sábado, 25 de setembro de 2010

Artigo: Impressões sobre Dinâmicas e Palestras Motivacionais.

Mais do que um artigo, é uma reflexão sobre os abusos e excessos cometidos durante as palestras oferecidas com o objetivo de estimular a motivação, como motor impulsor da vida, sem deixar de manifestar o meu respeito e admiração por esta classe de profissionais.

http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/impressoes-sobre-dinamicas-e-palestras-motivacionais/43765/

Não estou me propondo tirar o ganha-pão de ninguém ou cortar o barato dos outros, quando de fato sei que ralam muito e se esforçam para atingir a excelência e são de maneira geral, pessoas muito bem intencionadas e criativas. Pelo contrário as estimulo a que continuem procurando as melhores vias para ajudar ao próximo.
Estou me referindo aos palestrantes, aliás, a alguns, assim como outros profissionais do gênero que tentam ajudar a trilhar melhor os caminhos dos que precisamos de uma força e/ou orientação, como também em seu momento eles precisaram e talvez precisem um dia.
Seria bom deixar bem claro que este processo de fortalecimento pessoal é um trabalho continuo, longo e permeado de altos e baixos. Que a magia daqueles instantes, onde brincamos de sermos mais fortes, felizes, determinados, bonitos, bem sucedidos, cheios de auto-estima, etc., em princípio não supera de fato aqueles inesquecíveis momentos. A realidade é outra e costuma ser muito cruel para quem está procurando saídas urgentes.
O meu apelo é contra os excessos. Já participei de algumas palestras e encontros visando elevar a motivação em todas as esferas da vida. Durante o tempo das dinâmicas detectei pessoas que se sentiram nas nuvens, justificavam até o preço que pagaram por estar naquele lugar, tudo lhes parecia ideal, mas finalmente confessaram que foram abduzidas pelo encanto da ocasião.
Sentiam-se mais do que manipuladas, -porque acho que esta não foi exatamente a sensação nem o termo apropriado-, se sentiam manuseadas, como instrumentos ou personagens do circo montado. Foram felizes. Pouco depois, a contraposição com a vida lhes reportou frustração. As soluções delas vão muito além de focalizar num objetivo. Eles necessitam de estratégias. Eles devem ser orientados no referente a métodos.
Há um indiscriminado uso da filosofia de que o fim justifica os meios, o importante é conquistar, conseguir. Eu vou ganhar! A qualquer preço festejarei o meu triunfo. Não é por aí.
cho que melhor seria assumir outra postura mais determinada: "Eu vou lutar, eu vou me esforçar, eu vou analisar bem cada passo que darei, eu vou ter sucesso".
Vivemos uma excelente momento para espalhar qualidades. A sociedade está ávida de fomentar bons valores que se perderam ou vão por este caminho. Num mundo onde “uma genitália a mostra ou insinuada” ou até um “espertalhão bancado pela mídia em rede nacional” têm mais valor que as habilidades em alguma área e/ou a boa índole do ser humano, tudo pode acontecer.
Em matéria de personalidade, o crescimento também deve ser sustentável, avançar com muito chão. Analisar com destreza, inteligência e acerto cada passo, considerando as conseqüências possíveis de contemplar e sempre que possível preparar planos “B” para garantir continuidade.
É comum ouvir nestes eventos: “Não deixe que nada te impeça chegar”. “Não ouça quem quer te desviar do teu empenho supremo”. As coisas não acontecem deste jeito. A vida é uma sucessão de fatos que se transformam em experiências. Sempre é bom ouvir e saber discernir. Eis onde radica o diferencial. Aprender a escutar faz parte do livrinho da sabedoria. Ter noção do tempo e da ocasião é muito importante.
Inculcar o sentido da responsabilidade. Na vida os erros não se apagam pela simples ação de borrachas sobre o papel. Na medida em que avançamos escrevemos história e também criamos, ferimos, rasgamos.
Uma coisa é te orientar para não prestar muita atenção aos pequenos detalhes, não se deter demasiado neles, e outra coisa é induzir a ignorá-los. Os resultados podem ser imprevisivelmente negativos.
Abusar da psique, do subconsciente não é a alternativa mais plausível. A consciência é quem nos movimenta. As nossas ações conscientes devem prevalecer sobre o casual e fortuito, que inegavelmente existe, mas não constituem a base do desenvolvimento.
É bom sempre deixar bem claro alguns momentos:
- Sem fazer o que te estou pedindo, você não vai conseguir sair do atoladeiro.
- Nada garante com 100% de acerto, que fazendo o que estou pedindo, você conseguirá avançar.
Conscientizar aos participantes da força da teoria das probabilidades. De até onde chega e pode chegar o alcance das dicas e conselhos.
Não exagerar na grandeza do momento, mesmo que por todos é sabido que estes grãozinhos de areia costumam ter uma importância relevante no andamento posterior dos acontecimentos na vida de cada um, de cada quem.
Talvez tenha passado a impressão de estar centrado muito nas críticas, quando a minha vontade é a de agradecer a estes profissionais pela dedicação e a vontade de colaborar.
Só peço para tomarem certos cuidados e pensarem um pouco na diferença abismal que pode existir entre o pretendido e o conseguido, entre o que se propuseram e o que provocaram nos presentes no auditório.
Tudo na vida está sujeito a este princípio das probabilidades, até no universo das ciências exatas acontece, quanto mais na área das humanas.
Sigam em frente, nós precisamos de vocês, mas botem um pouco de mensura no trabalho, senão o idílio se perderá e com o passar do tempo serão mais um dos picaretas que a diário passam pelas nossas vidas.

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