quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Não basta!

Há pouco mais de 20 anos, a Venezuela lançou ao mercado fonográfico latino-americano uma leva de cantores com nomes “importados”, descendentes diretos de italianos e outras nacionalidades, que se impuseram pela riqueza do estilo, a novidade da força interpretativa e a qualidade indiscutível dos textos e a sonoridade.

Hoje me lembro de um deles, talvez o melhor sucedido no universo exclusivo da balada rock, romântica e que tem ultrapassado as barreiras do tempo: o Franco de Vita.

Conseguiu emplacar muitos sucessos no âmbito da canção em hispano-américa e fora das fronteiras deste contexto, mas uma das mais singulares composições e de uma eterna atualidade a constitui “No basta”, que ao meu entender, de maneira simples, é uma aula de formação tanto para filhos como para pais e como de uma forma ou outra, todos somos filhos, isto lhe garantiu tamanha aceitação.

Acredito que será de utilidade para todos e para aqueles que já a conhecem, com certeza lhes trará lembranças de um tempo velho, mas que até hoje, é solicitada e obrigatória em todas as apresentações deste intérprete.

Há passagens na música, que só depois que cresci e sai do meu país, consegui entender, como aquela alusão ao filho ter encontrado na esquina, o que havia: seguramente porcaria. Eu que morava num mundo livre de drogas, nunca imaginei que nos "corners" de todas as grandes cidades do mundo, além de comércios institucionais haveria outros esquemas de compra-venda-morte.

É uma pena que aquele sistema onde tive a sorte de me formar, não teve a perspicácia suficiente para conjugar estas dádivas com outros recursos que foram negligenciados e para os quais não era necessário sacrificar tudo o que foi atirado ao fogo, quando sem se afastar dos princípios da luta contra o império, teria sido possível oferecer uma vida mais digna e prazerosa a todos nós, que viveremos só uma vez, que temos só uma efêmera vida.

Hoje restou só pena e a esquina da minha antiga casa, ficou tão igual como a de todas as outras cidades do mundo. Mesmo assim eu continuo afirmando que construiremos um grande país porque de fato somos uma grande nação.

Postarei a letra original em espanhol e o link para o vídeo. Imagino que a compreensão para os que falam e pensam em português, não terá grandes dificuldades. É bom que treinem as habilidades de entender e se comunicar em línguas próximas.

Quanto mais despreparadas e incultas são as pessoas, mas bloqueios apresentam perante sotaques e inflexões diferentes.

Ai lhes vá. Eu também acho que não é ...

No Basta
traerlos al mundo porque es obligatorio
porque son la base del matrimonio
o porque te equivocaste en la cuenta.
 
No basta con llevarlos a la escuela a que aprendan
porque la vida cada vez es mas dura
ser lo que tu padre no pudo ser.
 
No basta que de afecto tú le has dado bien poco
todo por culpa del maldito trabajo y del tiempo.
 
No basta
porque cuando quiso hablar de un problema
tú le dijiste niño será mañana es muy tarde, estoy cansado.

No basta
comprarle todo lo que quiso comprarse
el auto nuevo antes de graduarse
que viviera lo que tú no has vivido.
 
No basta con creerse un padre excelente
porque eso te dice la gente
a tus hijos nunca les falta nada.
 
No basta
porque cuando quiso hablarte de sexo
se te subieron los colores al rostro y te fuiste.
 
No basta porque de haber tenido un problema
lo habría resuelto comprando en la esquina
lo que había, ciertamente porquería.

No basta con comprarle curiosos objetos,
no basta cuando lo que necesita es afecto
aprender a dar valor a las cosas
porque tú no le serás eterno.

No basta castigarlo por haber llegado tarde
si no has caído ya tu chico es un hombre
ahora más alto y más fuerte que tú, que tú. 


sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A alegria está de luto.

O mundo ficou mais triste.

O mundo está menos alegre.

Ao menos para mim e para todos os que conhecemos a Ricardo Roberto, que infelizmente nos deixou no dia 09 de Dezembro de 2010.

Ele era o palhaço perfeito, o clown inato, mas sem disfarces, de cara limpa nos recebia e o mundo ao seu redor ria.

Eu falei: sem disfarces, mas errei, ele carregava um oculto e pesado traje, uma horrível máscara, que ninguém via, ninguém percebia, uma espécie de agonia, de pesar, que o fez se suicidar.

Reparei que lá no velório, no enterro ele conseguiu enforcar também o sorriso de todos os que fomos a assistir o seu último show. Ninguém teria imaginado que seria tão doloroso e inacreditável.

Eu fui, eu estive lá, mas não te vi. Queria te lembrar como te conheci, mesmo que inevitavelmente na tua última apresentação não ri, senão chorei.

Alguns tentarão botar a culpa nas drogas.

Outros já responsabilizaram ao excesso de cobranças e o acúmulo de problemas a resolver.

Eu digo que foi a vida, aquela que se torna maravilhosa para uma parte dos mortais e cruel e insuportável para outra.

Eu procuro outra resposta. Acredito tê-la achado, mas aceitá-la nos custa.

A vida e sua inseparável contrapartida: a morte.

É inevitável, é anunciada assim que se nasce, é o fim de tudo e de todos, sabemos que um dia chegará, mas não estamos preparados para aceitar a perda de seres queridos.

Eu conheço muito bem essa dor e não gostaria de ter mais aulas de aperfeiçoamento.

Já se fala de depressão,
De esquizofrenia repentina.

Eu falo da Dor.
Da Dor de não tê-lo mais entre nós,
De não entender o que aconteceu,
De não podê-lo ajudar,
De não ter podido eternizar o teu sorriso,
De perder a gargalhada em forma de voz.


Que Deus proteja a todas as pessoas que amo!

Ele está com você, eu sei, eu o vi quando te pegou da mão e disse: Vem comigo alegrar o paraíso, estamos precisando de alegria.

