domingo, 26 de setembro de 2010

Artigo: Não me levem à Sério.

Será que você concorda comigo?

Você também viu o que eu vi e do jeito que eu o vi?

Se não foi assim, o que fazer?

É muito provável que nunca tenha acontecido e que seja fruto da minha "fértil" imaginação.

A tristeza é uma forma de egoismo e a alegria então?

Mais uma da coleção "Meninas Sisudas".

http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/nao-me-levem-a-serio/48213/

Não me levem a sério.

Há bastante tempo li na internet uma crônica cujo autor não conheço, mas a identificação que tive com as palavras e o modo de dizer dele, foi súbita, foi uma relação de telepatia, parecia que tinha lido os meus pensamentos e magistralmente os colocou dentro de um texto, da maneira que ainda não aprendi a escrever. Imagino seja um ser muito observador, até o ponto de descrever certos comportamentos das pessoas nos aeroportos, beirando quase a perfeição, citando detalhes bem sutis.

Hoje, num dos acostumados chá de aeroporto, aqueles que a nossa indolência nos faz aceitar como rotineiros, para passar o tédio, comecei a reparar nas pessoas e inevitavelmente ri muito em silêncio.


Lembro-me do tempo em que o serviço dentro das aeronaves era conduzido por aeromoças e sobre-cargos. Hoje as coisas mudaram e graças à inclusão social, que, aliás, deveria ser mais profunda e abrangente, nos aviões o atendimento é feito por "aerorapazzzzes", com as mãos parecendo cachos de banana, de tantos dedos e usando e abusando da expressão exclamativa verbal: "Imagggggina!" e de "aerocoroas", tadinhas!, algumas delas bem derrubadinhas.

A vida é assim e o tempo passa para todos. Que bom!, que há espaço para todos. O mais curioso é ver o que têm de cara feioso, criticando a falta de beleza das açafatas atuais. Narciso abusava dos espelhos, mas em compensação para estes críticos não existem os espelhos ou simplesmente refletem auto-imagens perfeitas e livres de reclamações. Tadinhos deles também! KKKKK.

Isto é em tom de brincadeira, eu aprecio a qualidade do atendimento e as pessoas acima descritas, costumam ser mais prestativas e agradáveis, mas não é regra.

É como se as pessoas quando entram nos aeroportos, começassem a pairar em outra órbita, as mulheres ficam etéreas, levadas pela cultura (incultura) do culto exagerado ao corpo e a exposição da sensualidade, da sexualidade e de tudo o que possam botar para fora e andam espichadas como galinhas de bundinhas arrebitadas, onde nascer sem bunda é um pecado que pode levar até o suicídio numa sala de cirurgia plástica.

Os homens por sua vez, não ficam devendo, cheios de poses que vão desde os uniformizados executivinhos de ¼ de tigela, - porque chamá-los de ½ tigela seria quase que um elogio - com aquelas conversas tão sem graça e insulsas, que se sentem no direito de ocupar espaço nos lugares das bagagens de mão, com os seus paletós horrendos e baratos, que servem para esconder entre outras deformidades, os excessos de banha, acompanhados de gravatas aberradas parecendo línguas, até outros sujeitos não "menos piores" que estes, como os johnny bravos ou crias de "Sabirilas", ou seja, um mix de caras com as pernas finas que nem sabiá e torsos corpulentos que nem gorilas, completamente desproporcionados, mas que andam pelas salas, se mostrando, se achando e não se encontrando.

Têm o tipo dos mais hidratados, os que assim que dão entrada no avião, pulsam o botão de chamada de comissário e pedem um copo de água, que muitas vezes acabam por nem beber, é só charme e sentir que tiveram uma atenção especial e diferenciada para com eles, ou aquelas que fazem a mesma coisa e tomam um remedinho e uma imperceptivelmente pequena porção do líquido, aparentando forçada delicadeza. Cá entre nós sua menina iluminada: água não engorda. O que engorda é a neura e o teu pensamento podre.

Os que na hora do serviço de distribuição de bebidas e "lanches", sempre pedem alguma coisa a mais, por exemplo, dois líquidos (detalhe: pedir em voz alta água natural sem gelo é chic), ou os que estão em fase de crescimento lateral que pedem mais comida e depois se perguntam por que estão "fofinhos" desse jeito.

As celebridades, pseudo-celebridades e celebridades instantâneas, que tentam se "disfarçar" para não serem descobertas. Mentira! Adoram aparecer, porque se provêem de acessórios esquisitos, com comportamentos esquisitões, olhares sérios e vagos para que ninguém se aproxime, com acompanhantes igualmente esquisitaços, onde o resultado perseguido é chamar mais a atenção pelo conceito de diferenciação. Com aquelas peles pálidas, sem cores ou de coloração artificial.

Os fashionistas de plantão, o dia inteiro montados ou montadas, com aquelas roupas ao estilo TMI (Too Much Information), parece que tudo o que puderam arranjar de chamativo o colocam de vez, como se não tivessem outra oportunidade para harmonizar as vestimentas.

