Hoje fiz as contas, um resumo desgarrado de todas as vezes que meu pai cumpriu anos e eu não estive do seu lado, não estava presente, estive muito longe e neste 15 de fevereiro não tem sido diferente.
Este é também mais um dos pesos da emigração. Aquelas coisas que só quem as sente é capaz de interpretá-las e de calcular o valor do sentimento e do pesar, que a dizer verdade não é possível de contabilizar.
Estou receoso de que inesperadamente chegue o último dia, como costuma acontecer sempre com o último dos dias, como já aconteceu com o último dia de todas as pessoas que amei e que um dia partiram.
Que não tenha a oportunidade de abraçá-lo e de quanto mal me tem feito o não poder repetir esta ação todos os dias, como uma simples rotina, como um maravilhoso costume.
Inevitavelmente, na medida em que envelhecemos, queremos mais a vida, mas temos mais ciência da morte, pensamos mais nela.
Estas são só tontas ideias provocadas pela saudade. Pensarei positivo para atrair boas realizações.
Pai: o último dia de nós está bem longe e ainda comemoraremos juntos muitos mais aniversários.
Parabenizar-te, dizer que te amo, chorar pela distância, isso tudo e mais eu já fiz, mas é tão pouco, é quase nada.
Continuarei te ajudando a viver. Isto é mais concreto, mais necessário e por sinal é o que eu faço por ti e o que você faz por mim, desde que nasci, só que com um pequeno detalhe: você, Graças à Deus, também me obriga a viver.
Abrace o seu pai por mim.
Abrace-o por aqueles, que nunca mais poderão repetir este gesto.
Abrace-o por ele.
Abrace-o por você.
Eu entendo o que quer dizer, eu tb sufro com a distáncia dos meus entes queridos, como eu gostaria de voltar a viver com eles, não tive a oportunidade de abraçar meu pai quando morreu, estive presente no seu enterro e ele sabia que eu estava lá, embora morto... seu semblante era sereno e calmo, por isso tenho pensado muito nestos últimos tempos coisas que num futuro próximo (bem próximo) há de me fazer muito Feliz.
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