Amigo: Vai fazer muita falta por aqui, mesmo que desde já sabemos que te encontraremos em cada sorriso.

Que ironia!: Você que nos encheu tanto a alma com as tuas palavras, com a tua alegria, com a tua companhia e imagino o quão só você estava quando decidiu partir.

Tristeza! Não há consolo.

Será possível fazer alguma coisa para te trazer de volta?

Será que você tem noção do vazio que nos deixou?

Eterno abraço para você.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Artigo: Profissionais e S.O.

Este artigo surgiu da confluência de ideias e interesses.

Tive a sorte que um grande amigo, uma pessoa com a qual sempre me sentirei em dívida e a qual me ata uma estela de gratidão, me dera a pauta para escrevermos sobre o tema.

Esboçamos algumas considerações, chegamos a um consenso e eis aqui o resultado.

Foi feito por nós, mas eu orgulhosamente, o dedico a você.

Obrigado pelo convite, pela iniciativa, pela tua sempre bem-vinda ajuda.

E não é que tem pessoas que se comportam que nem Sistemas Operacionais ruins?

https://www.webartigos.com/artigos/profissionais-e-s-o/53149

S.O. não tem relação alguma com as conhecidas siglas S.O.S que sinalizam para socorro e pedido de auxílio. No nosso caso serviriam só para socorrer aos profissionais estilo Sistema Operacional (S.O.), que é uma categoria que abarrota o mercado e cujo comportamento tem muitas semelhanças com especificamente o sistema Windows, se exaltarmos o que de pior tem para nos oferecer.

Mas antes de adentrarmos no assunto, queremos submeter à consideração dos leitores, alguns questionamentos sobre este universo moderno dos profissionais e os diferentes procedimentos de escolha e seleção.

O termo profissional é mais um dos vocábulos que tem sofrido um tratamento abusivo e exagerado na atualidade e sua interpretação varia com o gênero, por exemplo, homem profissional = profissional de gabarito, mulher profissional = prostituta.

A procura das organizações deveria não só se reduzir a este elemento. É mais aconselhável, no lugar de procurar por bons profissionais, captar pessoas devidamente tituladas, mas que acima de tudo sejam boas pessoas e com um bom desempenho nas funções que exercem.

Boas pessoas agregam e estimulam as boas práticas e a coesão, por outro lado pessoas boas(zinhas) para os outros, menos para a empresa acabam com o lucro da corporação.

Para um ávido entrevistador, bastariam alguns minutos, algumas respostas e observar certos comportamentos para discernir a essência do interlocutor, a não ser que estejamos na presença de um ser em extremo bipolar e dissimulado.

Algumas práticas em entrevistas são extremamente úteis para detectar um profissional de "mão cheia", por exemplo, faça uma pergunta de assunto incabível e verifique em que domínio a resposta vai cair. Uma resposta prudente seria: "não sei, preciso estudar o assunto". A maioria dos candidatos do perfil S.O. irá aflorar seus aspectos de criatividade ou mentira ou até mesmo falta de política e indignação com o teste, ficando inadmissível a falta de "provável conhecimento". 

Os testes também poderiam conter, no lugar de "pegadinhas sem graça", - aliás, isto é pleonasmo-, perguntas que não conduzem a nada, sem propósito algum, para evitar que "expertos" candidatos tentem descobrir a tônica e seqüência lógica dos objetivos perseguidos na contratação.

Outro bom teste em dinâmica de grupo é colocar fogo na lixeira do escritório. Aquele participante que tentar apagá-lo seria presumivelmente um bom profissional, o resto sairia correndo e gritando. 

Com certeza, a melhor forma de se conhecer uma pessoa é numa situação de crise, em circunstâncias extremas ou pelo menos, fora da normalidade. 

Tome muito cuidado com o perfil de apresentação do profissional, pois em ocasiões, fatalmente, ele irá se tornar a visão que o mercado tem de sua corporação. 

Não podemos desvincular o profissional do indivíduo com seus defeitos e virtudes, com seus problemas, que num determinado momento poderão influenciar na execução das funções laborais, pese a todo um mecanismo complicado de controle e de auto-policiamento. 

Deixar os seus problemas de lado, não significa engavetá-los por um período determinado num escaninho e fazer de conta que nada está acontecendo. Isso não funciona. Uma boa gestão de pessoas, que valorize o capital humano e o potencial dos colaboradores, seria a via idônea para podermos gerir a nossa rotina e obtermos os melhores dividendos.

Qual a confiança e segurança que nos passaria uma excelente psicóloga, se na escola dos seus filhos é constantemente chamada pelo mau comportamento destes, com evidências de deficiências na estrutura familiar?

Pessoas virtuosas imprimem virtude ao que fazem. Mas, pessoas com problemas da alma, transferem inevitavelmente para suas atividades profissionais, negatividade. Somos humanos com limitações, vulnerabilidades e com capacidade de estragar um ambiente, da mesma forma que uma maçã podre afeta todas as outras, ao seu redor.

Más pessoas não têm por que ser afastadas e discriminadas, senão tratadas e corrigidas. Se o diagnóstico não for precoce, eles acabam com sua organização. A pressão do coletivo, a cultura da organização, a não aceitação da impunidade farão com que o indivíduo aprenda a se conduzir, assimilará que tem desvios e que precisa trabalhar em cima deles. 

Com um diagnóstico precoce o resultado é razoável, porém não isento de efeitos colaterais. O tratamento é semelhante ao do câncer por quimioterapia, ou seja, envenena-se a corporação, na esperança de que as más pessoas sejam eliminadas, levando junto outras boas pessoas (fato não desejado e incontrolável). Em muitos casos as más pessoas são resistentes ao veneno e a corporação inteira pode padecer. Dependendo da importância do órgão afetado, que se não for vital, deve ser extirpado por inteiro da organização, "terceirizado" ou finalmente extinto.