Até aqueles grupinhos de playboyzinhos que quando saem de férias e viajam, querendo aparentar serem os mais alegres e despojados, no argot deles: "largadões", trajados de bermudas, camisetas e chinelos, tornam-se tão ridículos com aqueles andares de pernas quanto mais tortas, mas acreditam-se íntimos com a bola nos campos de pelada, - será que alguma "sisuda" terá dito para eles que isso é bonito e charmoso?-, parecendo réplicas de caranguejos, e aquelas bermudas caídas, mostrando o pouco que têm ou o muito que desejam que pensem que têm, com aquelas cuecas imundas e cheias de freadas de caminhão a mostra, com as bocas cheias de dentes com aparelinhos, que nem cabeças de alho, parecendo tréplicas de gafanhotos, fazem parte de uma tribo aborrecível.

Aqueles casaizinhos onde a moça vai toda produzida com um lindo vestido, caro por sinal, etc., e o "machão" vai enfiado no jeans, como se desafiasse a sintonia que deveria existir no conjunto. Tal parece que vão para lugares diferentes ou que não formam um par. Além de ridículo, é uma espécie de falta de respeito para com o esforço que ela fez por se apresentar bonita e diferente, sem a falta de originalidade da citada calça curinga.

Assemelha-se com aquelas fotos nas quais pelas roupas das pessoas não se pode distinguir se foi tomada no inverno ou no verão, se fazia frio ou calor, porque no meio de tantas pessoas visivelmente preparadas para enfrentar temperaturas baixas, aparece uma exibida, com a barriguinha de fora ou com uma blusa com mais buracos do que pano, ou um exibido (lembram dos "Sabirilas"?) de camiseta regata.

Já dentro dos aviões, há uma tendência bastante generalizada de conectar o "não estou nem ai para ninguém" ou em outras palavras para bom entendedor: "FDS". As pessoas inclinam os encostos dos assentos sem se importar se incomodam ou derramam o copo de quem estiver sentado na poltrona de atrás, o fazem de maneira brusca, não olham para quem está sentado ao seu lado, o ignoram.

A falta de cuidado é tal que alguns viajam com visíveis sintomas de gripe forte, espirrando para todo quanto é canto e espalhando o vírus para todos os presentes naquele ambiente fechado, sem o menor constrangimento e senso de responsabilidade.

Há aqueles estúpidos que pensam que toda pessoa negra ou de aparência humilde, se estiver usufruindo do mesmo serviço, imaginam que há algo de errado, porque na escassa visão destes indivíduos,  estariam aptos somente para  serem funcionários da limpeza dos aeroportos.

Pronto, acabou meu calvário e deu tempo de acabar meu raciocínio. Estão anunciando o meu vôo, com uma pequena observação, de que por motivos de reposicionamento da aeronave, quando autorizado o embarque será por um outro portão, localizado, para variar, no outro extremo do aeroporto.

Agora chegou o momento de se deleitar com a manada de gentes desesperadas, mal-humoradas, de cara feia (com certeza estão com fome), de idosos com dificuldades de locomoção se esforçando por chegar junto com os apressados, os mesmos que antes do avião concluir as manobras de pouso, já estão em pé e como é lógico, falando ao celular, pegando as bagagens de mão dos compartimentos superiores, sim, aqueles mesmos que temos que ter cuidado a abrir porque as bagagens durante a viagem podem ter se deslocado e os sujeitinhos em questão, bem mansos, desobedecendo toda regra. Ô povinho indisciplinado! Total, afinal vão ter que esperar até que o pessoal das fileiras anteriores saia. Todo santo dia pegam avião e sempre fazem as mesmas coisas tolas.

Já repararam no desespero que fica o afobado, até agora tranqüilamente sentado na poltrona junto à janela e que se transforma quando chega a hora do pouso?. E se por ventura o cara que está sentado na poltrona do lado do corredor for paciente e correto e só levantar na hora certa, as mudanças no rosto do desesperado, ganhariam qualquer concurso de caretas.

Esqueci, devo um espaço, uma espécie de homenagem para as princesinhas e principezinhos que viajam acompanhados de adultos tolerantes e estimuladores do egocentrismo destes futuros monstros sociais.

Não há limites, podem gritar, chorar, berrar, incomodar ao passageiro da frente com reiterados chutes involuntários no encosto da poltrona, ou mexendo desnecessariamente com a mesinha, travando-a e destravando-a a vontade.

As crianças nascem para serem felizes, concordo plenamente, sempre que a felicidade delas não implique na infelicidade de alguém que não é culpado pelos excessos e a agonia dos infantes. Os pais, não estão nem ai e se viajam com a "secretária", esta fica deslumbrada porque também está num outro universo e só quer saber, que está podendo.

E eu? Sou como?

Eu sou normal. (rsrsrs)

Ai meu Deus!!!!!. Deixa eu fechar o micro e correr que vou perder o vôo.

Meus amigos, também não dá!!!, fazer uma viagem de avião e não andar com um aparelho eletrônico. No lugar de "Tôu Pagannnnnndo" eu digo: "Eu já paguei" e agora é mostrar para todos que eu também tenho e que faço parte da mesma casta. Eu é

Um comentário:

  1. Lino, realmente esse texto é um retrato bem ácido e engraçado do cotidiano aeroportuário! Enquanto eu lia, conseguia criar um perfeito retrato mental da situação, como se estivesse sentado no mesmo banco que você!
    Abraços do amigo,
    Marcelo

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