sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A alegria está de luto.

O mundo ficou mais triste.

O mundo está menos alegre.

Ao menos para mim e para todos os que conhecemos a Ricardo Roberto, que infelizmente nos deixou no dia 09 de Dezembro de 2010.

Ele era o palhaço perfeito, o clown inato, mas sem disfarces, de cara limpa nos recebia e o mundo ao seu redor ria.

Eu falei: sem disfarces, mas errei, ele carregava um oculto e pesado traje, uma horrível máscara, que ninguém via, ninguém percebia, uma espécie de agonia, de pesar, que o fez se suicidar.

Reparei que lá no velório, no enterro ele conseguiu enforcar também o sorriso de todos os que fomos a assistir o seu último show. Ninguém teria imaginado que seria tão doloroso e inacreditável.

Eu fui, eu estive lá, mas não te vi. Queria te lembrar como te conheci, mesmo que inevitavelmente na tua última apresentação não ri, senão chorei.

Alguns tentarão botar a culpa nas drogas.

Outros já responsabilizaram ao excesso de cobranças e o acúmulo de problemas a resolver.

Eu digo que foi a vida, aquela que se torna maravilhosa para uma parte dos mortais e cruel e insuportável para outra.

Eu procuro outra resposta. Acredito tê-la achado, mas aceitá-la nos custa.

A vida e sua inseparável contrapartida: a morte.

É inevitável, é anunciada assim que se nasce, é o fim de tudo e de todos, sabemos que um dia chegará, mas não estamos preparados para aceitar a perda de seres queridos.

Eu conheço muito bem essa dor e não gostaria de ter mais aulas de aperfeiçoamento.

Já se fala de depressão,
De esquizofrenia repentina.

Eu falo da Dor.
Da Dor de não tê-lo mais entre nós,
De não entender o que aconteceu,
De não podê-lo ajudar,
De não ter podido eternizar o teu sorriso,
De perder a gargalhada em forma de voz.


Que Deus proteja a todas as pessoas que amo!

Ele está com você, eu sei, eu o vi quando te pegou da mão e disse: Vem comigo alegrar o paraíso, estamos precisando de alegria.

Amigo: Vai fazer muita falta por aqui, mesmo que desde já sabemos que te encontraremos em cada sorriso.

Que ironia!: Você que nos encheu tanto a alma com as tuas palavras, com a tua alegria, com a tua companhia e imagino o quão só você estava quando decidiu partir.

Tristeza! Não há consolo.

Será possível fazer alguma coisa para te trazer de volta?

Será que você tem noção do vazio que nos deixou?

Eterno abraço para você.

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