Esta é a razão pela que muitas vezes as pessoas recusam-se ou têm receios de trabalhar em certas empresas, porque a cultura da mesma, imposta pelo comportamento e práticas dos seus integrantes, está por cima de missões, visões e tudo aquilo que aparece espalhado em tudo quanto é propaganda e panfleto nos corredores e na mídia também. Os vícios, a falta de ética, a falsidade, etc., são flagelos a descobrir mais tarde, quando já se faz parte do "bolo" e prestes a se converter provavelmente numa maçã podre.

Somos seres sociais. Pessoas que não sabem se relacionar, com dificuldades de interagir, de ouvirem críticas, sugestões e que não conseguem lidar com situações extremas ou de desconforto, por exemplo, profissionalmente podem até ser uma solução, dependendo dos fins perseguidos, mas com certeza, socialmente constituem um grande problema. 

As organizações exigem e precisam de interações, harmonia, transparência e bons ambientes para progredirem. Está demonstrado o efeito positivo destes detalhes, no avanço e sustentabilidade das empresas.

Por enquanto, poucas habilidades humanas não podem ser automatizadas como, por exemplo, a sociabilidade e a criatividade. O primeiro passo é fazer com que todos os atendentes respondam da mesma forma e se pegar, troca-se por computadores. Os clientes de algumas prestadoras de serviço, que o digam: "Olá, eu sou sua atendente virtual, fale o motivo de sua reclamação"...

Entrando no tema do profissional estilo W(Ru)indows, esboçaremos algumas situações que nos levaram a catalogar a certos indivíduos como membros desta "elite":

- Ele pode ser "maravilhoso" na aparência o que nos faz inclinarmos na hora da escolha, mas este mesmo visual que nos cativou, muda freqüentemente e nem sempre é do nosso agrado;

- Inevitavelmente a sua aplicabilidade é limitada e fica obsoleto, no máximo, em dois anos. Não pode ser realocado para outra sala porque fica incompatível, não aceita outras tarefas já que precisa de upgrade;

- Quando pára de trabalhar tem que "desligar" e no caso destes sujeitos, desligam tanto que saem da empresa;

- Você pede uma coisa, você espera dele uma reação acorde com o pedido, mas com freqüência, ele acha que você quer outra coisa e o executa de maneira errada;

- Tem que atualizar todos os dias, ou seja, levado ao mundo destes personagens, todos os dias tem que chamar a atenção por algum motivo, atualizá-los para que consigam desempenhar de forma aceitável suas funções;

- Existe em diversas versões, a versão Starter é o estagiário que finalmente não faz nada, (refiro-me a alguns, a muitos, geralmente), a versão Home é barata, mas só serve para trabalhar em casa e a versão Professional é muito cara e não tem ética;

- Adora entrar em modo SLEEP, é só virar as costas, que ... É preguiçoso por natureza;

- Você manda executar uma tarefa, ele leva um tempão, para depois relatar que encontrou um problema e não pode continuar. Aí, você manda um relatório para o chefe do funcionário e não adianta nada, é todo um derradeiro de justificativas sem explicações e concordâncias, que acabam por elevar o nível do teu xingômetro;

- Tudo que você pede para fazer ele quer confirmação "tem certeza?", até para as ações mais óbvias e triviais;

- É cheio de recursos, porém você só usa as ofertas dos outros: "Vem com o IEXPLORER, mas funciona melhor com o FIREFOX", ou seja, tudo aquilo que ele prometeu, toda aquela bagagem, serviu só como anúncio, sem utilidade prática alguma;

- Diversas vezes para ele fica todo azul, tudo em paz, azul da cor do mar e não faz mais nada, colocando a culpa em um monte de interrupções que não estava esperando, e ninguém descobre quê interrupções são essas. 

- É cheio de vulnerabilidades, freqüentemente libera todas as informações para todos de dentro e fora da empresa, vira um fofoqueiro de primeira, de comportamento inconseqüente e incoerente;

- Se passar mais de uma tarefa fica extremamente lento;

- Tem a capacidade de sem mais nem menos, acabar com todo o teu trabalho e o dos outros;

- Tem que inspecionar todo dia, senão ele pega um vírus e fica doente e depois é só pagar pela negligência;

- É o motivo número um da falta de atendimento: "Senhor infelizmente o meu sistema está fora do ar";

- Não trabalha sem ajuda, se pára de trabalhar a culpa é do servidor...;

- Adora "DELL´s"

Como será o futuro que está nos umbrais, como bem diria o Rey? O quê nos espera amanhã? 

Homens trabalhando como máquinas, ou máquinas tentando trabalhar melhor do que homens? 

Apesar de nossa tentativa em mostrar quão parecidas com humanos ou cheias de erros as máquinas podem ser, elas se tornam "sociáveis" ao conseguirem conversar com centenas de outras ao mesmo tempo, ao passo em que nós, meros seres humanos e criadores destas, só conseguimos proceder ao tratamento de uma comunicação de cada vez. 

Nossa grande vantagem é que, por enquanto, as máquinas por mais que conversem entre si são incapazes de processar as críticas, mas a Inteligência Artificial as ajudará a inferir conhecimento, ainda que seja difícil imaginar um programa tentando aprender a partir de "SPAMS de críticas e ensinamentos".

Para nossa felicidade, a maioria de nós temos uma rotina com opções de questionamentos, que nos permitem verificar se estamos no melhor caminho, com condições de alterá-lo de forma certa ou errada, o que é muito relativo, pois não devemos considerar como saudáveis aos indivíduos perfeitamente adaptados a uma sociedade insana. 

Por fortuna, na maioria das organizações podemos contar com uma proporção mais positiva de bons colaboradores e que se tiverem alguma semelhança com o comportamento de Sistemas Operacionais, com certeza seria com aqueles que têm melhor desempenho ou até com os ruins, nos seus melhores momentos, com suas melhores características. 

