Fazemos um chamado saudável para enfatizar no uso dos próprios recursos das ferramentas usadas para supervisão e controle dos processos tecnológicos, ofertadas pelos fabricantes, até mesmo em detrimento, não substancial, das facilidades de manuseio que apresentam, em comparação com outras alternativas alheias.
Evitar, sempre que possível, a incorporação de agentes externos entenda-se utilitários e programas de propósito específico, que nem sempre trazem um ganho considerável desde o ponto de vista operacional e que pensando melhor poderíamos usar o que foi ofertado como ferramenta do aplicativo, com um pouco de inteligência e laboriosidade. Às vezes a engenhosidade quando se faz presente, faz a diferença.
Não estamos contra o desenvolvimento do intelecto humano para atingirmos níveis superiores na programação, satisfazer da melhor maneira necessidades pontuais, etc., senão fazer uma adequação idônea para cada caso e não cairmos na banalidade de que: “mais é sempre melhor”, quando de fato não é assim.
Os sistemas adquiridos, inevitavelmente têm defeitos e imperfeições. Na medida em que se incorporam novos elementos e ferramentas externas, a probabilidade de elevar o número de erros e problemas, também existe. Devemos discernir entre o que realmente aportará e a necessidade do mesmo, para depois colocar numa balança e vermos o saldo final.
A prática demonstra que a documentação representada por manuais de operação, manutenção, etc., nem sempre consegue descrever a ciência certa o que deveria ser feito com luxo de detalhes e costuma-se esquecer algum que outro dado aparentemente irrelevante e/ou óbvio para o desenvolvedor, acarretando problemas e perdas na volta operacional.
Por outro lado, pese a estarmos apresentando uma clássica ferramenta de padronização, alertamos sobre os cuidados com os excessos que cerceiam a criatividade, os métodos que não se desenvolvem e não se modernizam por serem adotados como padrões, o que conduz a uma perda significativa de tempo e qualidade. Padrões também precisam de manutenção e deverão estar sujeitos a trabalhos de continuidade e atualização.
Em muitas ocasiões tardiamente percebemos que a solução não era especificamente padronizar procedimentos e muito menos sistemas, senão equalizar soluções.
O desconhecimento ou a falta de domínio e de estudo das ferramentas adquiridas, provocam em ocasiões implementações desnecessárias.
A clareza e simplicidade de organização e estruturação das aplicações facilitam o trabalho de manutenção, portabilidade e personalização do sistema finalizado.
A nossa proposta visa dar robustez aos sistemas que utilizam produtos mais simples e menos abrangentes na esfera da supervisão e controle dos processos. Nem todos os clientes estão em condições de introduzir nas suas plantas, produtos de maior porte, e a prática demonstra que nem sempre se justifica a aquisição dos mesmos, dada a envergadura do sistema a controlar.
Demonstrar como com pequenas inovações e estruturação eficiente, os sistemas se engrandecem e se tornam verdadeiros gigantes.
Este trabalho é a concretização de um conceito para dar consistência a certas operações dentro de um sistema supervisório, criando singulares recursos padronizados, orientados para uma finalidade bem específica, ao tempo que agrega valor às soluções dos integradores de sistemas.
Em tom de brincadeira, muitas vezes ouvimos a frase: “para que simplificar, se podemos complicar?”. A nossa convicção é diametralmente oposta, estamos à procura do caminho da simplificação dos métodos conjugando-os com resultados mais elaborados e melhor analisados.
Aumentar a satisfação dos clientes final e intermediário é objetivo sempre presente no acontecer diário das empresas.
Consolidar as experiências e canalizar melhor as idéias expressas por ambas as partes, é o que resulta em acabamentos como o que apresentamos atualmente.
Soluções complicadas de implementar poderiam trazer vantagens, mas não estaria demais considerar as desvantagens de colocar para funcionar tudo, quando o sistema for entregue ao cliente e ficar para o usuário final a tenaz missão de rodar aplicativos altamente fragmentados e que precisam de toda uma estrutura adicional de suporte para funcionar, quando, por exemplo, precisar trocar as instalações de trabalho.
