Além dos sem-sabores que me proporcionam nas lembranças, essa mistura de ódio com paixão e que às vezes se traduz em compaixão e tolerância pelo que abandonei: esta ilha, não posso deixar de reconhecer as ataduras que fazem com que com certa assiduidade, continue visitando-a.
Sinto que cada vez o meu passado fica ou está mais longe de mim, é como se o tempo o tivesse roubado, mas na mesma medida em que ele se afasta, se aproximam mais as nostalgias, os anseios, aquilo que por aqui chamam de saudades.
Por onde andarão os amigos que deixei, aqueles que também se perderam ao dobrar uma esquina no mundo?
Onde estarão os meus sempre queridos e inesquecíveis mortos?
Será que ainda restou alguma das minhas heroínas? Eu nem pergunto, já sofri tanto com as perdas, que uso a desinformação como escudo e proteção para a alma.
Aqui eu fui feliz, aqui eu sou feliz, mas o peso da Emigração – Imigração existe e eu sei muito bem como se descreve. Aqui eu serei feliz. Aqui também é o meu país. Obrigado Brasil!
Construiremos um grande país, porque de fato, mesmo que espalhados pelo mundo, somos uma grande nação.
Sempre que chego lá, sinto a sensação que estou indo embora, ou de que mais cedo do que tarde, isto acontecerá.
Na foto me dá a impressão de que também estou indo embora. Pareceu-me a mais simbólica das que tinha a mão e por isso a postei.
Atravessei a Bahia da Havana, numa daquelas embarcações símbolos escapados de um tempo velho e de uma periculosidade política recente e cheguei até a localidade de Regla.
Curioso, quando morava em Cuba, nunca fui até este popular recinto ultramarino, tive que esperar vários anos fora do país para visitá-lo. Acontece.
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