Nada é absoluto. Sistemas operacionais e profissionais imperfeitos têm seus aspectos positivos também.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Um dos meus Amigos. (2)

Eu tenho um grande amigo, que é muito religioso e, porém faz questão da fidelidade no amor e outras coisas, que para uma parte considerável dos mortais, em pleno século XXI não teriam o menor cabimento, mesmo que tem se desatado alguns modismos ou velhos costumes, como a volta ao culto da virgindade, em culturas e sociedades que estavam no caminho da libertação e da abolição destes “valores”, tanto masculina como feminina.

Demais está dizer que ao igual que por trás de um homem triste há sempre uma mulher feliz, logicamente por trás de um homem com as características que apontei, não poderia faltar uma namorada, noiva ou esposa brava, possessiva, mandona, ciumenta, consentida, inflexível, controladora, dominadora, manipuladora e …perdi o hálito!

Com certeza elas nem cogitam a possibilidade da traição dos seus companheiros, que são cuidadosamente treinados. Se imaginarem que você olhou para outra garota, você tem grandes chances de perder a visão e se suspeitarem que a tua genitália esteja sendo usada para alguma outra função fora das necessidades fisiológicas vitais, (esclarecendo para os saidinhos: sexo fora de casa não é considerado necessidade fisiológica vital, senão safadeza) a probabilidade de perder o que para nós homens constitui o cérebro e a razão de sermos, faz estes colegas se manterem imaculados. Parabéns para eles!

Certo dia conversando (zoando) meu amigo, perguntei o que ele faria, se tiver que se submeter a um período prolongado de abstinência sexual, imposta não por vontade própria senão por questões alheias a vontade da gente e depois aparecesse uma moça com atributos fartos, que nem a Mulher Melancia, se oferecendo para ele.

Caso algum fato se consumasse ficaria no mais absoluto sigilo.

O meu amigo ficou em silêncio por alguns instantes e sorrindo para mim, balançando a cabeça como dizendo, você não vai acreditar no que estou pensando. Eu pensei: peguei no talão de Aquiles e finalmente me respondeu.

- Eu diria para essa pessoa: “Minha filha, sai da minha frente que você está obesa, e no mínimo para mim, essa tua melancia está podre!”

Depois daquele dia compreendi que o meu amigo é de lei, que não está de brincadeiras.

Grande abraço para você, que seja muito feliz e sinceramente admiro tua tenacidade e fidelidade às tuas convicções.

Vai em frente e continua contando comigo!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Homenagem aos meus alunos.

Desde o ano 2006, assim que conclui o MBA em Tecnologia da Informação Aplicada à Gestão Empresarial de Negócios, na Fundação Getúlio Vargas, o que sem fazer apologia, me proporcionou uma nova visão mais do que do mundo, a mudança aconteceu em todo o meu interior, na projeção que alcancei e que me propus, tive a honra de me integrar a um projeto ímpar.

Eu venho de uma parte do mundo onde muitas coisas aconteciam por “tabela”. Se eu não repetia nenhuma série durante todos os anos de ensino fundamental e médio, o próximo passo era ingressar numa faculdade, porque mesmo sem ser a minha inclinação vocacional, estava prevista uma vaga na universidade para todos os jovens, seja qual for a especialidade, depois era quase que obrigatório se formar e por esta razão a conotação de uma formatura, não era nem remotamente a que se tem por estes lados do mundo.

Depois teria garantido um trabalho numa empresa do governo, como todas as que existiam, sendo esta a única opção, com uma remuneração tabelada e que nada teria a ver com a minha capacidade, entusiasmo, resultados, empenho, etc., posteriormente casaria, teria filhos e tudo estava de uma forma ou outra, planejado.

Ou seja, nasce-se e vive-se criando planos de estudos, planos de sobrevivência, planos de emigração, planos de sonhos e anseios, planos de vida em geral, mas não há costume de fazer plano de carreira.

Dentro deste esquema de rotinas, uma delas era o trabalho voluntário, abusava-se tanto do termo, explorava-se ao máximo, tanto assim que era conhecido como “obriguntário” e conseqüentemente perdia-se o idílio, o encanto que acompanha a aquilo que é feito por ordem da alma.

A minha alma foi felizmente acionada, graças a dois anjos que apareceram no meu caminho, que me convidaram e depositaram a necessária confiança na minha pessoa. Eu me integrei a um projeto conjunto entre a FGV (Fundação Getúlio Vargas), BIFGV (Business Institute FGV), FDA (Fundação Douglas Andriani) e o BI Social Quaresma, onde se fornecia um MBA baseado em Valores para uma determinada classificação de graduados de nível superior.

A matrícula nestes cursos estava orientada para profissionais de nível superior com ascendência negra ou índia e que não conseguissem pagar os estudos de pós-graduação, o que era cuidadosamente conferido pela Prefeitura, que é quem faz a seleção preliminar dos estudantes. Também existiam vagas para pessoas sem a citada ascendência, mas que igualmente não tinham recursos para pagar. Para ninguém é segredo que o fato de ter um título e estar empregado, não é suficiente para pagar os elevados custos de um MBA.

Na minha vida eu já tinha me inserido em vários projetos e atividades voluntárias em vários países, mas esta a diferença de todas as que anteriormente eu me incorporei, tinha um significado especial, eu a escolhi, eu fui consultado com liberdade de escolha, eu me entreguei à plenitude a este empreendimento e a maior recompensa que tive e que não a trocaria por nenhuma outra, foi o respeito, o carinho, a consideração, a gratidão de dezenas de alunos, que me acolheram de uma forma, que toda vez que lembro, me emociono.

Até hoje continuo colaborando com esta instituição.

Para aquela turma eu ministrei dois módulos: “Gerenciamento da rotina e auto-realização no serviço” e “Sistemas de Informação e Documentação”.

