Pois ama e ama"


Sim, ama os seus filhos, seus pais, sua esposa, ama a si mesmo e não pode ajudar a viver a ninguém.

Mas mesmo assim, o compositor Alberto Tosca me ensinou que não cabe desesperança, o imenso está por vir. Não cabe desesperança, pois já não vou esperar a que alguém traga para mim a vida, porque sairei a busca-la.

Continuamos na luta. Construiremos uma sociedade melhor. Um país de pessoas mais cientes da responsabilidade cidadã e cívica que corresponde a cada um.

Tempos melhores virão!

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