Aquela dívida eterna do emigrante, que ao reparar na vida
das novas pessoas do seu cotidiano, tem a sensação de que aquelas pessoas
pensam que ele não teve passado, pelo fato de não estar vinculado à aquele
lugar e não poder participar, nem agregar ao relatos, que costuma ouvir. É um
sentimento estranho e difícil de formular.
24 anos depois da minha última visita a esta cidade,
encontrei um lugar infra estruturalmente falando, muito avançado, bem diferente
e diametralmente oposto, parecia que tinha chegado ao um lugar desconhecido, se
não fosse pelas perenes construções antológicas, a língua e o comportamento das
pessoas, que contrário a qualquer previsão, continua sendo o mesmo.
Parece que criaram um mundo novo e as pessoas foram transportadas
por arte de magia para ele. Mas eles ainda não aprenderam a vital importância
das relações humanas.
Por força da minha missão, experimentei os dois comportamentos
deste quesito. Nas dependências públicas e do governo, imperam aquelas relações
quase-humanas ou pseudo-humanas. Já na iniciativa privada, costuma ser bem
diferente, para melhor. Percebe-se que alguma coisa, estão tentando conquistar,
para chegar aos níveis que o mundo se propõe.
Tudo é muito facilitado, desde a transportação, a
alimentação e o consumo. Muito para consumir, ainda que os preços não sejam
convidativos. Há muito luxo e mais do que isso, muito bom gosto. Uma
diferença abismal com o passado. Aqui tudo é em demasia.
Muitas pessoas!
Era tanto que não conseguíamos registrar em fotos tudo o que visitávamos, porque ninguém se aprontava para tirar a mão do bolso, da luva e acionar o touch screen, que exige do contato com o dedo nu. Não tinha ideia que isso poderia acontecer, senão teria levado comigo a velha maquininha que tem um acionamento menos sofisticado.
Tive muitas experiências. Gostei de ter voltado e de ter
cumprido os dois objetivos principais da viagem.
Aqui, neste lugar, há 30 anos atrás, eu fui bastante feliz. Hoje, 30 anos depois, sou muito mais feliz ainda, dentre outros motivos, por causa das mãos que bateram esta foto.
Quando cheguei ao Brasil e encontrei um dos meus amigos, perguntou-me: E o Putin? e o respondi: Acho que está cada vez mais Putin.
Para os meus acompanhantes, este passeio também foi em extremo interessante,
pelas experiências e pelas conclusões a que chegaram, que foram bem curiosas
para mim.
Reparam, quase que de súbito, na ousadia e na proeza do pai, quando tinha praticamente a idade que eles têm hoje. Disseram que não podiam deixar de me admirar cada dia mais e para mim, essa frase já valeu a viagem.
Reparam, quase que de súbito, na ousadia e na proeza do pai, quando tinha praticamente a idade que eles têm hoje. Disseram que não podiam deixar de me admirar cada dia mais e para mim, essa frase já valeu a viagem.
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