Eu me preparava com afinco para cada encontro, procurava o melhor que eu poderia oferecer de materiais e didáticas, pensava sempre em como fazer a aula mais amena e fácil de assimilar por todos, naquele horário da noite. O quorum e a participação eram quase totais, massivas.

Passaram alguns meses após finalizar a minha passagem por aquela sala, daquele curso, daquela maravilhosa turma, quando recebo uma ligação da representante da sala, me informando que eu tinha sido escolhido o professor homenageado por unanimidade do grupo e que se eu aceitaria participar da cerimônia de graduação e receber as devidas homenagens?

Lembro que fiquei sem palavras, não atinava a dizer nada. Do outro lado da linha a aluna perguntava: Professor, o senhor está ai? Mas eu não conseguia falar. Com muito esforço consegui dizer sim, agradeço de coração e estarei com todos vocês no teatro.

Chegou o dia da formatura, todos lindamente produzidos para o evento e durante a minha intervenção, mais uma, duas, três e muitas vezes, fui dominado pela emoção e peço desculpas por ter passado a mesma para os presentes. Eu chorei, muitos choraram.



Certa vez alguém me perguntou, qual era o segredo do que ele chamava de excelência das minhas aulas, do resultado da minha entrega e eu respondi com uma máxima que me acompanha siempre que fico na frente dos meus alunos, na sala de aulas.

Quando eu estou ministrando um conteúdo, gostaria de fazer o que teria gostado tivessem feito comigo, todos aqueles que ficaram durante anos na minha frente, explicando e passando conhecimentos e que infelizmente poucos o conseguiram com o grau de exigência e qualidade que requeríamos e precisávamos. Eu tento fazer aquilo que solicitava e que eles não forneciam.

Para mim a sala de aulas é um palco, aliás, eu assumo como o meu palco. Eu não subo nele para cantar porque não sei cantar, bem que gostaria de saber, mas subo nele, repito, não para cantar, senão para tratar de encantar, que é o que eu teria gostado tivessem feito comigo, todos os que subiram nesse palco.


Vou-lhes revelar a essência de um detalhe.

Muitos se surpreendem com essa minha “habilidade” de decorar os nomes de todos na sala, já para o segundo encontro. Isto não é mais do que prática, treino, um simples exercício de associação, independentemente da capacidade que possa ter para decorar nomes e fisionomias, durante o tempo que duram os módulos, mas acima de tudo, eu encaro isso como Respeito, tratamento individualizado.

Pronto! Só peço para não me perguntarem sobre as associações, porque algumas com certeza não seriam muito respeitosas e falar sobre elas me faria ficar com muita vergonha.

A todos os meus alunos desta turma e das outras que lhe sucederam nas diferentes instituições que trabalhei e trabalho, minha mais profunda admiração e gratidão e o reconhecimento que fazem do que lhes ofereço: a minha verdade.

Imensamente agradecido.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Uma DR Singular.

Esclarecimento ao Leitores.

Inicialmente o conteúdo desta postagem correspondia a um sketch, uma espécie de diálogo entre um casal, querendo discutir a relação, ou seja, a chamada DR.

Mas, um ator amigo meu, pediu-me um pequeno texto para fazer uma audição e que lhe permitisse manifestar os seus recursos e possibilidades histriônicas.

Pensei e adaptei o que era uma conversa presencial, para um monólogo ambientado em qualquer escritório ou serviço em geral, após receber uma ligação inesperada da companheira.

Sempre tenho muito receio em postar este tipo de textos com uma linguagem que sem deixar de ser coloquial e rotineira, é de baixo nível e não usual para a grande maioria das pessoas. Mas, estes conterrâneos existem e aqui lhes vai mais uma produção de baixo calão, que cumpriu o seu objetivo e o ator ficou muito entusiasmado com o presente.

Reitero-lhes, por favor, separem minha pessoa do que está escrito, são só surtos de inspiração.

Grato.


Alô!

Que surpresa! Tudo bem?

Aconteceu alguma coisa meu Bem? Você nunca me liga neste horário.

Tava com saudades?

Ah não! O quê foi então.

Está querendo discutir a relação?

Eu sabia. Há vários dias que tôu te sentindo arredia, distante, estranha, esquisitona. E tu não és assim não. Te conheço!

Quê foi?

Hum! Deu merda. Eu sei por onde tu vens. Eu sei o que isso significa.

Que está gostando de outro? Ah. Tá querendo dar para os outros!

Não estou te entendendo. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Cê tá trocando as bolas ou tá com um parafuso a menos?

Daonde você tirou isso. O negócio não é por ai não!

Imagina se toda vez que você estiver a fim de dar para um cara, vai encerrar um relacionamento. Aonde vai chegar? Vai ficar que nem aquelas famosas naquele troca-troca o tempo tudo. É burrice, custa dinheiro e é assunto que não acaba nunca.

O quê que é isso meu. Daonde tu sacou isso. Isso não existe meu. Assim não dá!

O querer dar ou comer uma pessoa é muito passageiro, temporário. Isso dura um tempinho e depois, começar de novo? Isso é para os outros, coisa de gente lerda e tola, que não saca, viu?.

Tá louca.!

Não é assim não. Se você quiser descabelar um palhaço por ai, isso não significa que tem que terminar comigo. O assunto nosso é outro. É amor, afinidade, cumplicidade, compreensão e agora também vadiagem.

Se começar a trocar de namorado todo dia, vai ficar mal falada. Tem que fazer o que faz todo o mundo, costurar, ir pelas beiradas, esconder o lixinho por baixo do tapete e depois a gente aparece por ai como o Casal 20.

É um saco essa logística toda, de ter que mudar de casa, arrumar outro lugar para morar, se acostumar com outro bafo de manhã, outras chatices. De jeito nenhum. Sem chance! Não vingou não, ta!

