sábado, 13 de junho de 2015

Era-se uma vez na Baixada Santista.

Entre os anos 2007 e 2008 tive a oportunidade de conhecer a Baixada Santista.



Trabalhei num projeto que profissionalmente me agregou bastante, do qual posso me sentir orgulhoso do resultado do meu desempenho como tal e em geral.

Foi o último projeto de automação industrial que fiz completo programando.

Até agora, não abandonei a arte de programar, mas o ofício ficou um pouco para trás. Hoje reviso, dou consultoria, ensino os outros a programar e de vez em quando dou alguma palinha, para facilitar o trabalho e reduzir a quantidade de operações braçais.

É uma lástima. A cada dia são menos as pessoas que sabem, querem e gostam de programar. Todos querem ser chefes, executivos, gerentes, PM, ou seja,.

É desonroso trabalhar na área produtiva. Dá até essa impressão. Nos CVs, biodata e resumé, todos são gerentes, diretores e líderes de porcaria qualquer, mas.

E assim queremos que o país avance, mas sobre a base dos outros saberem, fazerem e darem resultados. O bom é supervisionar, orientar, apontar e decidir sobre o futuro daqueles que eles acham que estão errados ou que não acatam ou bajulam e muito importante, falar em primeira pessoa ou em plural, sempre em primeiríssima pessoa, em se tratando de sucesso. Falar em terceira pessoa é inadmissível. Só é aceito para o fracasso ou as falhas.

Bom, isto foi só um preâmbulo. Tôu curado!

Da Baixada, daquela época guardo maravilhosas eternas lembranças. Lá fiz entranháveis amigos, para sempre, com destaque para os meus queridos “Coelhinhos”, um casal que se desprendeu do céu.

Naquela região as pessoas têm um jeito peculiar de falar, bem diferente dos mineiros de Belo Horizonte, aos quais estava acostumado.

Usam muito o “tu” no lugar de “você”.

Um dos achegados que era bem aferrado aos costumes linguísticos do lugar, sempre dizia “Pra tu”... e assim por diante.

Uma vez, sem maiores pretensões, eu tentei corrigir ou ao menos saber se ele tinha ciência do errado ou não da expressão e disse para ele cuidadosamente e em tom de brincadeira: não é “pra tu” meu caro, senão “para ti” ou talvez “para você”.

Ele ficou pensativo, falando para si em voz baixa até meio acanhado e depois de alguns instantes falou: Tá me tirando gringo, “Parati” é praia gringo, é “pra tu” caraca!

Sem comentários!.



Dedico esta postagem aos meus amigos, aos meus eternos "pratuses", como carinhosamente os chamo, às maravilhosas pessoas que conheci por lá e a turma da empresa que se reuniu, num excelente clima, o que permitiu uma boa integração, obter os bons resultados esperados e um pouco mais.



As testemunhas mais próximas, com as quais dividi as alegrias de estar ai, entenderão porque cada vez que como biscoito "Bono", lembro do lugar e do seu povo.


Abraços.

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