Tantas vezes pensei escrever sobre este assunto, mas me resultava tão deprimente, que toda vez que retomava a lembrança, ou seja , o motivo da inspiração, a antipatia me fazia adiar a crônica.
Realmente o que aparecerá escrito a seguir, nunca aconteceu, ao menos da maneira que está sendo narrado. É uma realidade recreada e com situações envolvendo personagens dissímis, agrupados todos sob a figura do “Felício”.
Maldito FÊ!
Assim que cheguei tropecei com um sujeitinho com um arrogante aspecto saxão, até que um pouco fenício, sim, aquele mesmo visual que caracteriza a muitos dos bem-sucedidos deste lado do mundo, que sente uma mórbida predileção por adorar estas aparências.
Bastou cruzarmos poucas palavras, para ter certeza, de que se a incompetência andava solta, estaria muito próxima de encontrar um excelente hospedeiro: o Felício.
Maldito FÊ!
Entre perguntas capciosas, olhares de desconfiança e incrédulos e outras asneiras do gênero, consegui conciliar a situação e tragar o amargo gole da obrigação, de ter que compartilhar momentos, com tão desagradável exemplar.
Às vezes, a importância do conteúdo compromete-se com a errada forma da apresentação do mesmo, aqui não foi diferente e durante o encontro primou a falta de correspondência entre estas duas categorias.
Há momentos em que as pessoas deveriam se tornar grandes, gigantes, enormes, mas pelo contrário ficam pequenas, minúsculas, insignificantes, quase desprezíveis. O Felício era tudo isto último, até que um pouco mais, ou melhor dito, um tanto menos do que isto.
Maldito FÊ!
Não perdia uma oportunidade para gabar-se dos seus ancestres europeus, como se fosse um verdadeiro troféu, até o ponto de ficar inconveniente, o que em se tratando do Felício, não era tão difícil, não era raridade. Pobre infeliz! O que deveria é agradecer todas as manhãs do mundo a esta bendita terra cosmopolita e hospitaleira, que acolheu seus queridos ascendentes, os que com certeza não vieram na melhor das condições, nem eram lords, nem da nobreza, e que mesmo assim com essa enorme carga de ingratidão, os valoriza e ainda por cima são capazes de ignorar e não reconhecer, que a ela, a estirpe brasileira devem tudo o que têm.
Maldito FÊ!
Lembro-me agora de um antigo colega, injustamente rotulado de intolerante e sem noção, que em certa ocasião, ante um sujeito de características e hábitos similares, fez um protesto mudo, quase calado e espetou ao ar: No meu caso a coisa é mais simples, minha mãe é da roça e o meu pai é um cara muito legal que nasceu nesta cidade, somos felizes e cultuamos nossos belos costumes, uma mistura do melhor que cada um aportou na união que selaram há mais de 40 anos. Há pouco tempo atrás, a família toda se juntou, para comemorar e foi tudo tão bom, que não vejo a hora de que outro evento similar aconteça.
Este, o meu colega, costumava ir mais longe no tema e “explicava” que os seus sobrenomes eram quase commodities, todos no país os têm, todos os aceitam com orgulho familiar, fazendo parte das legiões dos Santos e dos Silva.
Outra das “qualidades” do meu querido Felício: o cara era bebum.
Maldito FÊ!
Sempre ouvi dizer e para ser sincero, também o constatei, que o álcool servia como abre-pernas quando se deseja conquistar uma mulher, uma daquelas beldades que começa a ficar animada e alegre, entrando no clima, com aquele seu bumbum avantajado e provocando dizendo que um tapinha não dói e você fica por dentro pensando, que para doer pelo menos terá que levar um “Antônio Nunes”.
Hoje eu sei que o álcool também pode abrir as bocas e fazer com que se expulsem palavras presas que provocam bochorno, vergonha, capazes de deixar perplexo até quem acredita ter ouvido as piores aberrações.
Não posso dizer exatamente que ele fala, mais parece que late ou que cospe as palavras.
Surtos de soberbia e pirraça, não se justificam, não é o caminho para conseguir algo nesta vida, nem para resolver problemas, mesmo até existindo algum motivo aparente para tal postura.
Já passou da hora de saber administrar a própria raiva. Está bastante crescido: velho.
Maldito FÊ!
Para aqueles que são do “Mal” eu falo sempre que eu sou do “Pior”.
Isto é para você, para onde quer que os maus ventos tenham te levado. Desejo-te duas grandes coisas:
- Que mude! Ou ao menos que aprenda a se policiar.
- Que nunca mais te encontre.
Maldito sejas uma e um milhão de vezes FÊ!
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