É simples, você vai e faz, que eu também faço os meus trabalhinhos que eu chamo de atendimentos e assim ninguém fica entediado. Quem sabe o cara topa e a gente faz uma festinha coletiva. Talvez ele tenha uma ficante, alguma amiguinha que quer se juntar a nós e é nós na fita!

Comigo não tem tempo ruim. O que entrar na cama é lucro. O importante é ser feliz. Lembra o que falou a senadora: Relaxa e goza!

Então, Vê se dá um jeito nesses pensamentos, fala com o carinha ai e depois me comenta. Eu sei que coisa boa vai dar.

De qualquer forma, hoje a noite, a gente vai dar um trato na Jiripoca para que ela consiga piar bastante e o cara fique animado e veja que o meu material não é de se jogar fora.

Eu também tenho umas coleguinhas que vou te apresentar e quem sabe a gente faz maravilhas, faz milagres.

Não tem grilo não. Ficamos numa boa, todo o mundo feliz e contente. Curtindo a vida com safadeza e não deixando a peteca cair que é o mais importante.

Esquece esse negócio de paixão, que isso passa e depois, volta para o mesmo lugar.

Bom meu Bem. Te vejo a noite.

Beijão.

Caraca!

Era só o que faltava.

Vir para cima de mim com esse papo de honestidade, fidelidade.? Eu é!

Ninguém merece!

Eu sou safado de carteirinha.

Muita calma nessa hora minha filha. Fica tranqüila que agora é que o bicho vai pegar. O negócio ficou bom mesmo, do jeito que o diabo gosta. Vai bombar na minha horta.

Fora com as preocupações. Ter que estar-se escondendo. Nunca mais.

Era tudo o que eu queria. Demorô!

sábado, 20 de novembro de 2010

Artigo: Santo de Casa.

Como era bom o meu ...

Qualquer tempo passado foi ...

O que vem de fora sempre é ...

Carregamos a contradição de nos parecer que: o que não temos é ...

E por essa razão, Santo de Casa, Não...

http://www.paralerepensar.com.br/paralerepensar/texto.php?id_publicacao=15064 

Constantemente, os funcionários pronunciam-se a favor da iniciativa da escolha, para ocupar as diferentes vagas promocionais dentro da organização, partindo de processos e critérios de seleção interna, questão que acredito seja muito justa e necessária, mas em comparação com outras situações, caso for eleito um colega para ocupar a vaga em disputa, as exigências adquirem um outro matiz, às vezes dramático, chegando ao ponto de sermos extremistas.

Para o recém promovido nada é perdoável. Haverá sempre quem achará que ainda não está preparado, nem muito menos pronto para desempenhar a função. O coletivo vai demorar bastante em enxergar a este funcionário como o ocupante de uma outra posição, começará toda uma seqüência de atos mesquinhos, por parte de alguns membros, como por exemplo, a negativa de ajudar, colaborar e facilitar a vida e o trabalho de quem agora está assumindo uma nova função.

Começamos a exigir deste antigo colega que outrora estava num outro nível, atitudes e avanços para os quais nem o tempo nem a experiência ainda foram suficientes. Ninguém nasce sabendo, temos que calcular o tempo razoavelmente suficiente, para podermos entrar em questionamentos.

Se pelo contrário, o novo chefe for importado, colocado e apresentado com credenciais de papel, antes de demonstrar incerteza e incredulidade, geralmente o pessoal assume uma postura de aceitação ou até de aproximação, ou seja, uma mistura de curiosidade, com costume e com resignação, sem saber se realmente esta pessoa tem mais condições e méritos do que os mais prováveis ocupantes do cargo, internamente falando.

Outra questão: dentro das empresas estabelece-se uma escalação que mais do que todo está na cabeça dos colaboradores, onde os mais velhos têm mais direitos a ocupar melhores posições. Até que visto de maneira plana deveria ser assim, mas se posteriormente se incorporar ao grupo uma pessoa com qualidades e diferenciais além dos que apresentavam os mais antigos no coletivo, o fato deste último ser promovido, não deve ser visto como desrespeito, nem usurpação de lugares. 

A história dos profissionais contempla em boa medida a passagem pela organização atual, mas ele vem acompanhado de um acervo que pode ser tão ou mais convincente para ocupar posições gerenciais e superiores, dos que levam mais tempo dentro da empresa. E se ele tivesse vindo de fora e o tivessem colocado como o teu chefe? Qual seria a tua reação?

A condição e os critérios para definir o grau de merecimento da promoção, não pode ser vista como uma simples operação matemática de tempo na empresa, etc., é todo um conjunto de fatores que determinam a decisão a tomar, inclusive o tempo de casa.

Sempre chegamos à conclusão de que: O Santo de Casa Não faz Milagre. 

E é lógico. Em primeiro lugar porque ele não é santo, é um mortal tão semelhante quanto os outros, ao qual se podem atribuir virtudes e defeitos e por outro lado, ninguém está aqui para fazer milagres, senão para tentar gerenciar e articular todos os fatores, poder atingir as metas e os resultados esperados, seguindo sempre as regras estabelecidas e considerando o capital humano, como sua maior riqueza.

As pessoas esquecem que na situação atual daquele que está sendo bombardeado por todos os cantos, pela avalanche de novas informações, novas obrigações, novas responsabilidades e acima disto tudo, pela negativa de colaborar, pelos rumores, pelas adversidades e as reações negativas constantes, hoje se encontra um ser alheio, um estranho, amanhã pode ser você.

Mesmo sem pretender ser assim e até de maneira inconsciente, sempre achamos que quem vem de fora é melhor ou mais idôneo, não temos muitas interrogantes iniciais e por outro lado, nos custa entender que dentro do grupo há pessoas com capacidades suficientes para desempenharem funções de maior responsabilidade e a frente de nós mesmos, ajudando a guiarem nossos destinos, o nosso trabalho.

