Tentar manter o status e o lugar da classe profissional à qual você se incorpora é em extremo aconselhável, mesmo que para isso tenha que recorrer a recursos e artifícios que não sejam do seu agrado, mas que analisando de maneira absoluta, não têm maiores implicações nem vão contra os seus princípios, nem contra o que é aceito e mais ainda quando são considerados politicamente corretos.
Assimilar novos valores e costumes possibilita o desenvolvimento da capacidade de adaptação do ser humano, o que nos dias de hoje constitui uma condição indispensável, para quem precisa se adequar a diversos meios e circunstâncias e a dizer verdade, esta virtude deveria ser procurada por todos, porque em momentos determinados da vida, estaremos expostos a este tipo de disjuntiva.
Refiro-me a pequenas ou até insignificantes posturas como mudar a vestimenta, começar a vestir roupas mais sociais para trabalhar, a gravata nos homens, o sapato fechado e de salto nas mulheres. Reitero, são só detalhes que no conjunto de tudo o que deverá ser feito e da nova responsabilidade, não representam muito. Se você for realmente prático, será de fato o menos complicado. Querer fazer um caos ou uma odisséia disto é ridículo e pode até soar pouco sincero.
Cuidar um pouco mais da postura, da expressão, da fala, sem deixar de ser natural, mas sem medo de transparecer uma ascensão pessoal. Realmente, ou você cresceu ou está em vias de crescimento e é bom que isso fique claro. Isto não tem nada a ver com distanciar-se dos colegas e amigos de sempre, simplesmente, você a partir de agora estará ampliando a sua rede de interações, começará a se relacionar de uma maneira diferente, digamos mais próxima, com uma camada que anteriormente estava mais distante, o que exige mudanças.
Pensem um pouquinho só: a rejeição atinge mais aos que estão mal vestidos e mais simples, do que aqueles que têm uma aparência mais produzida, elegante e possuidores de um estilo mais social, ainda que não faltem os críticos e engraçadinhos de plantão.
Certo é que em alguns meios é difícil se inserir, ao apresentarmos com uma presença um pouco acima do exigido e tolerado pelo consenso geral.
A minha reflexão está dirigida fundamentalmente aos casos de promoção no cargo e funções.
Já vi departamentos inteiros e categorias desvirtuar-se só porque os novos entrantes, os novos aceitos, não souberam manter a prestância e atitude alcançada pelos antigos membros da equipe e pelos formadores do conceito. Estes principiantes ou recém-chegados não entenderam o valor daquilo que parecia supérfluo ou simplesmente não tiveram habilidades para preservar o tão custosamente conquistado e depois tornaram-se vítimas da desvalorização e a da perda de prestígio profissional, assim como dos benefícios e regalias associadas, e que cá entre nós, eram altamente almejados pela grande maioria de colaboradores que permanecia fora deste âmbito.
Não é para confundir com arrogância nem com “achômetros” descompensados, o que taxativamente é criticável, é ter ciência certa de que houve mudanças e que no pacote também estão contempladas estas alterações.
Esta situação de perda da consideração de certas funções e categorias dentro da empresa manifesta-se penosa e lamentável, quando o objetivo faz parte não explícita da orientação da administração, que se propõe acabar com esta “casta”, porque incomoda ou tem poderes e influências marcantes, que podem lastrar os planos futuros e pretende a qualquer custo eliminar toda voz que possa se lhes enfrentar ou que não tenha medo de discutir e esclarecer determinados assuntos.
Agora a luta não é para preservar, nem para manter, é literalmente luta pela sobrevivência.
Assistiremos ao ocaso de uma qualidade forjada pelo batalhar histórico de gerações de funcionários, que mesmo com seus relativos excessos, tiveram mais acertos que erros, mas infelizmente perdeu-se.
Caberá aos que continuam julgar se a perda foi para bem, ou seja, um ganho, ou para mal.
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