A experiência neste tipo de trabalho, - desenvolvimento de aplicações para sistemas supervisórios -, não pode ser medida de forma leviana em termos de tempo de manuseio de um sistema ou outro, nem muito menos em somente possuir o selo ou certificação no produto.
Constam:
- O tipo de desenvolvimento efetuado,
- As exigências dos sistemas feitos,
- As variações das características de um sistema respeito a outro,
- Ter assimilado os recursos e estilos de programação de outros programadores que exerçam a mesma função, para termos uma referência clara,
- Ter a possibilidade de experimentar com diversos sistemas.
Os níveis de ajuda on-line poderiam conter exemplos não tão básicos como costumam apresentar. Elevar a elaboração destes estimularia o uso racional e a elegância do sistema.
As aplicações muitas vezes morrem antes de irem para as usinas, são rígidas, com escassa flexibilidade, deficiente de opções e carentes de facilidades para se adequarem às necessidades futuras ou alterações repentinas.
Cometem-se erros inconscientes na hora de contratar novos serviços. Clientes solicitam que o novo sistema seja igual ao existente, sem dar espaços nem aberturas à introdução de novos pequenos conceitos, que não mudariam drasticamente o processo operacional, mas que com certeza estaria na vanguarda do que está sendo feito neste tipo de trabalho e agregariam valor ao sistema como um todo.
A justificativa costuma ser a de que os operadores já criaram hábitos com a metodologia existente, ou dito em outras palavras: “em time que está ganhando não se mexe”. Será que eles, ao menos os que têm mais visão, não estariam interessados em experimentar novas facilidades e conferir o que o mundo está fazendo no seu ramo de atividade e que está dando certo em outros lugares? Já pensou se você gostaria de ficar submetido a vida toda a fazer a mesma coisa sem inovar e sabendo que o mundo é muito mais daquilo que você conhece?
Não é uma apologia a radicalismos de qualquer natureza. É um estímulo à introdução paulatina, à adequação à nossa realidade o que temos de melhor e mais avançado.
As empresas podem se diferenciar no mercado, pelo valor que agregam aos sistemas, sem elevar os custos e só contando com a experiência, a capacidade e o nível dos seus engenheiros no ramo, conseguiriam tais façanhas.
Programar é uma arte, um dom. Você pode aprender, mas os melhores artistas se destacam pelo talento, que se cultiva, que se nutre. Para os que não foram presenteados com essas habilidades, restam a humildade e a sempre bem-vinda vontade de superação, de continuar aprendendo ou reavaliar a situação e descobrir em qual outra atividade teriam mais sucesso.
Os sistemas podem ser diferentes ou similares em qualidade, alcance, objetivos, etc., mas a capacidade e as características do profissional responsável e executante farão sempre a diferença.
Lino, achei muito interessante o artigo. Já fui fornecedor e cliente de sistemas SCADA e compreendo bem como pensam as duas partes. Você conseguiu retratar bem esta relação.
ResponderExcluirA sua última frase antes da conclusão é a maior verdade no assunto: "Os sistemas podem ser
bem diferentes ou similares em qualidade, alcance, objetivos, etc., mas a capacidade e as
características do profissional responsável e executante farão sempre a diferença."
Na conclusão, só um ponto gostaria de discutir. Eu gostaria que num futuro próximo os softwares
convergissem para ambientes e procedimentos similares, mas não vejo este cenário no
momento. Acredito que estamos neste caminho, mas muito lentamente. Como usuário final tenho avaliado e acompanhado a evolução de alguns softwares e tenho percebido muitos conceitos diferentes. Em alguns pontos percebe-se uma certa convergência, como a adoção do VBA para a criação de scripts, mas a busca dos desenvolvedores pela inovação e a evolução no processo de programação de softwares contribuem para o surgimento desses "conceitos diferentes", o que acaba pesando para o lado contrário da balança e freando o processo.
Abraço,
Ricardo Feichas.