São circunstâncias muito contraditórias, quando o temos, não o queremos e apreciamos como deveria ser e quando não se aplica, começa a luta e as inconformidades, pela forma em que foram conduzidos os processos seletivos.

No lugar de ficarmos comentando nos corredores, somando-nos aos comentários mal havidos e infundados, o melhor seria darmos um voto de confiança e depois de um tempo considerável, julgar a situação. 

Entender que a missão dele é pelo bem de todos e que o menos que podemos fazer é agregar e entrar nesta obra que é conjunta, que precisa de mim, dele, de todos e fundamentalmente de você, que cisma e insiste em ser do contra.

Em hipótese alguma estou fazendo referência aos casos em que o promovido foi o resultado de puxa-saquismo, adulação ou até os chamados testes de sofá, seguidos de toda uma carga moral (amoral) que desrespeita ao coletivo. 

Nestes casos, se você tem realmente coragem, expresse a sua opinião de maneira clara e aberta, sem medos, que se estiver bem fundamentado e em dependência do teu prestígio, os teus colegas te apoiarão, te seguirão e então, aquele que cometeu o erro ou a ousadia, de impor a quem acharia que ninguém teria a valentia de contradizer, começará a se medir e respeitar mais ao grupo. 

Quem não se faz merecedor de respeito, quem não se dá a respeitar, dificilmente alguém o respeite um dia. E este “quem” também pode ser o coletivo, o grupo, a organização.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Foto: Santiago de Chile

Santiago, cidade sitiada por cordilheiras, um gigantesco e plano vale onde o vento não circula e a luta contra a poluição ambiental, mas do que uma mera prática para salvar o planeta é uma obrigação para continuar vivendo.


Com suas Grandes Alamedas que poderiam resultar pequenas para quem já viu outros passeios colossais e descomunais. Mas este tem o seu singular encanto, talvez o maior deles seja a tranqüilidade, que nem o intenso trânsito lateral consegue abalar.

No caminho: "El Palacio de La Moneda", com sua carga de fatos e acontecimentos que o tempo não consegue apagar e também não consegue acertar as respostas sobre o que aconteceu com Salvador Allende neste lugar. Não foi suicídio, não foi fuzilamento, simplesmente a resposta possível de ouvir é um termo tão ambíguo quanto explícito: “Ele se auto-eliminou”, ou seja, nada e tudo dito.

Uma cidade que cresce e se desenvolve. Sempre que a visito conheço novos lugares e me parece distinta.

Curiosamente a avenida que nos leva do aeroporto internacional até a cidade, foi construída por baixo do curso do rio Mapuche em forma de túnel. Uma engenhosidade e uma solução urbanística interessante quanto as árvores que predominam na cidade para combater o excesso de CO2, assim como a inversão da circulação das principais radiais na hora do rush.

A vida noturna é intensa, animada.

É um paraíso para comer frutos do mar, no Mercado Central, a gente se perde na quantidade de excelentes ofertas.


Os brasileiros se auto-catalogam como um povo apaixonado por carros e futebol. Acho que o endereço certo desta descrição são os chilenos.

É a porta de entrada de carros importados ao continente. É um grande laboratório para ver a aceitação dos mesmos na região.

Vi as famosas casinhas branquinhas do Bairro Alto, as que Vitor Jara imortalizou com suas músicas usando a sua sutil ironia.

Apreciei a beleza da singular pedra preciosa lapislazuli ou a pedra azul, que somente é encontrada neste país e em Afgenistão. Acredito que a de Kabul ou Cabul nunca a conseguirei ver, pelo menos lá. Mais do que a pedra preciosa, aprecio a vida.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Artigo: Profissional Estilo Cartão Postal

A competência está sendo abalada.

Os competentes estão sendo esmagados e desestimulados.

Valores e Ética estão-se tornando termos cafonas e em desuso.

O meu amigo @efmdiz postou:" Todos pensam em deixar um planeta melhor para os nossos filhos... Quando é que pensarão em deixar filhos melhores para o nosso planeta? " e nós recriamos a ideia.

Estou preocupado!

https://www.webartigos.com/artigos/profissional-estilo-cartao-postal/52074

Você não conhece este tipo de profissional? É a primeira vez que ouve falar sobre este assunto? Saiba que infelizmente é o mais procurado no mercado hoje.

Quando falamos de mercado, geralmente vem a cabeça um mundo irreal, de aço e cristal, de gravata, salto alto e almoços em ambientes "clean", de pessoas preocupadas com carros, happy hour, clínicas de estética e academias, assim como modalidades de esportes e hobbies diferenciados, mas o mercado, o mundo e a vida são muito mais do que isso, é bom que fique bem claro.

A falta do bom profissional atinge esta procura, na sua mais vasta extensão. Está tão difícil achar um excelente pedreiro, quanto um estelar mestre de obra, tanto mais um arquiteto extremamente competente.

Pergunta: Qual o profissional tipo cartão postal? 

Resposta: Aquele que é gerado e criado nas principais e até secundárias faculdades de administração e em outros cursos de nível superior e pós-graduações, clamando dos seus formandos, por uma presença bem impactante, que nem uma foto "retouchada" sobre paisagens turísticas, com uma inscrição em inglês apurado. 

Ou seja, traduzindo para o mundo humano-animal, é a pessoa acima de qualquer indício que a torne alvo de preconceitos e que, sobretudo, fale um inglês bem fluente. 

O espécime pode não saber nada de nada, mas boa aparência e conhecimentos avançados da língua inglesa, já lhe garantem um lugar de destaque, uma posição gerencial ou no descanso da escadaria para alcançar degraus superiores, só precisa ser enfeitado com algumas técnicas de posicionamento e extrema frivolidade, para encarar com aguçado cinismo e sem a menor ética, a aqueles que indiscutivelmente têm a competência e os valores dos quais ele carece, sem esquecermos que ele também é treinado, ou como é "chic" dizer, é submetido a um processo de coaching, com excelentes professores, de origem parecida com a deste sujeito e que se dariam a tarefa, de transmitir os seus sucessos, esquecendo que o que mais transmitem são suas frustrações e misérias, sob a máscara do êxito.

A competência está abalada, está sofrendo uma dura degradação, assim não chegaremos longe, no horizonte nos aguarda um imenso buraco criado pelo excesso de incompetência e para continuarmos nossa marcha, teremos, ou melhor, terão que se empregar a fundo as futuras gerações, para enchê-lo com solvência, conhecimentos e boas práticas.

Se este procurado sujeito tiver experiências internacionais e outros atributos que o assemelhem, a aqueles que decidem nos processos seletivos: pronto!, é só aguardar o chamado. 

Pessoas que mal conseguem se auto-avaliar, dificilmente conseguiriam apreciar de maneira certa aos outros.

A interessante idéia de projetarmos um planeta melhor, para se viver e aproveitar os seus recursos esbarra numa contradição, numa evidente discrepância, a de não estarmos criando melhores seres humanos, capazes de preservarem o conquistado.

Contamos com mais confortos, elementos que facilitam e enriquecem nossas vidas ao tempo que exaltamos menos a ética e os valores. Matérias com esta ótica (ética e valores) deveriam fazer parte do currículo, da grade de todas as especialidades.

Cadê os bons profissionais? Cada vez existem menos, estão em extinção.

Aquele que trabalha, se esmera, conhece, em fim produz, é o modelo que está mais ausente do umbral e das aspirações da sociedade moderna. Ele só serve para ser mais um, para sustentar aproveitadores e vagabundos cheios de regalias e o que se valoriza, considera e remunera é aparecer, acontecer e outros termos desvirtuados pelo uso indiscriminado e indevido, em outras palavras, aparentar.

Todos almejam gerenciar e trabalhar com equipes ideais, multidisciplinares, integrais e toda uma gama de adjetivos que seria interminável, mas o quê estamos fazendo para consolidar a formação dos indivíduos que integrarão estas equipes, quanto mais, o quê estamos fazendo para colocar à frente deste grupo o gerente que eles merecem, que agregue, que os atenda e entenda, os respeite, os valorize moral e economicamente e os trate como verdadeiras individualidades?

Certamente perfis tipo cartão postal, não atenderiam estas necessidades.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Refletindo (3). Tôu Zangado

Tôu zangado

Hoje recebi a visita do funcionário da Prefeitura, que fica por conta de detectar focos de larvas de mosquitos transmissores da dengue, da leishmaniose e outras doenças.

O rapaz, - eu já o conheço de outras ocasiões-, explicou-me que o motivo da sua presença em casa, num intervalo de tempo tão curto, considerando a última vez que nos visitou, deveu-se a que receberam uma denúncia anônima, de que na minha casa tinha um “buraco grande com água parada”. Assim, nestes termos, estava escrito no relatório que me mostrou.

Facilitei-lhe a entrada e percorremos todos os lugares passíveis de ter o tal do buraco. Ele mesmo ficou surpreso, porque faz tempo que atende o meu lar e nunca observou nada suspeitoso ao respeito, tudo o contrário, ele sempre elogiou o cuidado que temos neste aspecto.

Eu senti vontade de ter em casa um criadouro de pernilongos adivinhos, capazes de me disserem quem foi o FDP que fez tal ligação, para esclarecer para ele onde estava o buraco e o que ele continha. Pena que não posso escrever aqui em sentido direto a minha resposta.

Em casa eu tenho um estanque, muito bem estruturado e construído, onde crio, sem fins lucrativos, carpas e tilápias, é uma espécie de terapia sadia, trato delas, colaboro com a reprodução, tem um sistema de recirculação de água e de oxigenação constante, que evita que a água fique parada, compro o tipo de ração indicada para estes animais que crescem e se desenvolvem bem, fora do fato dos peixes comerem as possíveis larvas que aparecerem.

Nos jardins, zelo para que não fique água estancada em nenhum lugar. Aliás, somos bastante organizados em casa e não albergamos objetos estranhos que ficam jogados, possibilitando a proliferação destes insetos.

Com freqüência limpamos as áreas, recolhemos o excesso de folhas no chão, podamos as árvores para facilitar a ventilação e tomamos os devidos cuidados, para garantir primeiro que tudo, a saúde da nossa família e, por conseguinte a da vizinhança.

Mais uma vez, lamento não poder dizer para ele onde que está o buraco grande, não sei como foi que ele conseguiu ver, a não ser que tenha se auxiliado de um espelho e o que tem dentro.

Acredito que o recurso de ligações anônimas é útil e válido quando bem intencionado e fundamentado.

Imagino que tenha sido algum dos moradores do prédio que fica do lado da minha casa. Talvez estejam incomodados com a falta de espaço que têm nos seus apartamentos, em contraposição com a abundância do mesmo, na minha moradia.

Por momentos senti vontade de contratar aqueles caras que confeccionam faixas e que as pessoas colocam para agradecer por atendimentos em hospitais, ou porque os filhos passaram no vestibular ou se formaram, ou  porque nasceu ou morreu alguém, etc.

No meu caso era para explicar para esse FDP onde é que estava buraco e com certeza não é no meu quintal. VSF.

Bom. E se foram os bombeiros que estiveram recentemente em casa, para cortar o Ipê Amarelo que morreu e tombou em cima do telhado da casinha da anciã dos fundos. ? Não acredito que sejam, mas ... a revolta também vai para qualquer um que tenha sido.

O Ipê morreu e os Pica-Paus foram embora.
Vizinho(a) de má entranha! (Obrigado Pedro Luis!)

Há tanta gente má!

Há tanta má gente! (Obrigado Amaury!)

Se te pego….

KKKKKKK